Sogra

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                                                                                             Alina
                                                                Alguns dias depois 

Eu estava exausta, sentia meu pés latejarem de dor. Eu e Laura já tínhamos visitado mais de oito imóveis, procurando pelo imóvel ideal. E nenhum nos agradou. 

Quando contei minha ideia pra minha amiga louca, ela amou; e no dia seguinte apareceu na minha casa com os papéis da sua demissão. Seríamos sócias. 

Eu fiquei em êxtase. Laura era uma ótima profissional e minha melhor amiga. Além do que, com uma sócia, seria mais dinheiro pra investir. Estava tudo caminhando pra dar certo. 

Nós optamos por alugar uma sala comercial, pra que pudéssemos receber os clientes quando necessário. E hoje foi o dia que tiramos pra resolver isso. Nós não queríamos nada exagerado, afinal, seria apenas nós duas. Mas queríamos algo que nos agradasse, um lugar com uma boa localização e que nós pudéssemos deixar com a nossa cara. 

O corretor de imóveis ainda tinha duas opções pra nos mostrar, mas eu já estava desanimada. Não é possível que não tinha um imóvel legal no preço que pudiamos pagar. 

Fomos no carro seguindo o corretor, dessa vez Laura dirigia. Eu comia uma barra de ceral pra evitar uma morte por inanição. 

-Eu 'tô sentindo que agora vai. - Laura comentou. 

-Não vou nem criar esperanças. - Falei. 

-Otimismo minha cara, tenha fé!  

-Meus pés estão me matando! - Comentei. - Eu devia ter vindo de tênis. 

Eu usava um saltinho, não era muito alto, e o salto era plataforma. Mas mesmo assim, eu sentia como se meus pés estivessem em carne viva. 

-Burra 'pra caralho também viu. - Me xingou. - Cheio de jordan's um mais lindo que o outro naquele teu closet, e você me vem de salto. 

-Me erra. - Murmurei mal humorada. 

Estacionamos em frente a uma praça, era bem agrádavel, e as árvores fazia com que ficasse fresco; minha vontade era de ficar por ali mesmo. O corretor nos guiou até um prédio alto, todo espelhado. Franzi o cenho ao passar pela recepção toda de mármore. Aquilo custaria um rim. 

Fomos até o oitavo andar, e entramos em uma sala. Cheirava a tinta fresca; provavelmente pela pintura recente das paredes. 

Era literalmente, uma sala, porém ampla. Tinham duas portas bonitas de madeira que eu julgava ser banheiro. E ela toda espelhada, nos dava visão completa da praça a frente e dos inúmeros prédios que nos cercavam. Girei meu corpo 360° observando os detalhes. Abri a primeira porta com Laura ao meu encalço, era um banheiro. Com ótimos acabamentos. Na outra porta era um cômodo de apoio; e era o espaço perfeito pra ser feito de arquivo. 

-Podemos encher de armário. - Falei apontando para as paredes. - Seria um bom lugar pra colocarmos o arquivo.  - Laura assentiu sorrindo. 

-Acho que achamos nosso escritório.  - Ela comentou, passando seu braço pelo meu pescoço. Ouvi o corretor suspirar de alívio. Nem ele aguentava mais rodar pela cidade. 

-Está dentro do nosso orçamento? - Perguntei e ele concordou.

-Está sim. E é novo, o imóvel nunca foi locado. - Sorri. 

De lá fomos direto para a imobiliaria, assinamos nosso contrato e oficialmente estava nascendo nosso escritório de contabilidade. 

Ainda tinha muito o que resolver, mas por hoje era só. e após deixar Laura em casa, voltei pra minha própria casa. Exausta. 

Inesperado | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora