Capítulo 11 - Sangue, Café e Gatinhos

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MEW

Os dias foram passando e aos poucos as feridas foram cicatrizando. Eu o ajudava da maneira que podia, dava comida em sua boca, ajudava no banho... Tudo com muita cautela. Ele passava os dias assistindo tv, ouvindo música e dormindo, enquanto eu, trabalhava remotamente.

Alguns dias, Ise vinha até meu apartamento e me colocava a par de tudo o que eu precisava, trazia documentos, redigia contratos, atendia ligações. Eu me sentia mentalmente esgotado a ponto do meu estresse triplicar.

- Ai! – O resmungo dele enquanto se movia na cama, me deixou alerta.

- Está tudo bem? O que está doendo? – Olhei em seu rosto que tinha uma expressão de dor.

- Eu apenas apoiei minha mão na cama. Ainda dói. Que horas são? – Ele pergunta me olhando.

- Quase... 3 horas da manhã. Você dormiu desde às 17h. Está com fome? Quer comer?

- Não quero dar trabalho. Já basta todos esses dias. Vou voltar a dormir.

- Nada disso. Taeng deixou algumas coisas prontas para o fim de semana. Eu vou esquentar um pouco para você.

- Não precis... – me aproximei dele e o calei com um beijo. Ele correspondeu de maneira tímida e doce.

- Precisa. Quero meu namorado saudável. Não pode ficar sem comer.

Saí do quarto, indo até a cozinha. Enquanto esquentava a comida e beliscava algumas uvas, sinto meu telefone vibrando no meu bolso. Atendo sem ver quem era.

- Alô?

- Ah! Graças a Deus. Achei que tinha morrido. – Gina diz e eu apenas reviro os olhos.

- O que quer? Estou ocupado. – Tirei o prato do micro-ondas e comecei a cortar os legumes.

- Estou querendo ver meu amigo, sair para beber... Fazer outras coisas... – Ela diz em um tom malicioso.

- Agradeço o convite, mas passo. Não estou a fim de beber, não estou interessado em sexo casual. – Sexo só se for com ele. De prefe... Melhor eu parar com esses pensamentos pervertidos. Desde o dia que o pedi em namoro, não tive nenhum tipo de caso de uma noite. É frustrante ter que resolver em minhas mãos, mas eu serei fiel a ele.

- Ata. Virou celibatário agora, Suppasit? Logo você que sempre teve uma mulher na cama como um objeto? Não acredito que vai desperdiçar uma noite de sexo.

- Não. Não virei celibatário. Apenas não quero mais, ok? Eu... Eu estou namorando alguém. E vou ser um homem fiel.

- Uau! Depois de anos falando que “jamais amaria” “jamais se apaixonar” resolveu virar pau mandado de novo? Resolveu...

Desliguei o telefone e bloqueei Gina. Tudo o que eu não precisava agora era ela me infernizando. Arrumei a bandeja e subi para o quarto. Assim que eu abri a porta, ele não estava ali. Coloquei a bandeja na cama e comecei a procurar.

- Gulf? – Olhei em todo lugar e nada. Até que senti um ar fresco vindo da janela, mesmo com as cortinas fechadas. – Ai está você.

- Estou com calor. – Coloquei minha mão em sua testa e pescoço para sentir a temperatura.

- Está com um pouco de febre. Temos que ir no hospital..

- NÃO! Não quero voltar. Fica comigo. – Fui para o closet e peguei um lençol, voltando para a varanda.

- Você está sem camisa, pode pegar um resfriado. – Deitei do seu lado na poltrona de vime e o cobri com o lençol. Ele se aconchegou em meu peito e acabou dormindo. Ou era o que eu pensava.

Dança com lobosOnde histórias criam vida. Descubra agora