La ex novia

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                                                                                                   Alina
                                                                                                   Ciudad del Este - Paraguay 

Três horas de viagem até Ciudad del Este, a cidade me lembrava muito o Brasil; se eu não tivesse escutando espanhol todo o tempo, poderia jurar que estava em uma cidade qualquer de São Paulo. 

A estrada que pegamos pra cá também era estranhamente parecida com as estradas do Brasil, era muito familiar. Vez ou outra escutava alguém falando algo totalmente diferente do espanhol, Sol me explicou que além do espanhol, o guarani era outra língua oficial do país e eu me senti muito burra por não saber disso. Por mim, tirando o Brasil todos os outros países falavam espanhol, e soube que tem cidades do Paraguai que falam apenas Guarani. 

Quando questionei se eles falavam guarani, Elena explicou que como cresceram na capital, falavam só o que aprenderam na escola, mas que ela e o marido falavam muito mais. 

Quando chegamos no estádio, apenas os segui, já que não conhecia nada ali. E sem querer desmerecer, mas nossos estádios davam de 10 a 0 nos deles. Era grande, mas simples. Era o tipo de estádio que a nossa seleção não jogaria. Engoli a soberba e entrei. 

Eu vestia uma blusa na cor azul, mas eu era muito Brasil pra por uma camisa do Paraguai. Matías que me perdoe. 

Ficaríamos em assentos comuns, os jogadores tinham direitos a ingressos, mas os poucos camarotes do estádio não eram disponibilizados, de repente senti uma falta da Neo Quimica Arena. 

Matías não havia sido titular no jogo passado e eu não sabia se seria nesse, já que o time não soltou a escalação antes do jogo, e nem ele sabia ao certo, mas eu queria que ele me visse, queria que ele soubesse que eu estava ali e iria vê-lo jogar. Então chegamos mais cedo no estádio. As famílias poderiam ver brevemente os jogadores antes que eles entrassem de vez pro aquecimento e seja lá o que fazem antes do jogo. 

Eu sentia minhas mãos soarem de ansiedade. Elena sorria de orelha a orelha, adorando tudo. Meu braço estava entrelaçado no braço de sol, e os pais deles iam na frente, tampando nós duas. Entramos pelos corredores vendo uma movimentação consideravel de pessoas. 

-Mi hijo! - Elena cumprimentou, por cima do ombro do pai dele, consegui ver seu topete de relance. Matí se aproximou abraçando sua mãe, e quando me viu atrás dela seus olhos se arregalaram me fazendo rir. Ele ficou estático por um segundo antes de largar sua mãe e vir até mim me tirando do chão. 

-No puedo creer que está aquí - Ele falou me colocando no chão e deixando um selinho demorado na minha boca. Eu não parava de sorrir.

-Oi lindinho! - Cumprimentei como de costume sentindo meu rosto queimar de vergonha, todo mundo estava olhando . 

Ele me puxou pra um abraço apertado, inspirando o cheiro do meu cabelo. Fiz o mesmo com ele, meu cheiro preferido. Matías vestia o uniforme de treino do Paraguai, uma camisa vermelha com shorts preto. Gato demais. Me separei dele pra que ele pudesse cumprimentar sua família direito, e fiquei mais vermelha ainda ao constatar que todos olhavam com sorrisinhos. 

-Yo sabia que habia algo de errado. - Matí comentou me abraçando de lado. - Espera... aquele quarto de ontem era o meu? - Eu ri assentindo. 

-Era. - Concordei 

-E aquela camisa era a minha! - Ele bateu na própria testa. 

-Mexi nas suas coisas tudo. - Falei brincando. 

Inesperado | Matías RojasOnde histórias criam vida. Descubra agora