Te quiero

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                                                                                               Alina 

Eu vi em câmera lenta quando Matías partiu pra cima do Yuri, o soco foi tão forte que Yuri quase caiu pra trás. Ele se reequilibrou tocando o supercílio ensanguentado.

Yuri partiu pra cima, e eu me desesperei. 

Como eu poderia separar dois homens com mais de 1,80 metros de altura?

-Parem com isso! - Eu pedia em volta deles. E era como se eu não existisse. 

Eu não podia simplesmente me meter no meio dos dois, quem apanharia seria eu.

Yuri empurrou Matías contra a parede o segurando pelo colarinho da camisa e o devolveu o soco, ouvi o som oco quando sua mão encontrou o rosto do Matías.  

Matías empurrou Yuri com força, forçando ele a ir pra trás, foi tão rápido que eu mal pude acompanhar, mas Yuri se curvou quando o punho fechado de Matías se chocou contra sua costela. 

-Parem com isso pelo amor de deus! - Eu sentia lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Eu torci pra que Yuri parasse, mas ele já estava pronto pra partir pra cima de novo, ouvi o elevador parar no meu andar, suspirei de alívio, quando Laura e Roni sairam dele afobados. 

Roni arregalou os olhos quando viu os dois atracados correndo em direção a eles. Laura correu pro meu lado se certificando que eu estava bem. 

-Olhem a merda que vocês estão fazendo! - Roni esbravejou nervoso, no meio dos dois. 

-Não se mete cara. - Yuri rosnou. 

Roni perdeu a paciência e segurou Yuri pelo ombro, sacudindo-o com firmeza.

-Você 'tá com a mulher grávida em casa porra! - Yuri colocou uma das mãos na costela, fazendo uma careta de dor. - 'Vamo embora. - Roni começou a empurra-lo pra fora. 

Matías permanecia encarando Yuri, seu nariz sangrando.

-E você - Roni apontou pra Matías. - Vamos conversar depois. - Disse antes de enfiar Yuri no elevador, apertando o botão rapidamente. 

Soltei a respiração que eu prendia passando as mãos pelo rosto nervosamente. 

-Como você sabia? - Perguntei pra loira.

-Yuri me ligou. - Ela falou baixo. - Eu vim o mais rápido que pude. Você 'tá bem? - Perguntou 

-Sim. - Falei. - 'Tô bem. Obrigada. - A abracei. 

-Vou deixar vocês... sozinhos. - Falou enxugando meu rosto com manga da sua blusa. -Belo soco. -Falou pra Matías dando um sorrisinho. Assim que ela fechou a porta eu o encarei. 

Seu casaco estava totalmente amassado, cabelos desgrenhados e um filete de sangue escorria do seu nariz. Cruzei meus braços irritada. 

-Desculpe. - Foi o que ele disse, parecia envergonhado. - El me tirou do sério. 

-E você achou que a melhor maneira seria resolver isso no soco? - Perguntei dando as costas pra ele. Precisava achar o kit de primeiros socorros. Matías veio atrás. 

-Me ha estado provocando a días! - Justificou e eu o olhei feio. 

-Vocês são companheiros de equipe! - Eu estava nervosa. - Como vão lidar com isso agora? 

-Foda se ele. - Era a primeira vez que eu o ouvia xingar, e foi adorável. Reprimi um sorriso e peguei a caixa de primeiros socorros. 

-Espero que ele tenha quebrado o seu nariz. - Falei, eu não queria de verdade. A dor de cabeça que isso daria, afastamento de jogo, explicações... minha cabeça doia só de pensar. Matías gargalhou. 

Inesperado | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora