Capítulo 11- O emprego é seu!

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Adhara estava indo almoçar quando recebeu a ligação do pai, ela só faltou pular de alegria. Pelo que tinha entendido era para cuidar de uma senhora com Alzheimer, ela nunca tinha feito nada do tipo, mas com certeza tinha muita paciência para aprender. Sabia ao menos como a doença funcionava. Ela estava presente quando ouviu o Dono da casa dizer algo como "ofereça um salário excelente" mas por não ter experiência talvez iriam abaixar o valor.

Quando ela pensou a respeito da proposta, fez uma breve oração e se lembrou da palavra que diz "Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração" e naquele momento ela estava em paz.

Quando saiu da faculdade ela foi direto para o serviço do pai, chegando na casa foi muito bem recebida por Maria e quase desmaiou ao ouvir o valor que receberia pelo serviço. Qualquer enfermeiro ou acompanhantes sonharia com o salário, tudo isso para acompanhar uma senhorinha?

-Antes tenho que te apresentar a Senhora que você vai ajudar, faça com que ela goste de você e o emprego é seu!

Maria fala levando-a até a sala de jantar que estava uma senhora fofa de cabelos brancos e olhos azuis. O lugar fazia jus a entrada da casa, era um espaço luxuoso e acolhedor, tinha as paredes em tom de marfim com detalhes em dourado como se tivesse sido entalhado à mão. Uma imponente mesa de jantar de madeira maciça ocupava o centro da sala, cercada por cadeiras estofadas em veludo carmesim. Lustres de cristal pendiam do teto alto, enquanto grandes janelas em arco ofereciam vistas para jardins. Um aparador de mogno e uma lareira de mármore branco completava o cenário que Adhara achou que nunca veria fora dos filmes.

-Senhora, eu trouxe a nova funcionária da casa, Adhara.- Catharina, que ainda não tinha se esquecido da cena que aconteceu de manhã olha para a jovem sem muito entusiasmo.

- Você não é outra enfermeira, é?

-Não Senhora.- Adhara respondeu estranhando a pergunta.

-Qual é sua função mocinha? Maria não costuma fazer tanta cerimônia quando me apresenta um novo funcionário.

Maria sorri contente por a Senhora ainda se lembrar disso.

-Você não quis uma enfermeira, então eu te trouxe alguém apenas para te fazer companhia. E escolhi uma jovem muito simpática.

-Não sei se sou tão simpática assim, mas prometo me esforçar. - Adhara completa sorrindo e quase tremendo de vergonha, tentando ser o mais agradável possível.

A idosa olha para Adhara quase com reprovação e a analisa dos pés à cabeça exatamente como o neto havia feito dias antes. Estava no sangue. Mas diferente do neto, ela no fim não a ignora, apenas volta e fixa os olhos nas sapatilhas gastas da menina que já a tinha repetido muitas vezes naquele ano, inclusive já havia soltado a sola e sido colada novamente com uma super-cola. Tirando esse detalhe a sapatilha estava limpa, e a menina estava vestida com uma blusa rosa clara e calça jeans, seus cabelos escuros e longos presos em um rabo de cavalo e a mochila surrada pelo peso que sempre carregava estava ajustada em suas costas. A idosa permaneceu em silêncio por alguns segundos como se pensasse em algo.

-Inacreditável...Já vi mais decoro em um curral!- Fala tão baixo que Adhara não sabia se tinha escutado direito, se ria ou se sentia muito ofendida. -Então menina, já jantou?

-Ainda não senhora.

-Maria, prepare um prato extra para a jovem. Parece que ela está faminta.

Adhara arregala os olhos para Maria, Não esperava encontrar simpatia na idosa, imaginando que talvez estivesse doente, mas logo percebeu que estava enganada. Apesar da aparência antipática, a idosa parecia estar perfeitamente lúcida. O gesto de oferecer comida foi interpretado por Adhara como uma tentativa de humilhação, embora ela realmente estivesse com fome naquele horário, ela não era uma faminta.

SUBLIME- A Caminho Da MesaOnde histórias criam vida. Descubra agora