Capítulo 18

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Dias se passaram após aquilo, e como o esperado Diluc se lembrou de tudo que tinha acontecido, todas os sonhos que ele teve agora estava tão claro como nunca, e como esperado ele assim como Rosaria não aceitou todos os problemas que Kaeya se colocou. Todos que Morax disse que se lembraria se juntaram na frente da estátua de Barbatos.

- Você não tinha o direito de fazer isso e você sabe muito bem. Rosaria estava certa, todos nós tínhamos uma vida já formada. E qual o preço que você e todos nós tivemos que pagar por você não aceitar seu destino!? Puro egoísmo!–Diluc cuspia as palavras, em nenhum momento ele se quer piscou, seus olhos tinham raiva e principalmente tristeza, por lembrar de tudo que ele passou com seu pai– Você tem que anular esse contrato, e fazer que tudo volte a ser como estava.

- Que? Que merda você tá falando!? Anular o contrato? É de egoísmo que você quer falar!? –Seu tom de voz começou a aumentar– Tudo que eu fiz foi por você! Apenas você, todos os meus anos de vida eu quis ter uma família, quis ter pessoas que iriam me acolher e entender. E eu não tive isso, até seu pai me encontrar, até eu te encontrar. Eu só estou aqui por isso. Egoísmo foi você dormir comigo enquanto não sentia nada por mim. Mas aqui...aqui você sentiu...e agora eu vou perder isso também.

Todos se mantiveram em silêncio por longos minutos, até que Rosaria decidiu quebrar o silêncio.

- Porque você está mentindo, Kaeya? Você nunca faria isso apenas por um amor não correspondido, isso não combina com você. –Ela se aproxima– diga, porque você fez isso? Se desfez da sua visão e fez um contrato sem volta?

- Gente..por favor vamos se acalmar, Kae com certeza tem um bom motivo..–Barbara que até então estava calada e assustada conseguiu pronunciar sua primeira frase–

- Não se meta nisso barbara, seja qual for o motivo eu terei minha vingança no final e não vou deixar isso passar. –Eula diz enquanto acompanhava a conversa de longe–

- Você e seu pai mereciam viver como uma família. Me culpei pela morte dele todos os dias, e todos os dias eu desejei não ter ganhado uma visão naquele momento, porque eu não queria me salvar. Quando Venti foi me encontrar no umbral e ele me disse que tinha como eu voltar, eu aceitava qualquer condição, porque eu queria fazer tudo diferente, queria seu pai aqui, com você. Vi você sorrindo em um dia mais vezes do que pude ver ao longo daqueles anos. Eu não ligo se você não ficar comigo, desde que vocês consigam seguir suas vidas, sem eu' atrapalhar. E sim, eu realmente não pensei que ia mudar a vida de todos vocês aqui, assim como eu não sabia que vocês se lembrariam. Então podem pensar o que quiser, mas eu me importo com cada um de vocês.

Diluc não disse mais nada. Ele se virou e foi embora.

- O que você planeja fazer agora, Kaeya? Espero que seja outro contrato para uma amnésia coletiva.–Eula diz antes de se retirar, se aproximando de Kaeya– Eu estou feliz que você ficou vivo, e assim como você eu também me culpo.

Ela não precisava explicar mais do porque ela também sentia culpa. O seu clã atacou a cidade, sua família. Se não fosse por isso Kaeya não teria morrido e não precisaria fazer o acordo com Morax. Assim como Kaeya, Eula também pensou várias vezes em trazê-lo de volta.

- Ei..Kae. Barbatos concordou com esse acordo, certo? Então não vou falar nada, a palavra dele é absoluta pra mim, se ele te deu essa oportunidade de voltar e concertar seus pecados, então ele sabia o que fazia. E e-eu também estou feliz..de você estar vivo. 

Pela primeira vez naquele dia Kaeya recebeu um abraço, era confortante e apoiador, acompanhado de palavras sem julgamentos. Barbara com certeza era uma fiel e tanto.

- É, todos se foram. Você deveria ir encontrar o Diluc, tira essa cara de tristeza do rosto, ou você não percebeu que todo mundo entendeu você?

Kaeya fica surpreso com as palavras, ele não tinha entendido. Pensou que todos foram embora por estarem decepcionados, mas na verdade eles apenas concordaram com a situação. O único que realmente foi embora sem entender, foi Diluc.

- Vai. Encontre ele, agarre aquele homem. Ele ama você, ele amou você até no seu último suspiro. Mas você tava ocupado demais se culpado por coisas que não estava no seu controle. Então vaza daqui antes que eu te chute. –Rosaria dizia enquanto abraçava o amigo fortemente, como se ele fosse fugir, e o mesmo retribuiu na mesma intensidade.–

- Obrigado Rosaria. Não sou o tipo de cara que se preocupa muito, mas no final eu me preocupei até demais–Ele solta uma risada sem graça, se despede e vai para casa-

★★★

- Ah filho, você está de volta. Aproveitar que só está você aqui, queria conversar sobre seu relacionamento com Kaeya. Eu percebi que fiquei sem tocar no assunto depois daquele dia..mas não pense que sou preconceituoso ou algo do gênero. Eu apenas estava processando tudo. –Crepus estava sentado no sofá, a acenou a cabeça para que Diluc o acompanhasse– Todos esses você me ajudou na taverna, mesmo que eu não goste da ideia de você beber. Mas você já é um homen grande.

Diluc se sentou ao lado do pai, e não sabia como explicar que ele e Kaeya não teriam mais nenhum tipo de relação. Após falar tantas palavras ruins para ele. Mas se atentou a cada palavra de Crepus e entendeu o que seu pais quis dizer.

- Então.. você realmente estaria bem se eu e Kaeya namorasse?

- Hum? Mas é claro, não tem problema. Eu entendi que não precisava me afastar do Kaeya e da ideia dele ser meu filho. Vocês dois sempre vão ser meus filhos, minha família. Eu considerar ele não quer dizer que ele tenha que me considerar da mesma forma.

Diluc tomou a iniciativa de abraçar o pai, abraçou todas as lembranças passadas, as memórias felicidades e todas as vivências que tiveram. Mesmo que seu pai seja o único que não se lembra de nada, até porque ele não estava vivo. Mas agora ele estava, Diluc reconheceu o que Kaeya fez, e ele não ia perder essa oportunidade, ele iria aproveitar cada momento ao lado do pai, mesmo que tudo seja diferente, e apareça dificuldades novas, ele teria apoio.

★★★

Kaeya chegou em casa e Crepus ainda estava na sala, dormindo na sua poltrona, que por sinal cochilava como um neném. Kaeya pegou uma coberta que estava dobrada no sofá e jogou em cima dele, ajeitando o tecido.Ele subiu as escadas indo em direção ao quarto de Diluc, ele ficou parado lá alguns minutos, sem coragem e sem esperanças.

Diluc abriu a porta do quarto e encarou Kaeya.

- Vai ficar parado aí? Entre. –Kaeya engoliu seco e entrou no cômodo–

- Haha...oi Diluc. Sabe não precisa me falar nada, eu já sei que você não quer saber-

Kaeya é cortado, sentindo lábios úmidos colados ao seu. Não foi nada agressivo nem apressado, foi um beijo para fazê-lo calar a boca. Leve e delicado.

- Me desculpe por sair sem dizer nada. Não pense que eu não entendi. Obrigado por tudo.

- Você.. realmente gostava de mim antes? –Diluc fica um pouco corado e acena com a cabeça–

- Sim. Eu gostava. E você fez eu me apaixonar por você de novo. Irônico né?

Kaeya não responde, apenas volta a beijar o ruivo. Eles esclareceram as questões e nenhuma palavra a mais precisava ser dita. Os dois passaram a noite juntos. Crepus acordou no meio da noite ouvindo alguns gemidos vindo do quarto. Ele rapidamente foi para o seu quarto e colocou fones contra barulhos, enquanto pensava "Eu sou mente aberta mas não preciso de detalhes". A noite foi longa e Crepus conseguiu dormir tranquilamente.

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Oi pessoas, a fanfic está acabando e eu chorei mais que vocês KSKSKSKSKS
Obrigado pra quem acompanhou até aqui, beijinhos

A distância entre nós - (KaeLuc)Onde histórias criam vida. Descubra agora