Capítulo 54

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Liberei o primeiro capítulo de Divergente pra vocês 😎 depois que terminarem aqui, corram no meu perfil para conferir, ok.

Obs: Capítulo não revisado..

Boa leitura.


Acordei em um bote a remo com uma vela improvisada, costurada com tecido de uniformes cinzentos, Sabina estava sentada ao meu lado, ajustando a posição da vela ao vento.

Tentei me sentar e imediatamente senti tontura.

— Descanse.– disse ao ver que eu estava acordada.— Você vai precisar.

— Zane...?

Ela sacudiu a cabeça.

— Sinto muito..– ficamos em silêncio enquanto as ondas nos jogavam para cima e para baixo.— Ele pode ter sobrevivido.– Sabina tentou, num tom desanimado.— Quer dizer, o fogo não pode matá-lo, então..

Assenti, mas não havia motivo para ter esperanças, tinha visto aquela explosão rasgar o ferro sólido, se Zane estava embaixo, na casa de máquinas, não era possível que tivesse escapado. Ele deu a vida por nós, e tudo em que eu conseguia pensar era nas vezes em que me sentia envergonhada por causa dele, ou negado que éramos irmãos.

As ondas batiam suavemente no barco, Hidalgo me mostrou algumas coisas que tinha salvado dos destroços do Argos, a garrafa de Hermes (então vazia) um saquinho com zíper cheio de ambrosia, duas camisas de marinheiro esfarrapadas e uma garrafa de refrigerante. Ela tinha me tirado da água e achado meu saco de viagem, mordido no meio pelos dentes de Squila. A maior parte das minhas coisas havia sido levada pela água, mas eu ainda tinha o frasco de multivitaminas de Hermes e, é claro, tinha contracorrente.

Navegamos por horas, agora que estávamos no mar de monstros, a água reluzia em um verde mais brilhante, como o ácido da Hidra. Eu também conseguia sentir melhor a brisa do mar, era mais fresca, mas também trazia um odor metálico como se uma tempestade estivesse se aproximando, ou algo ainda mais perigoso. Eu sabia em que direção devíamos seguir, sabia que estávamos a exatamente cento e trinta milhas náuticas a noroeste do nosso destino, mas isso não fazia com que me sentisse menos perdida.

Nos revezamos dando pequenos goles no refrigerante, apenas para refrescar a garganta e, tentando do jeito que dava ficar à sombra da vela. Conversamos sobre meu último sonho com Noah, pela estimativa de Sabina, tínhamos menos de vinte e quatro horas para encontrar Urrea, supondo que meu sonho estivesse correto, e supondo também que Polifemo não tivesse mudado de idéia e tentado se casar com Noah mais cedo.

— Você estava certa esse tempo todo.– falei com amargura.— Não se pode confiar em um ciclope.

Sabina olhou fixamente para a água.

— Me desculpe, Sina.– suspirou.— Eu.. eu estava errada sobre Zane, ok? Queria poder dizer isso a ele.

Tentei continuar zangada com ela, porque sim, eu estava, Sabina sempre atacava Zane em qualquer oportunidade que tinha e eu por muitas vezes ficava calada, mas não consegui, eu mesma me envergonhei dele no início, então seria muita hipocrisia da minha parte ficar ressentida com ela, quando eu mesma não o queria por perto.

Baixei os olhos para os nossos pertences, a garrafa de vento vazia e o frasco de remédios. Pensei na cara de raiva de Any quando tentei falar com ela sobre seu pai.

— Bina, qual é a profecia de Quíron?

Ela apertou os lábios.

— Sina, eu não devia...

A filha de Poseidon | SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora