Pobres São de Marte, Prostitutas São de Vênus

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Notas Iniciais da Autora:

   Pessoal, demorou porque esse capítulo foi UM INFERNO de escrever. Foi difícil por uma enxurrada de razões, mas meio que elas são um tanto quanto... Tá bom, muito autistas. Enfim rs

  ⚠  ALERTA DE GATILHOS: Contém prostituição, tráfico humano (cof cof troll, no caso), drogas lícitas, drogas ilícitas, palavrões, insinuação sexual... Gente esse capítulo tá muito pesado (me desculpem!!!). Novamente digo, a classificação etária desta fic é precisa. Talvez vocês saiam traumatizados.

   O lado bom de nn ser popular é que eu não preciso temer que a DreamWorks ou a Globo achem as atrocidades que eu faço com essas criaturinhas kkkk

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       Ainda não estava acostumada a saltar enquanto dia, quando meu outro "eu" já havia iniciado sua rotina. Senti meus arredores mudarem, uma pressão momentânea no ouvido e então minha visão embaçada foi lentamente focando. Um troll da música Clássica me encarava com uma carranca impaciente por detrás de um balcão. Olhei em volta. O lugar parecia a entrada de um hotel da tribo K-Pop. Havia uma pequena fila atrás de mim.

— A mesma garota, sim ou não? — Questionou, e tive certeza que não foi pela primeira vez.

— Perdão? — Me assustei ao ouvir o tom grave da minha própria voz. Levei, instintivamente, a mão até minha garganta. Tremi ao sentir um pomo de adão. Desci o olhar, encarando meu corpo. Não havia nem sinal dos meus seios. Meus ombros estavam largos, os braços fortes. Nas calças do meu macacão azulado, certo volume se pronunciava.

       Tá, isso é novo.

— Pappy, por tudo que é trollado. Você podia esperar para beber aqui, pelo menos. Vou te colocar com a mesma garota. Só continuo perguntando por ser protocolo, mesmo. — O troll pegou de minhas mãos um pedaço de plástico e passou em uma máquina. Virou-se para um computador. — Já sei que é débito. Vou ver se passa com o preço de todos os horários diurnos. Está ouvindo?

— Onde... Onde é que eu estou? — Me aproximei, e percebi o modo leve que me movi e como minha cabeça pareceu girar.

— Puta que me... — Ele recostou o punho cerrado na testa. — Madre Cubare. Seja bem-vindo. Aqui, passou. Quarto 3.

       Ele me entregou o pedaço de plástico, mais uma chave e um papel amarelado. Não consegui ler as letras miúdas, porque este cara estava certo: eu estou bêbada. Bêbado? Isso vai ficar confuso.

— Quarto 3, Pappy! — Repetiu, batendo palma. Um outro homem atrás de mim me empurrou para a direita.

       Murmurei desculpas e segui a direção que me foi mostrada, ainda sem entender absolutamente nada. Após a entrada, começou um corredor com vários quartos. Rapidamente encontrei o três e inseri a chave, mas não antes de ouvir barulhos escandalosos vindo de outras suítes. Não só escandalosos; obscenos. Ah, entendi. Estou em um cabaré. Senti-me corar e pensei em dar a volta e ir embora. Porém pareceu uma má ideia negar um quarto para descansar meu corpo entupido de álcool. Aposto que a garota ficará grata de ter que lidar com alguém que apenas quer companhia.

       Respirei fundo para tomar coragem e virei a maçaneta. Entrei no quarto, trancando a porta atrás de mim. Rapidamente notei a figura acinzentada vestindo um hanbok roxo e dourado, prostrada com o rosto no chão, mãos adiante da cabeça.

Probabilidades Estatísticas do Nosso Desamor  | TrollsOnde histórias criam vida. Descubra agora