Capítulo 17

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Quando encontramos o parque aquático, o sol estava se pondo atrás das montanhas, a julgar pela placa, ele outrora se chamava Aqualândia, mas agora algumas letras haviam sido arrancas. O portão principal estava fechado com cadeado e tinha no alto arame farpado, dentro havia enormes escorregadores com tubos e canos que se retorciam por toda parte, levando a piscinas vazias, ingressos velhos e folhetos subiam do asfalto com o vento, com a noite chegando, o lugar parecia triste e arrepiante

— Se Ares traz a namorada aqui para um encontro – falei olhando para o arame farpado.— Não iria gostar de ver a aparência dela

— Sina! – advertiu Sabina.— Tenha mais respeito

— Por quê? Pensei que você detestasse Ares

— Ainda assim, ele é um deus, e a namorada dele é muito... Bem.. temperamental – engoliu em seco

— Não queremos ofendê-la – Noah acrescentou

— Quem é? Equidna? – perguntei realmente curiosa

— Não, Afrodite! – Noah revelou, um pouco sonhador.— A deusa do amor

— Pensei que ela fosse casada com alguém –  cocei a cabeça.— Acho que era.. Hefesto

— E daí? – ele questionou

— Ah! – De repente, senti que era preciso mudar de assunto.— Então como fazemos para entrar?

— Maia! – ele chamou, os tênis de Noah criaram asas, ele voou por cima da cerca, deu um mortal involuntário no ar, depois pousou cambaleando no lado oposto, sacudindo o pó dos seus jeans como se tivesse planejado tudo aquilo.— Vocês vêm ao não?

Sabina e eu tivemos de escalar a moda antiga, empurrando o arame farpado um para o outro enquanto nos arrastávamos por cima do topo, as sombras se alongaram enquanto caminhávamos pelo parque, conferindo as atrações, nenhum monstro a vista e nada fazia o menor barulho

Encontramos uma loja de lembrancinhas que fora deixada aberta, ainda havia mercadorias enfileiradas nas prateleiras, globos de neve, lápis, cartões postais, e prateleiras de...

— Roupas! – disse Sabina.— Roupas limpas

— Sim – completei.— Mas você não pode simplesmente....

— Observe – Ela agarrou uma fileira inteira de artigos das prateleiras e desapareceu dentro do provador, poucos minutos depois saiu vestindo uma calça moletom cinza e uma grande camiseta preta da Aqualândia e tênis da nike, pendurada em seu ombro uma mochila, obviamente recheada de outras coisinhas

— Ora, que se dane – Noah disse sorrindo largo, logo nós três parecíamos anúncios ambulantes do parque temático fantasma.

Continuamos procurando pelo túnel do amor, eu tinha a vaga sensação de que o parque inteiro estava prendendo a respiração

— Então Ares e Afrodite..– falei, só para afastar os pensamentos da escuridão que aumentava.— Estão tendo um caso?

— É uma fofoca velha, Sina – contou Sabina.— Fofoca de três mil anos

— E o marido de Afrodite?

— Bem, você sabe...– disse ela.— Hefesto, o ferreiro ficou aleijado quando bebê, atirado de cima do monte olimpo por Zeus, então não é exatamente lindo, habilidoso com as mãos e tudo mais, mas Afrodite não curte inteligência e talento, entende?

— Ela gosta de motoqueiros, saquei

— Mais o menos isso – deu de ombros

— Hefesto sabe?

A filha de Poseidon | SiyoonOnde histórias criam vida. Descubra agora