ESTER
11 de julho de 2017
Vejo o mesmo sair, respiro fundo olhando aquela mesa cheia de comida, estava bonita, tinha um buque de flores, girassois, as minhas favoritas, seu perfume era insubstituível, Heitor sempre detalhista, Theo nunca fez uma mesa de café de manhã para mim, o máximo era um café pronto na cafeteira, a verdade é que eu sentia falta de Heitor, todos os dias, nunca nenhum homem faria por mim tudo o que ele fez, e a prova disso é ver que o Theo , o meu namorado o que diz tanto me amar , me esqueceu, na frente do meu trabalho, e pra mim ficar bem , meu ex, meu ex teve que me buscar. Pego o pote de geleia e pego uma colher e como do próprio pote, tão gostosa , e muito bom comer algo natural , aposto que essa foi a Iza que fez, ela sempre é bem caprichosa em relação ao tio, olho e vejo que o mesmo aparece.
–Heitor, me desculpe, não queria ser grossa , sua atitude foi muito gentil.
–Tudo bem, eu te intendo, também acharia meio estranho. Aqui suas roupas, elas já estão secas, só não estão passadas, se quiser posso passá-las pra você, faço isso em um instante.
Aprecio o homem prestativo na minha frente, tão meu, ele sempre foi tudo que sonhei.
–Me desculpe.
–Por que?
Olho o teto, e seco a lágrima solitária que caia dos meus olhos.
–Comi toda sua geleia, estava muito gostosa...
O mesmo me olha, e logo desvia o olhar para o pote vazio e a colher.
–Tudo bem, se não tivesse comido, ela iria perder, como todas as outras.
–Desculpe.
–Tudo bem, de verdade, eu não ia comer...
–Me desculpe, por não ter aberto a porta, eu não sei... eu senti vergonha... medo, insegurança, nojo de mim mesma, você não podia, não podia, não queria que ficasse... comigo, merecia algo melhor... eu mudei... de alguma forma eu não era mais a mesma...
Falo chorosa. O mesmo se aproxima de mim, acaricia meu rosto e beija minha testa.
–Não Ester, não foi sua culpa, você sabe que não, e eu nunca te julguei por não ter ido até a porta e a aberto para mim, obvio que fiquei chateado e magoado se eu dissesse que não fiquei, estaria mentindo.
O mesmo acaricia minha pele.
–Eu jamais, jamais te culparia pelo o que aconteceu, eu sempre entendi você, jamais te julgaria, fiquei muito triste e meio desnorteado quando você escolheu me deixar ir, por que eu te amava Ester, com todo meu coração, você era tudo pra mim, e te perder foi a pior dor, e não teve um dia que eu não senti, porém eu me acostumei e te perdoei, independente de tudo , você me fez feliz, me fez voltar a sorrir de verdade, eu sou grato por ter tido você.
Me amou, amou , amou, amou... A palavra no sentido passado ficou estranho e ecoava na minha mente, amei, amei, amei, eu te amei Ester... eu não queria que ele tivesse me amando, eu queria que ela me amasse, por que eu o amo, e mesmo não estando mais junto a ele, eu ainda o quero, e o quero tanto, o amo tanto que chega a doer, mas aquela época acabou, agora somos outras pessoas, agora não somos mais os mesmos, mas ele não parece estranho, parece mais conhecido que o Theo. Olho em seus olhos e o abraço, ele retribui e eu descanso em seus braços:
–Obrigado... obrigado... obrigado...
Sussurro várias vezes em seu ouvido o puxando mais para mim, eu gosto tanto dele, sinto os lábios dele na minha cabeça.
–Eu vou te levar para casa Ester, tudo bem?
–Sim...
O mesmo se afasta de mim, e sinto um vazio, a falta do seu corpo junto ao meu. Ele me dá minhas roupas e vou ate o seu quarto me vestir , coloco a roupa e volto.
–Eu posso pedir um taxi, para não te atrapalhar.
–Não, eu tô de folga hoje e amanhã, deixei tudo com meus funcionários, eu me dei folga.
–Olha que legal, eu também tô de folga hoje e amanhã durante o dia, depois tenho plantão das 9 horas.
–Deve ser chatao, ter uma vida corrida, não poder ver o namorado , e essas coisas.
–Realmente, mais o Theo acredita que quanto menos nos vemos, menos brigamos, então acho que ele gosta...
–Que babaca...
–O que disse?
–Nada, eu só tava pensando alto... vamos!
O mesmo vai trancar as portas do fundo, enquanto isso pego um pano e cubro o café da manha que ele fez pra mim, com um paninho, ele caminha até a garagem e o acompanho. A casa dele é grande e extremamente bonita, bem organizada, diferente da minha, eu sempre fui a mais bagunceira de nois dois. Estamos calados , observo as ruas , já tem várias pessoas.
–Onde você mora?
–Perto do hospital, não tem a rua que fica atrás dele?
–Sim.
–Não é essa, é a rua que fica atrás da rua que fica atrás dele.
Ele ri, e eu tambem.
–Consegue entender?
O mesmo ascente com a cabeça, ainda com um sorriso no rosto, o tempo passou e ele continua lindo, agora parece tudo tão fácil, na verdade Heitor fazia tudo ficar fácil, ele tinha o dom.
– No que está pensando?
O mesmo pergunta me encarando.
Ansioso para o próximo capítulo?
E só ler, vou soltar hoje mesmo amores!
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Me traga de volta a vida?
RomanceEu quero um amor Um amor que enlouqueça Um amor que me consuma, que tenha tanta chamas, ao ponto de eu nunca consegui-la apagar , ao ponto de nenhuma uma chuva , nem uma chuva consiga tocar. Eu quero um amor, um amor que seja regado pela chuva, qu...