04. Palavras adormecidas

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O barulho da faca que batia sobre a tábua era forte e rápido. Quando a porta da cozinha se abriu e as vozes dos companheiros surgiram no recinto, as batidas aumentaram e o coração acelerou como se tivesse recebido combustível adicional. Sanji virou a cabeça rapidamente para trás, tempo suficiente para ver todos os seus companheiros à mesa, esperando o café, menos aquele espadachim, fato que fez o cozinheiro dar um suspiro de alívio.

Sanji terminou de colocar o último alimento sobre a mesa, hoje seus companheiros resolveram aparecer mais cedo e todos de uma vez. O loiro sentou-se à mesa para também comer seu asagohan, mas o corpo logo paralisou ao ouvir o barulho da porta, de cabeça baixa e o coração a mil, ele ouviu o barulho dos passos pesados se aproximando, o barulho da cadeira sendo arrastada de forma bruta sobre o piso de madeira bem a sua frente, o barulho que as katanas fizeram com o movimento do corpo se sentando.

Sem levantar a cabeça, mas movendo os olhos, o cozinheiro notou o movimento verde à sua frente, sentiu olhos queimando feito chamas sobre si. As mãos de Sanji começaram a tremer, quando viu aquela mão bronzeada surgindo bem a sua frente e pegando alguns onigiris sobre o prato que estava próximo a ele.

— Oi? Zoro. — o coração do cozinheiro saltou um grau ao ouvir esse nome sendo pronunciado pela voz de Chopper — Você tá se sentindo bem? Tem uma mancha roxa no seu pescoço. — e quando a rena terminou a frase, o corpo de Sanji paralisou e quase lhe faltou o ar. — Ah! O seu peito também está cheio de manchas roxas! — Chopper falou desesperado tentando analisar melhor o espadachim.

Sanji quase caiu para trás com um pequeno infarto, a mão segurou o talher com força, as bochechas estavam tão vermelhas que parecia estar em meio a uma tempestade forte de neve.

Todos os presentes à mesa, pararam o que faziam e olharam para Zoro, que assim como Sanji, parecia paralisado.

O espadachim ainda não havia se olhado no espelho hoje, ainda usava a camisa azul com os botões abertos mostrando todo o seu peitoral. Quando olhou para baixo e viu todas aquelas manchas sobre a pele de seu peito e abdômen, sentiu seu rosto pegar fogo feito brasa e não sabia onde enfiar sua cara.

— E-Esse marimo idiota não está doente! — Sanji disse alto levantando-se da cadeira no mesmo instante derrubando-a para trás — Vocês não notaram ontem todos aqueles pernilongos? Eram enormes! Haviam muitos por todo o Sunny!

— Sim. — Usopp disse dando um risinho — Muitos pernilongos loirinhos. — e ele começou a rir — Uaaahh! — e gritou ao receber um chute do cozinheiro — É verdade, havia muitos pernilongos, eles também me picaram veja. — o narigudo disse choroso com o galo se formando na cabeça.

Os outros companheiros na mesa, exceto Nami, Robin e Usopp. Olhavam de Zoro para o cozinheiro, perplexos. Sobre o pescoço branco do loiro também havia uma leve e pequena mancha roxa, quase imperceptível.

— Quê! — os companheiros gritaram em uníssono, deixando o queixo cair, quando notaram que os dois estavam vermelhos.

O espadachim rapidamente e todo vermelho, fechou os botões da camisa, levantou depressa e saiu rápido pela porta. Ele caminhou até o banheiro, abriu a camisa e se olhou no espelho. Havia muitas manchas roxas, principalmente próximas aos seus mamilos. "Tarado" seu cérebro gritou enquanto passou a mão sobre algumas manchas, com uma pequena fúria deu um murro sobre a parede fazendo vibrar, depois saiu e subiu para o ninho do corvo, tirou aquela camisa, pegou o halter mais pesado e começou a se exercitar tentando esquecer os pensamentos em sua mente.

Durante o dia todo, o cozinheiro e o espadachim não se viram, assim como Zoro ficou o tempo todo treinando, o cozinheiro passou dentro da cozinha, nem quando seus companheiros foram dar uma última volta na ilha eles saíram. E nem após quase duas semanas depois haviam se encontrado pelos corredores de Sunny. O espadachim nunca aparecia para as refeições, Sanji sempre preparava alguma coisa para Zoro comer e pedia para Usopp ou Chopper levar até o espadachim.

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