Casa de máquinas

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                                                                                                       Matías
                                                                                                       Assunción - Paraguay 

Alina tentava disfarçar a irritação, mas seu pé batendo no chão frenéticamente a entregava. 

Salma era insistente quando queria, e pra tirar ela dali, seria toda uma cena; então optamos por deixa-la até que ela perceba que não é bem-vinda e se mande. E ela percebeu, o único problema é que ela não dava a mínima. 

Nosso relacionamento foi longo, nos conhecemos muito jovens e logo começamos a namorar; Salma sempre foi descontrolada, não gostava nenhum pouco da ideia de eu ser jogador de futebol, mas aturava; quando surgiu a oportunidade de me mudar para Argentina, para jogar num clube maior, ela me fez escolher entre ela e minha carreira, e adivinha, hoje vendo o que me tornei ela insiste em me infernizar. 

Eu raramente venho ao Paraguai, mas quando venho ela sempre fica no meu pé; e eu admito que solteiro me relacionava esporádicamente com ela, mas por pura insistência. 

Era uma situação de merda, e eu odiava ter que fazer Alina passar por isso, mas confesso que ver ela com cíumes inflava meu ego. Alina poderia queimar Salma só com o olhar e aquilo me deixava excitado. Será que sou um babaca? 

-¿Quieres entrar? - Perguntei bem próximo ao seu ouvido, ela notou as segundas intenções na minha voz e me olhou de sobrancelha arqueada. 

-Não, toda sua família 'tá aqui. Quer entrar pra quê? - Se fez de inocente. 

-'Tô com saudade. - Falei em português enterrando meu rosto em seu pescoço. 

Depois de muito conversar com minha família, principalmente meus primos, finalmente ficamos sozinhos, um pouco afastados do restante e eu não via a hora de todo mundo ir embora pra que eu pudesse finalmente entrar, e ir pro quarto. 

Deixei uma trilha de beijos no seu pescoço até chegar na sua orelha, seus pelos se eriçaram e eu senti meu corpo esquentar. 

-Matí...- Ela repreendeu. - 'Tá todo mundo de olho na gente. 

-No hay ninguén olhando pra nós. - Minha voz estava mais rouca do que o normal, ela soltou um suspiro. 

-Só sua a maluca da sua ex. - Falou irritada, um riso me escapou e ela me olhou feio. 

-Finge que ela no existe. 

-Ou eu posso ir até lá e esfregar aquela carinha no chão. O que acha? - Me fitou. - Será que sua família me acharia muito barraqueira? 

-Barraqueira? - Perguntei rindo. 

-É Matías, barraqueira, louca. - Seu rosto estava vermelho. - Você bateu no Yuri, eu também posso bater nela. - Deu de ombros. - Meu pai me ensinou defesa pessoal, sei como quebrar o nariz de alguém.

-Alina! - Repreendi rindo. - O Yuri era una situación diferente, y lo que fiz, no foi certo. Nos vamos voltar a casa y nunca mais veremos su cara. - Falei me referindo a Salma. 

-E ela tinha que ser loira? Qual a tara dos jogadores com loiras? - Segurei minha risada. 

-En mi defensa, cuando la conocí era morena. - Ela me olhou brava, eu encolhi meus ombros segurando a risada. 

-Idiota. - Murmurou. 

-Vem. - Chamei, me levantando. - Vamos caminar un poco. 

A verdade é que eu queria um pouco de privacidade, não tinha dado um beijo decente na minha mulher desde que a vi. Passei meu braço ao redor dela e ela fez o mesmo, olhei brevemente pra trás me certificando que ninguém tinha notado nossa movimentação e a guiei por trás da piscina. 

Inesperado | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora