Notas da Autora:
HI-YOOOO MEUS AMORES!
Volta o cão arrependido, com o rabo entre as pernas... É, pois é. Olha quem não consegue ficar longe dessas criaturinhas coloridas.
Seguinte, eu tenho uma grande apreciação por nostalgia e há quem diga que é porque sou de câncer. Meu coração sentia saudade desse negócio de fic, e de trabalhar com nossos amados trolls. Minha saúde mental é decadente, eu ainda tô tentando (e falhando kk) pôr minha vida no lugar. Só que a cura é um processo estranho, e a criatividade também. Então parei todas as minhas responsabilidades (sabe, como um adulto de verdade) para começar esse projeto aqui, conforme eu ansiava.
Quero que isso seja um bom lugar, sem pressão. Não vou agendar atualizações, não vou garantir que vai ser SFW mas também não sei se vai ter NSFW. Mas não significa que será passeio! Terá qualidade, garanto (acalmem-se!). O roteiro já está pronto~
Boa leitura!
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O sentimento esteve lá desde que aprendi que trolls podiam perder as cores. Aquela gratidão agridoce. Eu sabia que era privilegiada; que minha vida era boa, boa demais. Por onde quer que eu andasse, havia sorrisos, música e dança. Mas nos olhos de todo troll mais velho - como meu pai - havia uma escuridão que eu desconhecia. Era como um fantasma do passado que não se desgrudava de suas almas, e que temiam que revivesse e os engolisse.
Não que eu não conhecesse a tristeza. É estúpido que as pessoas presumam isto sobre mim. Eu chorava, sentia o peito apertar, conhecia dor e ardência e decepção e ansiedade e... Aquela gratidão dolorida. Mas eu sabia que nada daquilo era sofrimento. Não, o sofrimento ainda estava por vir. Foi a conclusão que cheguei: "Minha vida é boa demais, porque isso tudo é passageiro".
Quando os bergens quase extinguiram meu povo e eu soube o que é estar cinza, pensei comigo que meu débito com o equilíbrio tinha sido pago. Por algum tempo, a sensação de estar amaldiçoada me deixou. Tal tempo, entretanto não durou. Logo aquele sentimento estava de volta. E desta vez ele permaneceu.
Isso é, até a maldição me alcançar. Sem aviso, sem nada que eu pudesse fazer. Fui dormir com meu marido. O sol raiou. Eu acordei. Ele não.
O choque me paralisou. Não conseguia me mover, mal conseguia pensar. Sei que Nina nos encontrou. As próximas horas passaram por meus olhos como borrões. Eu só recobrei a consciência quando vi todos aqueles trolls em volta do caixão. Me lembro que não ousei olhar para o rosto dele. Fiz um discurso sorrindo, enquanto sentia as lágrimas caírem e o meu peito se abrir. Encorajei amigos a se aproximarem e falarem. Trouxe flores. E quando o caixão desceu, eu permaneci com os olhos fechados e o sorriso estático.
Minha nação não me veria cinza — não de novo.
Não me tranquei em negação ou fantasia, veja bem. Sei o que meu (falecido) marido diria sobre isso. Encarei a realidade, sem lentes de otimismo. O meu luto eu vivi no abrigo (O abrigo de sobrevivência camuflado e altamente fortificado, à prova de bergen). Chorei, gritei e quebrei coisas em alguns dias. Em outros eu permaneci na cama, imóvel, calada e em jejum. Me forcei a me reerguer e voltar à superfície, após um período. Chorei mais. Governei com sorrisos falsos e energia baixa pelo tempo que precisei. Em algum momento as coisas ficaram mais fáceis e eu pensei que foi isso.
Por cinco anos, tinha em meu coração que tinha seguido em frente. Eu amei, eu perdi. Era simples. Quer dizer, a aliança jazia em uma caixa no fundo do meu armário. Eu podia falar nele sem lacrimejar. Meu reino só prosperava. Eu me sentia feliz de novo. Gostava do jogo de sedução — e beijava quando a isso me sentia inclinada. Até tive paixonites... Não correspondidas, mas isso eu já não posso controlar. Havia dias em que as pessoas me diziam "você está radiante", radiante! Imagine só. Uma viúva radiante é uma viúva bem-resolvida.
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Probabilidades Estatísticas do Nosso Desamor | Trolls
FanficUma tragédia empurra a rainha da felicidade para dentro de uma sub-existência, presa em uma vida medíocre após ter experimentado em abundância os melhores dos sentimentos. Quando ela descobre uma maneira de ir para outras realidades, começa uma jorn...