Nossa Química é Arco-Íris Intravenoso (parte 2)

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       Eu gritei horrorizada, sentindo o choque levar meus batimentos por um longo momento. Aspen Heitz levantou da própria cadeira. Branch projetou a cabeça para trás com o impacto, largando a arma. Os olhos vermelhos ainda abertos agora estavam opacos, o brilho apagado. O seu corpo balançou, perturbadoramente mole, para trás e então, a atingir as costas da cadeira, voltou a cair para frente. Sua cabeça atingiu a madeira com um baque grave. Silêncio decaiu sobre o cômodo como uma maldição. Eu paralisei. Minha mente misturou visão e memória. Meu mestre estirado na mesa; o meu marido sem pulso na cama, naquela manhã maldita.

       Só havia uma diferença.

       Desta vez, Branch ergueu a face, abrindo um sorriso desvairado, seu olhar psicótico. A boca era uma confusão de glitter e sangue. Ele começou a gargalhar com gosto, uma risada histérica e insana. Batia o punho contra a mesa, apontando para a expressão do seu opositor. Seu irmão o acompanhou, como se estivesse segurando a risada há muito tempo, mas Hickory parecia irritado.

— AHAHAHAHAHA! Por tudo que é trollado, HAHAHA! Você tinha que ter visto a sua cara! E o pior — Finalmente olhou para mim. — a sua atuação? Foi perfeita, ele realmente acreditou. Até pareceu que não tinha me visto fazer isso uma dezena de vezes, AHAHA!

— Eu diria uma centena. — Hickory revirou os olhos.

— Era falsa, seu bocó!! — O roqueiro colocou mais balas no revólver e atirou no próprio irmão, que ganiu com o impacto do projétil que explodiu glitter pelo seu abdômen. Então eles dois continuaram rindo e apontando um para o outro e para Aspen, que encarava a cena com quase tanto terror quanto eu. — Ai, puta que me pariu, essa porra nunca perde a graça!

       Branch cuspiu no chão o sangue e glitter acumulados na sua boca e se levantou, arrumando o casaco.

— Volto para brincarmos mais depois. Talvez você goste de conhecer os meus peixinhos. Esta parte o meu bebê não precisa ver. — Ele ofereceu o braço para mim. Acho que eu não conseguiria sair daquele estupor e me mover, senão fosse aqueles orbes carmim me encarando. Ele parecia ter controle sob mim a nível molecular. Trêmula, me encaixei ali e ele nos guiou para fora do cômodo. — Estava me esperando, ou esperando Archer? Eu estou sem tempo, e ele bebeu. Eu não te avisei ontem que seria a Nina que te levaria para a sua aula de yoga?

— C-Comer... — Murmurei, minha voz não superior a um sussurro, ainda impactada pelo que vi.

— Creek e Cybil sempre te dão café da manhã. É parte da terapia holística comer comida preparada com alquimia, não é? Sei que nem sempre é bom, mas aguente. Quando voltar, eu te dou doces! — Ele caminhou comigo até o lado de fora, onde Nina me esperava em um veículo preto. Trajava um terno e óculos escuros. Branch abriu uma porta de trás para mim e me auxiliou a entrar. Me deu um selinho demorado. — Cuide bem da minha pet.

       Havia um "ou..." nas entrelinhas que não precisou ser pronunciado. Eu sorri amarelo enquanto ele fechava a porta. Nina deu a partida.

— Estúdio de yoga? — Questionou.

— Não. — Eu não queria ver a cara do Creek nem em situações normais. Depois desta manhã, eu só quero alguém com que eu me sinta acolhida. — Vou para a casa do meu pai.

       Ela hesitou, provavelmente com medo de compactuar comigo saindo da rotina que seu patrão esperava que eu seguisse, mas então começou o trajeto. Aparentemente Nina e eu não temos intimidade neste universo, então cruzamos a fonteira Rock-Pop em silêncio. Eu senti vontade de chorar, mas me repreendi. Ele não sabia o que estava fazendo. Era uma brincadeira. Está tudo bem. Ele está vivo. Não há porquê você estar tão impactada. Acalma esse coração. Sim, esquece isso. Você gostou daqui, então é melhor não arruinar tudo com hipersensibilidade. Cresce. Supera. Supera. Supera...

Probabilidades Estatísticas do Nosso Desamor  | TrollsOnde histórias criam vida. Descubra agora