Dia de jogo

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                                                                               Alina 

Com muito custo, conseguimos assentos quase na beira do campo, tinha conseguindo no setor oeste e estava feliz demais. Vestia minha camisa com o nome do Renato Augusto, e a Laura a do Roni, mesmo ele não jogando. Tirei uma foto do estádio e postei. Tava lindo demais. A maior parte preenchida, a torcida organizada já começava a fazer barulho. Que sensação maravilhosa. 

Até Laura que estava ali a contra gosto já tinha se animado. Influenciei ela direitinho a torcer pro melhor do mundo. Eu era corinthians pra caralho. 

Mandei uma mensagem pra Matías desejando boa sorte, ele respondeu na mesma hora dizendo que se eu estava ali, a sorte estava com ele. O que me arrancou um longo suspiro e um sorriso bobo. Nos últimos dias nós nos falamos pouco, ele estava focado já que estivera lesionado e aquela seria sua volta como titular, ele ia entrar com a camisa 10. E apesar do pouco tempo livre, ele fez questão de confirmar se eu realmente iria no jogo, e ofereceu seu acesso ao camarote que eu neguei explicando que hoje eu queria ficar junto da fiel. Ele sempre me mandava bom dia ou boa noite, justificava sua ausência e falava que precisava me ver, eu achava fofo e fazia questão de por lenha na fogueira. Até mandei uma foto provacativa, nada explícito. Só o suficiente pra fazer ele se lembrar do corpinho da mami

O show de fogos de artíficio começou, e eu estava chorando. Quantas vezes não vi aquilo pela TV e desejei estar ali? O barulho da torcida organizada aumentou, e não demorou muito pra começar a contagem regressiva pra entrada dos jogadores.

Os jogadores entraram, cada equipe de um lado. O Corinthians ia jogar com o uniforme branco e o Coritiba com o verde, eca. Era quase igual o uniforme do Palmeiras. Fiz anotação mental de que eu precisava vir na arena em um Derby. Ver um jogo Corinthians e Palmeiras ao vivo deve ser bom demais. 

Passei meus olhos pelos jogadores pousando meu olhar em Matías, não é por nada não, mas aquele homem não era coisa de deus. Ele conseguia ficar ainda mais gato naquele uniforme. 

O hino nacional começou a tocar, eu vi ele passando os olhos pela arquibancada no lugar onde eu disse que estaria, mas ainda não tinha me visto. Outro alguém captou minha atenção pelo canto do olho. Virei um pouco o rosto o encarando. Ao contrário de Matías, Yuri me viu, e me encarava como se pudesse ler meus pensamentos. Engoli seco. 

Cutuquei Laura disfarçadamente pra que ela visse, e ela o mostrou o dedo do meio o fazendo quase sorrir e parar de me olhar. 

Ta me olhando porque idiota. - Pensei 

Voltei meu olhar pro paraguaio que me achou no mesmo segundo que o olhei, ele sorriu contido, satisfeito por ter me achado, dei um tchauzinho pra ele mesmo sabendo que não iria retribuir. 

-Isso não é só vontade de dar pra ele não. - Laura falou no meu ouvido. - Você tá caidinha pelo cara. - dei um tapa no seu braço. 

-Vai cuidar da sua vida. - Falei rindo. 

Laura mandou um beijo pro Roni que estava na beira do campo junto dos reservas.

Pro meu total desespero o Coritiba abriu o placar. Começamos perdendo em casa. Pra minha total surpresa, Gil, isso mesmo que você leu, o Gil empatou nos acréscimos do primeiro tempo, com um escanteio cobrado pelo Matías. Gritei até perder a voz, Laura apesar de não entender nada acompanhou a torcida, até o escudo da camisa ela beijou. No segundo tempo, Yuri virou o jogo com um gol de pura sorte, ele deslizou na grama fazendo sua comemoração de sempre quase na nossa frente, não pude deixar de comemorar. Ele fez questão de me olhar e sorriu ao me ver comemorando. Pra fechar com chave de ouro, Wesley, nosso prodígio fez 3x1 pro Corinthias.

Inesperado | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora