"O amor não é a primeira vista e sim várias visitas"- Esdras Gondim
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O sábado amanheceu ensolarado. Adhara estava ansiosa para ver os carros da família Garcia há muito tempo e não conseguia conter sua alegria desde a noite em que seu pai trouxera o convite do trabalho. Embora devesse estar estudando, uma manhã de folga não faria mal a ninguém, afinal, as próximas provas ainda estavam um pouco distantes.
Ela fez sua oração matinal pedindo a Deus que cuidasse de seu dia e, em seguida, dirigiu-se ao banheiro. Escolheu um jeans novo com uma blusa simples branca com babados nas mangas, mantendo seu estilo natural. Penteou os cabelos e os prendeu, como sempre fazia.
-Bom dia, família!- Cumprimentou a todos ao entrar na cozinha e se juntar à mesa.
-Bom dia, dorminhoca-. brincou o Sr. José com a filha enquanto ela pegava uma sacola de pão.
-Hoje era seu dia de comprar pão.- Acusou o irmão com raiva.
-É sábado, se você quisesse que eu fosse, era só ter me acordado.- respondeu Adhara.
-Mas mamãe não deixou.-Reclamou o irmão.
-Sua irmã está cansada, pare de implicar e termine seu café.- advertiu Dona Ana. -Animada para ver os carros hoje?
-Muito. Será que vou poder abrir para ver os motores, pai?- perguntou Adhara.
José olhou para Alberto com um olhar de entendimento entre pai e filho e sorriu. -Veremos-. respondeu o pai.
-Eu nunca vou entender essa sua fixação por carros- Disse Ana. -Graças a Deus você abandonou a ideia de ser mecânica.
-E qual seria o problema?- perguntou Adhara. -Você é casada com um.
-Bingo.- piscou Alberto para a neta.
-É diferente, você é mulher.-Explicou Ana.
-Está dizendo que as mulheres não têm capacidade, Ana?- Indagou Adhara mais por provocação.
-Não, não é isso. Só estou dizendo que essa profissão não é para você, meu amor. Já temos dois mecânicos nesta casa, três é demais. Seja feliz cuidando de pacientes e não suje as mãos de graxa.
-Já chega desse assunto.-, cortou José. -Já está pronta para ir?
Adhara balançou a cabeça enquanto terminava de passar manteiga no pão. -Vou trocar de roupa, então.
-Pai, deixa eu ir?- pediu Miguel com voz manhosa.
-Não.- Respondeu José. -Você vai sair com sua mãe.
-Por favorzinho...- Suplicou Miguel, juntando as mãos.
-Não vai!- Disse Ana com autoridade. -Você não disse que queria brincar com seu primo? Então vá lá. Sua tia já comprou os ingredientes para fazer a lasanha que você gosta.
-Manda um abraço para sua irmã por mim.- Disse Adhara para a madrasta Ana.
-Claro.
O caminho até a casa do Sr. Garcia era curto, apenas alguns quilômetros de distância. Era um bairro de classe alta, com casas luxuosas separado por uma área de preservação e uma comunidade de classe média, refletindo a segregação social. Em frente ao enorme muro, o pai estacionou o carro.
-Espere, já volto.- Disse o pai, soltando o cinto de segurança e indo até o portão de grades. Adhara observou enquanto ele conversava com alguém do outro lado do portão, provavelmente através de um interfone com monitor.
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SUBLIME- A Caminho Da Mesa
RomanceEm uma trama de destinos entrelaçados há um lembrete de que o destino pode unir aqueles que, à primeira vista, parecem viver em mundos diferentes, mas nesse emaranhado de emoções e conflitos, ambos são levados a questionar o que estão dispostos a sa...