Capítulo 47

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Volteeei, e aí? Como tem sido o 2024 de vocês?

Boa leitura.




Meu pesadelo começou assim que Diarra chutou Sabina, Josh e a mim do navio flutuante. Eu estava numa rua deserta em alguma cidadezinha à beira-mar, no meio da noite, havia uma tempestade forte, o vento e a chuva açoitavam as palmeiras ao longo da calçada, edifícios de estuque cor de rosa e amarelo se enfileiravam na rua, as janelas eram fechadas com tábuas. A um quarteirão dali, depois de uma carreira de hibiscos, o mar estava revolto. Flórida, pensei, embora não tivesse certeza de como sabia isso, já que eu nunca estive na Flórida.

Então ouvi cascos chapinhando no calçamento, virei e vi meu amigo Noah Urrea correndo para salvar sua vida. Noah estava correndo, segurando seus sapatos humanos nas mãos como costuma fazer quando precisa se mover depressa, ele passou batendo os cascos pelas pequenaslojas de suvenir e de aluguel de pranchas de surfe, o vento dobrava as palmeiras quase até o chão. Urrea estava aterrorizado com algo que vinha atrás dele, devia ter acabado de vir da praia, pois, a areia molhada se prendia em torrões em seu traseiro peludo, parecia que ele tinha escapado de algum lugar e estava tentando fugir de... alguma coisa.

Um rugido de fazer os ossos tremerem atravessou a tempestade, atrás de Noah, do outro lado do quarteirão, surgiu uma figura sombria. Ela derrubou um poste de iluminação com um golpe violento, a lâmpada explodiu em um milhão de fagulhas. Noah cambaleou, choramingando de medo.

“Preciso escapar” murmurou para si mesmo.

Preciso avisá-los!

Não pude ver o que o perseguia, mas ouvi a coisa resmungando e praguejando. O chão
estremeceu quando ela se aproximou, Noah se lançou em uma esquina e vacilou, tinha entrado em um pátio sem saída, cheio de lojas, não havia tempo para voltar. A porta mais próxima fora arrombada pela tempestade. Urrea disparou para dentro, mergulhando atrás de uma arara cheia de vestidos de noiva. A sombra do monstro passou na frente da loja, pude sentir o cheiro da coisa.. uma combinação nauseante de lã de carneiro molhada, carne podre e aquele esquisitíssimo odor corporal azedo que só os monstros têm.

Noah tremia atrás dos vestidos de noiva, a sombra do monstro seguiu em frente, tudo ficou em silêncio, a não ser pela chuva, Noah respirou fundo.. talvez a coisa tivesse ido embora. Então houve um clarão de relâmpago, toda a fachada da loja explodiu, e uma voz monstruosa berrou.

MEEEEEEU!

Sentei-me, ereta e tremendo, não havia tempestade ou monstro. O sol da manhã atravessava a janela do táxi, o cheiro forte de batatinha chips e vários outros salgadinhos gordurosos impregnou o ambiente, Sabina estava acordada, ela olhava distraidamente para o trasito lá fora. Depois que Diarra nos deixou próximo a Nova Iorque, Sabina se fechou, eu bem que tentei puxar conversa, mas ela não dava espaço, tudo o que eu sabia, era que Noah não dava notícias desde o meu sumiço, e que o pinheiro de Sofya tinha sido envenenado por um espião dentro do acampamento, eu perguntei sobre o ladrão do raio mestre, mas o olhar que ela me dirigiu foi tão... quebrado! Tudo que saiu da boca dela foi.. “Quando chegarmos no acampamento você irá saber, não é seguro conversar aqui!

— Bom dia! – falei chamando a atenção deles.

— Dia! – Sabina respondeu, então franziu o cenho.— Você está bem?

— Sim... estou ótima – Sabina elevou uma sobrancelha.— Na verdade.. eu acho que não, eu tive um sonho.. bem, acho que Noah está com problemas.

Sabina suspirou, Josh dormia serenamente no banco do carona.

— Acho que você pode estar certa – ela disse.— Tentei enviar mensagens para ele, assim como fiz com você, mas parece que ele está fora do alcance – suspirou.— Eu só espero que ele esteja bem..

A filha de Poseidon | SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora