Capítulo 16

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Resolvi postar mais cedo hoje..

Boa leitura 🫰😉



Na tarde seguinte, 14 de junho, sete dias antes do solstício, nosso trem entrou em Denver, não comíamos nada desde a noite anterior no vagão, em algum lugar de Kansas, também não tomávamos banho desde que saímos da colina meio sangue, e eu tinha certeza de que isso era óbvio.

— Vamos tentar entrar em contato com Quíron – disse Sabina.— Quero contar a ele sobre sua conversa com o espírito do rio

— Não podemos usar telefones, certo?

— Não estou falando de telefones – Sabina piscou pra mim ao ver a confusão no meu rosto. Perambulamos pelo centro da cidade por cerca de meia hora, embora eu não soubesse muito bem o que Sabina estava procurando, o ar estava seco e quente, o que era estranho depois da umidade de St. Louis, aonde quer que fôssemos, as montanhas rochosas pareciam me olhar como um tsunami prestes a quebrar sobre a cidade. Finalmente encontramos um lava-jato vazio, fomos para o boxe mais afastado da rua, atentos a carros de polícia, éramos três adolescentes sem carro em um lava-jato, qualquer policial que se prezasse deduziria que não estávamos tramando nada de bom

— O que exatamente estamos fazendo? – perguntei quando Noah pegou a mangueira de um compressor.

— São setenta e cinco centavos – Ele resmungou.— Só me restauram duas moedas de vinte e cinco, Sabina?

— Não olhe para mim – disse ela.— O vagão restaurante me deixou lisa. Pesquei o meu último restinho de trocados e passei uma moeda de vinte e cinco centavos para Noah, o que me deixou com cinco e um dracma da Medusa

— Excelente! – disse ele.— Poderíamos fazer isso com qualquer spray, é claro, mas a conexão não ficaria boa, e meus braços cansam de tanto bombear

— Do que está falando? – perguntei, ele depositou as moedas ajustou o botão para esguicho fino

— M. I. – disse alto

— Mensagem instantânea?

— Mensagem de Íris – Sabina me corrigiu.— A deusa do arco-íris transmite mensagens aos deuses, se a gente souber como pedir e ela não estiver atarefada demais, fará o mesmo para meios sangues

— Você convoca a deusa com um compressor?

Grover apontou o bico da mangueira para o ar e água saiu chiando em uma espessa névoa branca

— A não ser que conheça um meio mais fácil de fazer um arco-íris.

De fato, a luminosidade do fim de tarde se filtrou através da névoa e se decompôs em cores, Sabina estendeu a palma da mão para mim.— Dracma, por favor – Eu o entreguei – ela ergueu a moeda acima da cabeça e disse.— Deusa Ires, aceite nossa oferenda – e jogou o dracma no arco íris, ele desapareceu em um tremor dourado

— Colina meio sangue – ela solicitou

Por um momento nada aconteceu, logo depois eu estava olhando através da névoa para campos de morangos e o estreito de Long Island a distância, era como se estivéssemos na varanda da casa grande em pé, de costas para mim, estava uma garota de cabelos cacheados cor de chocolate, short e camiseta regata laranja, ela segurava uma espada de bronze e parecia olhar atentamente para algo na campina

— Any! – chamei, ela se virou, os olhos arregalados, poderia jurar que ela estava na minha frente a um metro de distância atrás de uma cortina de névoa, só que eu via apenas a parte dela que aparecia no arco-íris

— Sina! – O seu rosto se abriu em um sorriso.— E Bina também? Graças aos deuses! Vocês estão bem?

— Estamos... ahn... ótimas – pigarreou Sabina, seu olhar sempre fugindo de Any

A filha de Poseidon | SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora