Ato 4 - "Momentaneo"

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— ... é, e até hoje... eu e o Rio não nos falamos muito.— Disse São Paulo, tragando do cigarro de maconha que tinha entre os dedos.

Amazonas, a jovem para quem o homem contava toda aquela história, soltou a fumaça do próprio baseado, pensativa.
Ambos sentados no meio dos travesseiros e lençóis macios no quarto da moça, relembrando o passado apenas por estarem chapados o bastante para não se importarem com as dores.

— Caralho SP... sua história é trinta vezes pior que a minha. Até baixou o clima.

São Paulo começou a gargalhar, e ao ver o amigo rindo, a menina não se aguentou e começou a rir também.— Deixa disso, a sua também foi bem triste.

— Meh...— Se silenciou.— E tu não sente falta dele não?— Amazonas perguntou, após um bom tempo de silêncio.

— Do Minas?— O homem perguntou, confuso, tragando mais uma vez, antes de soltar.— Ele é meu amigo hoje, você sabe...

Jogou-se de costas sobre o colchão confortável, perdendo-se nas próprias lembranças enquanto olhava fixamente para o céu estrelado desenhado no teto do quarto da moça.

— Não, porra... do Rio.— A menina riu.

— Do Rio?!— O paulista engasgou com a própria fumaça, sendo despertado da tranquilidade de antes.— Por que eu sentiria falta dele?

— Ah... sei lá...— Amazonas deu de ombros, encarando o nada por alguns segundos.— ... é que no começo da história vocês eram tipo... super amigos... e muito gays.

— Vai se foder!— São Paulo gargalhou, mais uma vez voltando a se perder em suas memórias.

Não pôde deixar de se perguntar mais uma vez. Por que se afastaram mesmo? Houveram aqueles cortes, e depois a árvore... e o Lisboa...
Agh, até hoje lembrar desse nome causava arrepios em São Paulo.
E desde então... ele nunca mais conseguiu olhar para Guanabara, ou Rio com os mesmos olhos. Era como se aquele anjo que SP enxergava houvesse morrido, e no lugar surgiu... uma pessoa simples, comum e medíocre. O encanto havia desaparecido, e tudo o que o mais velho sentia era dor e decepção.

— ... sei lá, Má...— Ele suspirou pesado, antes de tragar mais uma vez, prendendo o ar para sentir aquela sensação de relaxamento, e soltar.— ... As pessoas só se afastam.

— No seu caso e do Rio se afastam e se odeiam.— A menina riu, fazendo o mesmo que ele com o próprio baseado.

— A gente não se odeia.— O jovem respondeu pensativo.— ... quero dizer... eu acho que não odeio ele. Não mais.

Eu te conheço - SPxRJOnde histórias criam vida. Descubra agora