Aos poucos as barreiras caem: 9

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Como na maioria de seus finais de semana a Tebet dedicava-se a encontrar e dar atenção aos seus filhos. Encontrar suas filhas sempre que lhe era ofertada a oportunidade era seu mais belo, intenso e particular universo de maravilhas. Quando chegou à fazenda, naquele final de semana, o sol brilhava radiante, só não mais que suas meninas aos seus olhos de amor. Correu até elas, Fábio segurou a própria mochila e a bolsa de sua tia quando desceram do automóvel, e as abraçou apertado contra si. Sentiu o perfume de ambas, sentiu seu calor e as abraçou cada vez mais forte querendo senti-las perto, querendo matar as saudades que arrebentava em seu coração, beijou as bochechas como quando crianças cheia de doçura e carinho. Ouviu suas risadas que para ela eram a mais bela e agradável melodia. Todos os problemas sumiam ao estar com suas filhas, ao ter seu filho completando sua alegria.

- Mãe, você vai sufocar a gente - Eduarda riu quando a mulher as soltou envergonhada.

- Desculpe... Fico com uma saudade tão grande de vocês - Sorriu, as maçãs do rosto coradas.

- A gente também sente sua falta - Fernanda deixou um beijo na testa da mãe - Cuidando bem dela, Fábio? - Se dirigiu ao jovem que carregava as bolsas.

- Acho que tá mais para o contrário - Baixou a cabeça como se estivesse derrotado.

- Engraçadinho - Simone o ajudou com as bolsas para entrarem à fazenda.

- Tia Elisa já chegou? - Fábio questionou ao adentrarem o casarão.

- Já sim! Tem que ver o que ela preparou lá nos fundos - Eduarda comentou com empolgação.

- Vista roupas mais leves, mãe... Vamos precisar de bastante mobilidade aqui - Fernanda piscou cúmplice para Eduarda.

- Não é andar à cavalo, né? - Simone tentou descobrir o que pretendiam - Estou cansada para isso.

- Eu imagino bem... Difícil manter a frequência nisso - Fernanda gargalhou e correu da mãe quando percebeu seu olhar mortal.

- Não comecem com esses comentários baixos, pelo amor dos céus - Passou as mãos pelo cabelo impaciente.

- Se preocupa não que não terá cavalgadas aqui - Gritou, Eduarda, indo para os fundos antes que fosse evaporada pelos olhos da morena.

- Você não vai começar também, não é Fábio? - Simone colocou as mãos na cintura e virou ameaçadora para o rapaz ao seu lado.

- Por hora tenho mais amor a vida que as meninas - Engoliu em seco e controlou o riso.

- Ótimo - A morena soltou uma respiração longa e esticou as costas - Vá na frente, vou trocar de roupa... Tenho medo do que Elisa aprontou dessa vez.

- Deve ser divertido - O rapaz reforçou, seguindo o mesmo caminho que as outras duas garotas.

Simone foi ao quarto buscar roupas mais leves e casuais, pegou seu celular por um minuto e trocou algumas poucas e sutis mensagens com Alessandro. Um sorriso bobo lhe escapando, expondo suas emoções, ficou aliviada de que ninguém estava ali para ver. Quando desceu e chegou no jardim da fazenda encontrou uma rede de vôlei montada e os filhos, junto a sua melhor amiga, a esperando com uma bola repousada no gramado. Ela revirou os olhos e riu, quase retornando para dentro da casa, mas antes que o fizesse fora puxada pelas filhas para o centro da brincadeira.

O reflexo em seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora