Um Falho Teorema de Moralidade

140 9 140
                                    

Notas Iniciais da Autora:

    Gente do céu. Okay, esse cap... Nossa. Genuinamente nem sei o que dizer. 

    Boa leitura.

((Deixem estrelas e comentários e assim alimentem uma autora em necessidade))

• ۵ • ━────「※」────━ • ۵ •

       Esta sensação costumava ser comum.

       Foi o pensamento que primeiro me invadiu assim que ganhei consciência. Estava deitada em uma cama macia e sentia mãos grandes e quentes acariciarem minhas costas. Tão perto que eu podia sentir uma respiração se mesclando com a minha. Havia uma manta sobre minha pele nua; e pernas entrelaçadas nas minhas. Meu coração emanava segurança, amor e alegria. Eu tinha certeza que era o meu amado comigo, devido ao cheiro. Branch e seu cheiro almiscarado e terroso. Petricor, noz-moscada, pinheiro... Reconheci também o familiar odor de fluidos misturados e seus relatos de paixão. Quando abri meus olhos, o encontrei olhando para mim.

       Havia pouca luz iluminando o cômodo, mas o olhar apaixonado de Branch era vívido e etéreo como um anjo luminescente. O rosto jovem sequer expunha linhas de estresse. Suas verdadeiras cores se apresentavam claras e fulgurantes, como se tivesse acabado de as recuperar... Ou como se nunca as tivesse perdido. Prendi a respiração, com medo de que se respirasse rápido demais ou se meu coração acelerasse sobremaneira, eu seria expulsa deste universo.

— Bom dia. — Sua voz saiu grave e rouca. Aquele sorriso parecia amplo e inocente como se sua alma só conhecesse a felicidade. — Acho que dormimos demais.

— Estamos... Juntos. — Eu gaguejei.

— Sempre estaremos. — Ergui a mão para tocar seu rosto e percebi que minha pele se camuflava na dele.

       Recolhi a mão no susto. Encarei o azul.

— Você está bem, mana? — Ele segurou minha mão. Meus olhos arregalados se fixaram em nossas peles por vários segundos antes de começarem a inspecionar o quarto. Se parecia com um cômodo do Abrigo do Medo, mas as paredes estavam pintadas de lilás. A única fonte de luz era um abajur. Assim que vi um espelho, me afastei do corpo de Branch, caindo da cama no processo. — Woah! Poppy! O que está havendo?

       Corri para frente do espelho. Nua em pelo, me encarava de volta uma imagem diferente de todo corpo que já habitei. Minha pele naquele exato tom turquesa, talvez um pouco mais clara; meu nariz roxo, meus cabelos e olhos rosa-choque pareciam a única coisa fiel ao que eu conheço. Os traços de meu rosto muito se assemelhavam com os de Branch, embora eu ainda podia me reconhecer.

       Ele se aproximou e me puxou para seus braços, tirando com cuidado mechas de cabelo da minha face.

— Aquele sonho de novo, mana? — Questionou.

       "Mana"?

— Eu já falei. O vírus se foi. Não seremos contaminados. Estamos seguros. — Ele beijou minha boca, um selinho demorado ao qual não consegui reagir. — Não perderemos um ao outro.

       "Vírus"? Certo, estou bem mais perdida do que normalmente. E arrancar informações do Sr. Paranoia sem plantar suspeitas em sua mente é um desafio e tanto.

— S-Sim... Você tem razão. — Tentei sorrir. Ele correspondeu e me pegou no colo, sustentando minha nudez contra seu abdômen. Nos conduziu por alguns corredores, confirmando minha suspeitas de que estávamos no bunker. Chegando na cozinha, ele me deixou sentada à mesa.

Probabilidades Estatísticas do Nosso Desamor  | TrollsOnde histórias criam vida. Descubra agora