Fogo e gasolina

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                                                                    16 de Agosto de 2023
                                                                                 Alina


A derrota contra o São Paulo doída no fundo da minha alma. Perder na casa dos rivais foi dolorido se ver. Eu não pude ir, o jogo foi no Morumbi, a torcida era majoritariamente deles.

Quando o time soltou a escalação nas redes sociais eu sabia que ia dar merda. Mesmo fazendo uma boa partida contra o Coritiba, Matías não ia entrar como titular. A formação da equipe parecia totalmente desconexa. Era óbvio que Luxemburgo estava fora de si, essa era a verdade.

Quando os jogadores entraram em campo, era perceptível que não estavam confiantes. E foi dito e feito. O São Paulo amassou o Corinthians. Matías entrou no segundo tempo, substituindo Fausto Vera, e fez o que disse que faria, correu feito louco. 

Mas não adiantou, o time estava desestruturado, e digo mais, mal treinado. 

Sou completamente contra mal tratar idosos, mas se eu cruzasse com Vanderlei Luxemburgo eu daria o uma rasteira. O time saiu derrotado de campo, e a torcida do São Paulo fez festa. 

E assim, o Corinthians estava oficialmente eliminado da Copa do Brasil de 2023.

Assisti o jogo de casa com Laura, não era uma boa ideia dar bobeira por ai em dia de clássico. O futebol as vezes podia ser violento. 

-Roni não me responde.  - Ela disse olhando o celular décima vez. 

-Relaxa. - Eu disse, tentando acalmá-la. - Não deve ter nem clima pra pegar celular uma hora dessa. 

-Eu odeio esse técnico. - Ela desabafou. - O Roni nem foi relacionado para o jogo.

Roni sequer estava no banco de reservas, não havia sido escalado para a partida. Estava no estádio por consideração aos amigos. Não demorou muito pra Laura ir embora, ela estava inquieta e resolver esperar o namorado em casa. Eu estava chateada e disposta a me entupir de açucar. Fiz um brigadeiro e sentei no sofá colocando num filme qualquer. Evitei as redes sociais, já que o assunto do momento era a eliminação do Corinthias. Pensei em mandar alguma coisa pro Matías, mas achei melhor não. Ia esperar um pouco, se ele não mandou, deve ser porque não quer falar sobre isso agora. Meu interfone tocou e eu estranhei, Laura poderia ter mudado de ideia e voltado, mas ela tinha acesso liberado. Não precisava interfonar. 

-Alô? - Atendi 

-Sra. Alina, tem um rapaz aqui pedindo pra subir. - O porteiro falou. 

-Rapaz? - Perguntei, será que Roni teria vindo atrás de Laura?

-É, eu não entendo muito bem o que ele fala, mas o nome é Matías. - Fiquei estática, muda. - Posso liberar? - ele perguntou quando notou que eu não falaria mais nada. 

-P-pode. - Gaguejei. - Pode sim. Ele tá de carro? - perguntei, escutei o porteiro perguntar pro Matías. 

-Tá sim. - Concordou.

-Libera ele entrar com o carro por favor, tenho uma vaga desocupada. - Falei e ele concordou desligando em seguida.

Comecei a caminhar de um lado pro outro feito uma barata tonta. Ele tinha vindo até aqui.

 Como ele sabia meu apartamento? 

Corri até a janela tentando ver minha vaga, ele tinha acabado de estacionar e desligar o carro. Sai depressa da janela correndo até o banheiro. Passei uma escova no meu cabelo, e troquei a blusa. Eu estava com uma camisa velha que eu adorava pra ficar em casa. Pelo menos eu estava cheirosa.

Inesperado | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora