cru

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um impulso seja lá de onde vem
me impede de parar
de olhar você
e agora o seu rosto
os movimentos
os cacoetes
tudo isso que sempre existiu
fácil
e a força que desenha você
no quadro do meu corredor
nunca antes tão formidável
até hoje

nunca fui um fã de gratidão
e sempre tive na morte a identidade
eu te fui a morte da nostalgia
da esperança
e do impossível
você foi nada além de vida, em todas circunstâncias
fui a razão do fim

mas eu sigo te encarando embora a luz
machuque meus olhos
não quero perder um segundo
o seu rosto me diz que isso vai acabar
muito em breve
e eu espero que consiga ler
nos meus olhos a súplica
que não

o que eu quero é indefinido, agora
eu quero morar num momento
negligenciar que não pertenço
a isto
e ser, de fato, grato
como tenho sonhado em ser
vida

então você desaparece
e o seu nome surge
dizendo tchau
como a realidade esmagando qualquer expectativa

dói, e eu sinto muito.

Depois do amor vem o quê?Onde histórias criam vida. Descubra agora