Não sei como contar: 18

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A noite prosseguia obscura e intensa. Simone continuava abraçada à Alessandro. Um nó se formava em sua garganta a sufocando com o que deveria lhe contar naquele momento e não pudera tendo compaixão por toda sua emoção. Seu coração estava palpitando acelerado no peito, as palavras vinham a sua boca e ali morriam amargas. Seu estômago formigava com todos os sentimentos derramados naquele abraço, nos olhos dele, em seu corpo. Deveria arrancar a ilusão do mesmo antes que essa se tornasse maior que eles, maior que o próprio fato de sua decisão, mas não conseguira. Tremia nos braços dele sentindo as confusões em sua mente, em seu peito, em suas emoções conflitantes. Quando ele se afastou para lhe olhar nos olhos com uma indescritível alegria, uma alegria que quase a enterrou viva em seus temores e dúvidas, as mãos aquecendo suas bochechas coradas e frias e os lábios roçando os seus a fazendo desmoronar em tudo que era e em tudo que sentia por ele.

- Você está me fazendo o homem mais feliz, mais realizado, mais sortudo nesse mundo - Falava entre lágrimas, sorria, arfava de emoção.

- Alê, precisamos conversar sobre isso - Piscou algumas vezes tentando evitar suas lágrimas, engolia seus medos para poder esclarecer a situação.

- É claro que sim. Precisamos acertar as consultas, comprar tudo o que o bebê vai precisar, pensar em nomes... O que faremos sobre nossa relação, como será nossa rotina com ele ou ela - Se atropelava nas palavras, respirava ofegante com a euforia que lhe percorria a pele.

- Está muito cedo para pensar em tanta coisa - Levantou as sobrancelhas, puxava o ar com força sentindo até mesmo os ossos queimarem em uma ansiedade angustiante.

- Vou aprender a lidar com seus hormônios, com a sonolência, com as dores... Tenho que buscar livros pra entender mais desse mundo, é tudo muito novo para mim. Eu estou tão empolgado, tenho que aproveitar cada segundo - O sorriso lhe doía as bochechas - Não posso nem imaginar o quão linda sua barriguinha vai ficar, mal posso esperar pelo primeiro chute - Inspirava, tocando o rosto dela com mãos trêmulas, invadindo os cabelos morenos com os dedos.

- Não irá esperar... - Sussurrou para si mesma e o viu a fitar intrigado e confuso.

- O que disse?! - A viu passar a língua pelos lábios e sorrir sem graça.

- Nada. Só acho que não precisamos pensar nisso tudo agora, precisamos conversar melhor sobre... - Sentiu os lábios dele em choque com os seus a derrubando em sensações eletrizantes.

- Eu quero você, Simone - Murmurou entre os lábios dela, entre beijos molhados, as bocas se provando de maneira provocante e curta.

- Alessandro... - Arfou quando ele mordeu seu queixo e puxou seus cabelos fazendo sua cabeça cair para trás.

- Vamos voltar de onde paramos, por favor... - Uma mão sua manteve o cabelo dela preso entre os dedos enquanto a outra adentrou sua camisa calorosamente.

O grisalho desceu seus lábios ardentes pelo pescoço dela, mordiscando e lambendo ali com fugaz desejo, ela estremeceu se livrando de sua camisa com alvoroço. Puxou seu quadril e seus corpos bateram um no outro com força. Continuavam ajoelhados, as bocas se devoravam famintas, desesperadas, latejando com a voracidade que se buscavam. Suas línguas dançavam quentes, os lábios estralavam, as mãos afoitas por incendiar as peles. Ele rasgou a camisa leve dela, expondo sua lingerie vinho, pressionou os seios fartos e esbeltos com as mãos sem se importar com a força que usava para os agarrar. A ouviu gemer, seus olhos se fecharam e suas unhas cravaram em seus ombros. Desceu a língua por seu pescoço, molhou sua clavícula queimando tudo ali, e a trouxe aveludada até o meio dos seios. Desceu uma das alças com os dentes, os dedos dela nesse momento emaranharam nos cabelos de sua nuca o puxando com força em busca de amparo. Enxergava a luxúria e expectativa brilhando em seus olhos castanhos, a lua refletia em sua pele perolada e a tornava um oásis tentador aos olhos. A mulher reluzia em pecado. A puxou para si e ergueu-se do chão com a mesma entre seus braços, a beijou com paixão, com fúria, com loucura. Os braços a apertando contra si, o calor os desmanchando em tesão. Ele sentou-se na ponta da cama com ela em seu colo, a mesma saiu e ficou de pé a sua frente. Aos poucos retirou seu sutiã e jogou para ele, se livrou das calças e a calcinha deixando ao chão. Um sorriso malicioso se formava em seus lábios avermelhados e inchados, ele tinha a boca entreaberta quase perdendo a sanidade com a provocação a sua frente. Tentou a trazer para si, lhe tocar agora tão perfeitamente nua ao seu prazer, mas fora impedido.

O reflexo em seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora