com os joelhos nos
peitos
ela começa, num
exorcismo pessoal
a falar
das coisas que foge
e eu consigo imaginar
uma porção de brutamontes
chorando
ao fim
da primeira fraseconforme a fumaça dança
entre meu nariz e meu
queixo
ela continuavocê fez tantas
coisas
pela primeira vez
sem mim
ela disse
que não existe um buraco
onde eu possa ser
especial
entende?num instante de
silêncio
que somente ela e
eu poderíamos
interpretar como rude
elevo o tomnão importa com quem estivemos
digo, ou
quantas vezes
fizemos o que faremosa mágica que nos queima
existe
no instante onde o presente
se torna memória
e o passado canta outra versão
da mesma
música
e ela me retorna
um olhar
doente e distante
perfeitamente
alcançável