𝐅𝐚𝐦𝐢́𝐥𝐢𝐚... -9-

472 44 19
                                    

· · ──── ·✦[Agora...]✦· ──── · ·

 Depois de deliciarem-se com o saboroso café da manhã, Cellbit e Quackity encontram-se sentados à mesa, imersos na sensação de saciedade que preenchia seus estômagos. Os pratos agora vazios e as xícaras de café, que outras eram repletas de líquido quente, permaneciam como testemunhas silenciosas da refeição que compartilharam. No ambiente, pairava uma aura de satisfação, como se aquele simples ato de compartilhar um café da manhã tivesse solidificado ainda mais os laços entre eles.

Enquanto a atmosfera envolve ambos, Quackity permite que sua mente divague por um instante. Seu olhar relembra uma xícara de café à frente de Cellbit, e nele se forma uma expressão que mistura curiosidade e surpresa. Era impossível não perceber a quantidade notável de xícaras vazias que preenchiam a mesa, uma evidência clara de quanto Cellbit havia apreciado o café da manhã.

Movido por uma curiosidade inquieta e levemente intrigada, Quackity decide dar voz à sua percepção. Ele inspira profundamente, seus olhos fixando-se em Cellbit com uma mistura de fascínio e espanto. "Puta que pariu, cara, você se alimenta de café é?" Sua exclamação é impulsionada por uma combinação de choque e admiração, e sua voz é veiculada com um toque cômico.

Em resposta, Cellbit exibe um semblante tranquilo, um sorriso brincando em seus lábios antes do comentário de Quackity. Ele pega a xícara de café que ainda permanece à sua frente, segurando-a de maneira despretensiosa. Com um gesto quase coreografado, leva a xícara aos lábios e toma um pequeno gole, seus olhos mantendo contato visual com os de Quackity.

Uma risada suave escapa dos lábios de Cellbit enquanto ele responde à pergunta de Quackity com calma. "Sim", sua voz é serena, compartilhada de sinceridade. "Digamos que o café é minha fonte de energia preferida. Não há nada como sentir a cafeína percorrendo minhas veias, me revigorando."

A risada de Quackity irrompe, seus olhos revelando uma combinação de admiração e diversão. Ele balança a cabeça em um gesto de descrição, mas os olhos brilham com um certo entendimento. "Caramba, eu já sabia que você era viciado em café, mas isso é outro nível, Dios mio."

O sorriso de Cellbit se alarga, ele compartilha alegremente o motivo por trás de seu amor pelo café. "Bem, é um hábito difícil de prolongar. E além disso, o café tem um sabor incrível. Cada gole é como um impulso de energia."

Com um tom casual, Quackity expressa sua compreensão e curiosidade. "Claro, eu entendo. Mas você não varia um pouco? Tipo, também BEBER ÁGUA, né?"

Cellbit encolhe os ombros de maneira descontraída, seu sorriso continuando a irradiar calor. "É claro que bebo água. Mas o café é meu combustível preferido... E depois vem o vinho." Uma risadinha escapa de seus lábios enquanto ele revela sua preferência. "Além disso, a água simplesmente não proporciona o mesmo estímulo que o café oferece."

A provocação característica do Quackity não faz esperar. "Ah, entendi. Agora você quer que a água tenha o mesmo sabor do café?"

Cellbit arqueia uma sobrancelha e revira os olhos, respondendo à provocação com um toque de frustração. "Eu não quis dizer isso, droga!" Ele responde com uma leve dose de exasperação, embora seu sorriso demonstre que não está realmente irritado.

"Está bem, está bem," Quackity responde de maneira sarcástica, aproveitando a chance para provocar um pouco mais.

Enquanto trocam essas brincadeiras amigáveis, Quackity começa a juntar os pratos e xícaras vazias, preparando-se para levá-los à cozinha. Um pensamento cruza sua mente enquanto organiza a boneca. "Oh, você relevante que gosta de vinho, certo?"

Cellbit assente com a cabeça, confirmando a observação de Quackity.

"Então, que tal, quando finalmente conseguirmos sair daqui, vamos tomar um vinho juntos? Eu também sou fã de vinho", sugere Quackity, um sorriso caloroso brincando em seus lábios.

A sugestão de Quackity recebe uma resposta positiva rapidamente. "Oh, claro, por que não? Não devemos demorar muito até conseguirmos sair daqui." Cellbit responde, seu tom descontraído. Uma risada suave escapa de seus lábios e, de repente, ele pega alguns dos pratos que Quackity estava segurando.

"Ei, não precisa-"

"Deixa eu levar, pentelho", Cellbit interrompeu a fala de Quackity de forma bem humorada, antes de dirigir-se à pia da cozinha do refeitório com os pratos em mãos.

Após ambos seguirem para a cozinha, Quackity deixa escapar um suspiro enquanto tira um pedaço de papel do bolso de sua calça. "Bem, acho que está na hora de pararmos de enrolar e lidar com essas chatas tarefas."

Cellbit, dramático como sempre, solta um suspiro exagerado e responde: "Oh, sério que temos que fazer isso?"

"Anda logo, gatito!-" exclama Quackity, mas logo percebe que talvez aquele não seja o momento adequado para provocar o amigo. Ele rapidamente cobre a própria boca com as mãos, interrompendo o que estava prestes a dizer.

Cellbit não consegue conter uma risadinha, achando uma situação adorável. Ele estende a mão e acaricia gentilmente a cabeça de Quackity, fazendo um gesto semelhante a um cafuné, mesmo com o mexicano usando sua touca como sempre. Quackity fica um pouco envergonhado, mas o movimento de sua cauda balançando lentamente mostra que ele está apreciando a atenção.


─ ·✦[Voz on]✦· ─ 

"OH MIERDA, EU TROUXE ELE PRA CÁ PORQU-"

"CALA A BOCA, DIABLO! DEIXA EU ME SENTIR BEM DEPOIS DE TANTO TEMPO." A paciência de Quackity estava quase inexistente, suas palavras cortando a fala da voz antes que ela pudesse prosseguir. Ele não tinha a menor intenção de suportar mais uma palavra sequer dela.

"DIABLO?!?!?!? VOCÊ ME CHAMOU DE DIABLO?!?!? EU ESTOU TE AJUDANDO, CARAMBA." A voz respondeu, indignada, como se esperasse que Quackity fosse mostrar gratidão.

"Ok, ok, obrigado... eu acho. Mas agora ele está sentindo falta da família dele... ele está longe deles..." 

"OLHA AQUI! Você também está sentindo falta da sua família, não está? E nem tem certeza se vai ter de volta." As palavras da voz perfuraram Quackity como lâminas afiadas, atingindo seu coração com uma dor lancinante. "Pelo menos ele tem uma família que sabe que ele vai voltar e que ele vai ter de volta... Bem, eles não podem ter tanta certeza, mas a chance é bem maior do que a sua..."

Uma angústia profunda e tristeza avassaladora tomaram conta dele, como se suas emoções estivessem sendo espremidas por uma mão invisível e implacável. As lágrimas, que ele tentava conter, começaram a descer dos cantos de seus olhos, trilhando caminhos salgados por suas bochechas. Cada gota que caía parecia carregar consigo um fragmento da dor interna que ele lutara tanto para esconder.

Aquelas palavras da voz tinham atingido um ponto sensível em seu coração, forçando-o a confrontar a incerteza de seu próprio destino e a falta de conexão com sua família. Era como se todas as suas preocupações e ansiedades tivessem sido expostas diante dele, tornando impossível conter as lágrimas que expressavam sua vulnerabilidade naquele momento.

"Oh... er... Desculpa..." A voz balbuciou, sua incerteza sobre como reagir evidente. Embora não fosse a primeira vez que isso acontecia, ela nunca soube como lidar com essas emoções humanas. Ela não compreendia o que estava acontecendo, não entendia o turbilhão de sentimentos que Quackity estava experimentando.

 Aos poucos, a voz começou a emergir da escuridão, mas antes que ela pudesse dizer algo, Quackity interrompeu significativamente entre lágrimas, "FICA AÍ! EU JÁ TE FALEI ANTES QUE NÃO QUERO VER VOCÊ!!"

A voz se deteve no lugar onde estava e respondeu com uma pitada de desafio, "Você não precisa me ver, é só não-"

"CALA A BOCA! APENAS FIQUE AÍ. POR FAVOR." Quackity suplicou, sua voz trêmula carregada de emoções.

 Respeitando o desejo de Quackity, a voz silenciosamente retornou ao seu canto na escuridão, sem mais palavras a oferecer.

─ ·✦[Voz off]✦· ─

· · ──── ·✦[Continua...]✦· ──── · ·

Aquele 1%.... - Chaosduo QSMP (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora