Capítulo 6- A Intrusa na Garagem

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"O amor não é a primeira vista e sim várias visitas"- Esdras Gondim

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O sábado amanheceu ensolarado. Adhara estava ansiosa para ver os carros da família Garcia há muito tempo e não conseguia conter sua alegria desde a noite em que seu pai trouxera o convite do trabalho. Embora devesse estar estudando, uma manhã de folga não faria mal a ninguém, afinal, as próximas provas ainda estavam um pouco distantes.

Ela fez sua oração matinal pedindo a Deus que cuidasse de seu dia e, em seguida, dirigiu-se ao banheiro. Escolheu um jeans novo com uma blusa simples branca com babados nas mangas, mantendo seu estilo natural. Penteou os cabelos e os prendeu, como sempre fazia.

-Bom dia, família!- Cumprimentou a todos ao entrar na cozinha e se juntar à mesa.

-Bom dia, dorminhoca-. brincou o Sr. José com a filha enquanto ela pegava uma sacola de pão.

-Hoje era seu dia de comprar pão.- Acusou o irmão com raiva.

-É sábado, se você quisesse que eu fosse, era só ter me acordado.- respondeu Adhara.

-Mas mamãe não deixou.-Reclamou o irmão.

-Sua irmã está cansada, pare de implicar e termine seu café.- advertiu Dona Ana. -Animada para ver os carros hoje?

-Muito. Será que vou poder abrir para ver os motores, pai?- perguntou Adhara.

José olhou para Alberto com um olhar de entendimento entre pai e filho e sorriu. -Veremos-. respondeu o pai.

-Eu nunca vou entender essa sua fixação por carros- Disse Ana. -Graças a Deus você abandonou a ideia de ser mecânica.

-E qual seria o problema?- perguntou Adhara. -Você é casada com um.

-Bingo.- piscou Alberto para a neta.

-É diferente, você é mulher.-Explicou Ana.

-Está dizendo que as mulheres não têm capacidade, Ana?- Indagou Adhara mais por provocação.

-Não, não é isso. Só estou dizendo que essa profissão não é para você, meu amor. Já temos dois mecânicos nesta casa, três é demais. Seja feliz cuidando de pacientes e não suje as mãos de graxa.

-Já chega desse assunto.-, cortou José. -Já está pronta para ir?

Adhara balançou a cabeça enquanto terminava de passar manteiga no pão. -Vou trocar de roupa, então.

-Pai, deixa eu ir?- pediu Miguel com voz manhosa.

-Não.- Respondeu José. -Você vai sair com sua mãe.

-Por favorzinho...- Suplicou Miguel, juntando as mãos.

-Não vai!- Disse Ana com autoridade. -Você não disse que queria brincar com seu primo? Então vá lá. Sua tia já comprou os ingredientes para fazer a lasanha que você gosta.

-Manda um abraço para sua irmã por mim.- Disse Adhara para a madrasta Ana.

-Claro.

O caminho até a casa do Sr. Garcia era curto, apenas alguns quilômetros de distância. Era um bairro de classe alta, com casas luxuosas separado por uma área de preservação e uma comunidade de classe média, refletindo a segregação social. Em frente ao enorme muro, o pai estacionou o carro.

-Espere, já volto.- Disse o pai, soltando o cinto de segurança e indo até o portão de grades. Adhara observou enquanto ele conversava com alguém do outro lado do portão, provavelmente através de um interfone com monitor.

SUBLIME- A Caminho Da MesaOnde histórias criam vida. Descubra agora