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O garoto de cabelos longos e cacheados estava sentado na frente do lago dos amantes junto com seus amigos de banda, era o lugar que mais gostavam de ficar, atrás da casa de Rick olhando a vista, bebendo e fumando qualquer coisa que tivessem.
Eddie não conseguia parar de pensar no que fazer, então chamou os amigos para uma pequena reunião e agora estavam todos tentando entender o problema, depois de um grande monólogo do guitarrista expressando o quão confuso e frustrado estava.
— Ela vai fazer o quê? Cantar? — pergunta Peter, o baixista da banda.
O garoto tinha os cabelos cacheados na grama e um cigarro entre os lábios, estava deitado olhando o céu em cima dele.
— Deve ser, ela toca piano. — Eddie diz sentado com uma cerveja em sua mão.
— A escola não vai passar uma banda de rock com tanta facilidade. — fala Alex enquanto batucava suas coxas com as baquetas.
O baterista era o mais velho e o que parecia não ter todos os neurônios queimados, tinha cabelos lisos e bem escuros, sempre usando suas camisas de flanela.
— Então temos que torcer pra ela ser bem ruim. — Peter disse e soltou a fumaça de seus pulmões.
— Eu não gosto de desanimar, até porque foi ideia minha. — começa o guitarrista. — Mas pelo o que eu vi, ela deve ser bem profissional.
Eddie lembrava das inúmeras músicas na pasta em cima do piano e do tom sincero do professor ao sair da sala elogiando a garota, ela já era querida pelo o homem e aparentemente muito talentosa.
— Estamos fudidos então! — o baixista exclama. — Que grande pé no saco!
— Você tem certeza que ofereceu de tudo pra ela sair? — Alex pergunta olhando Eddie.
— Só faltava eu ajoelhar na frente dela, eu ofereci dinheiro e um de vocês, ela ainda se sentiu ofendida! — diz Munson massageando as têmporas.
— Óbvio, olhando pra você o que ela ia pensar dos amigos? — Peter provoca e o guitarrista lhe mostra o dedo do meio.
— O que uma garota ia querer fazer em uma competição de talentos musicais? — pergunta Alex pensando.
— Uau! Isso foi uma das coisas mais machistas que eu escutei essa semana. — diz o guitarrista com as sobrancelhas franzidas.
— Não! Não nesse sentido! — fala o baterista gesticulando. — Ninguém parece querer sair daqui, a conheceríamos se ela não fizesse parte da comunidade com cérebro de ervilha.
— Ela não faz parte do grupinho de populares, se não eu lembraria do rosto dela em pelo menos alguma festa. — Munson explica e dá mais um gole em sua garrafa.
— Outro motivo pra ficar com medo, excluídos sempre são bons. — diz Peter olhando para o céu.
