Susto

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                                                                                                                       Yuri 

Roni me enfiou dentro do meu próprio carro, não permitindo que eu dirigisse. O silêncio dentro do carro era ensurdecedor. 

-'Tá indo pra onde? - Finalmente perguntei

-Pra minha casa. - Ele respondeu 

-Não cara, eu preciso ir pra casa. 

-Quer aparecer em casa todo quebrado desse jeito porra? Tua cara 'tá toda fodida.

-Não é pra tanto. - Resmunguei. 

Ele não me respondeu, e eu não falei mais nada, ou era provavel que eu levasse outro soco. 

Minha costela doía, aquele filho da puta me acertou em cheio. A pele em torno do meu olho esquerdo dava sinais que ficaria roxa, e um corte no supercílio fez com que sangue escorresse. Mas eu tirei sangue dele também, e tiraria muito mais se o Roni não aparecesse. 

Quando chegamos, sentei no sofá sentindo a lateral do meu corpo latejar. 

-Mais um pouco que eu demorasse, e você ia 'tá fodido. O maluco ia te amassar na porrada. - Roni falou revirando os armários.

-Vá se foder.  -Reclamei 

-Muito bonito viu Yuri. - Laura chegou abrindo a porta. Mais uma pra encher meu saco. Revirei os olhos. 

Se ela estava aqui, o paraguaio ainda estava com Alina. 

Laura pegou uma caixa com primeiros socorros e veio até mim, agachando na minha frente.

-Você é um otário. - Ela falou 

-Você é sangue do meu sangue, devia 'tá do meu lado. 

-Sou sangue do seu sangue mas não sou burra. - Ela colocou algodão com álcool no machucado sem dó. 

-Ai porra isso dói. - Reclamei.

-É pra doer mesmo. - Falou limpando o sangue. - Sua cara vai ficar roxa seu animal. 

-Sorte que só tem treino daqui dois dias. - Roni falou e eu suspirei aliviado. 

Laura terminou de limpar o ferimento e colocou um band-aid me dando um tapa na nuca quando terminou. 

-Levanta essa blusa, deixa eu ver a costela. - Mandou, levantei a blusa sentindo a dor irradiar. 

Laura enfiou a mão onde dóia me fazendo xingar. 

-Não quebrou. - Constatou 

-Claro que não quebrou porra. - Xinguei. - Tão achando que o cara é super-man? 

-Isso ai vai ficar roxo também. - Falou, me ignorando. Roni apareceu com um comprimido e me entregou junto de uma garrafa de água. 

-Toma o remédio e me agradeça depois. - Engoli o comprimido sentindo o gosto amargo.

-Eu espero que agora você tenha aquietado a porra do seu cu Yuri. - Laura começou. - Não sei que merda anda se passando pela sua cabeça, mas seja lá o que for, isso tem que parar. - Eu ia retrucar mas fui interrompido pelo meu celular que tocava me irritando. 

-Oi amor. - Atendi me levantando ignorando a dor do meu corpo.

-Yuri, onde você 'tá? - Perguntou, sua respiração estava pesada. - Eu 'tô sangrando. 

Merda. 

-Eu 'tô indo, fica calma. - Pedi. - Não desliga, fica comigo. 

-O que foi? - Laura perguntou e eu a ignorei. - O que houve Yuri, porra? 

Inesperado | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora