Capítulo 17

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Montanha Aozang: relevo de Jueyu

Kaeya poderia pensar que Barbatos não queria o explicar o que aconteceu, mas ele também não sabia e tão pouco leu o contrato. Em certos dias Morax, retentora e outros amigos se juntam na montanha para conversar.

Após a conclusão das conversas jogadas, restou apenas Morax e Retentora no lugar, ambos estavam sentados tomando um chá, em suas formas humanas.

- Eu ainda não acredito que você realmente aceitou um contrato tão absurdo, Barbatos só trás problemas para nós.–Retentora bufa indignada–

- Não se preocupe quanto a isso, é um contrato diferente de qualquer outro que eu fiz. Ele é temporário. Não teve mudanças drásticas além das idades alteradas e Crepus estar vivo.–Morax diz simplista–

- Como? Então não foram pra outra dimensão nem voltaram no tempo?

- Não. Eu expliquei isso no contrato. Eventualmente as memórias de todos os amigos dele vão voltar, eu apenas dei a Kaeya a chance de recomeçar.

- Você fez tudo isso pra ele poder ter aquele rapaz de volta? Você sendo um arconte poderoso se rendeu a emoções humanas muito facilmente. –Ela revira os olhos e Morax da uma risadinha–

- Não fiz isso apenas pra ele ter o jovem Diluc, eu fiz pra ele consegui ver que mesmo sem uma visão, passando por todas as dificuldades e tristezas mundana, ele ainda sim é forte o bastante pra lidar com tudo.–Ele deixa sua xícara de chá de lado e torna a falar– Você sabe como ele ganhou sua visão?

- Não sei, me diga.

- Kaeya ganhou sua visão quando Diluc tentou o matar. –Retentora ficou pasma com a informação – toda a maneira como os fatos aconteceram, foi triste.

- Entendo..mas, trocar sua visão, dada pela Celestia é algo a se repensar. –O olhar dela vai direto para o céu, distante.–

- Ele repensou. Me diz qual seria o sentido dele continuar tendo a visão se Diluc não tentou matar ele, e Crepus continuava vivo? Pode parecer confuso, mas tudo é justificável. Eu não controlo as visões, ele pode ganhar outra a qualquer momento.

- Cada visão tem um significado, certo? Você acha que ele ainda ganharia a visão cryo?

- Quem sabe, ele combina com ela. A visão escolhe o dono.

As folhas sopraram, e uma brisa de vento passou por eles. Morax sabia que Barbatos tinha chegado.

- Hunf, ele sempre chega chamando a atenção.

- Olá amigo! E... retentora.–Venti diz dando uma olhadela sarcástica–

- Ora seu!– Ela se levanta já irritada com a fala do mesmo–

Morax suspira e pensa "lá vamos nós de novo". Era sempre assim quando os dois se encontravam, pareciam duas crianças brigando por nada, Zhongli tentava controlar a situação para todos tomar um chá junto, mas acaba com um indo embora, e geralmente era o Venti.

- Não estou aqui para discutir com você minha cara, vim falar de um pequeno probleminha. –Venti se apressa e senta ao lado de Zhongli–

- Pois não, diga.

- Kaeya se lembra do contrato e Diluc também está começando a se lembrar, isso tá certo?

- Sim, se você tivesse lido o contrato saberia. Mas parece que ele também não leu. A primeira pessoa a se lembrar tirando Kaeya, foi sua amiga Rosaria, e nesse momento estão te procurando.

- Urgh!! Porque eu sempre me meto nessas confusões, vou voltar e falar pra eles.

Antes do Venti retornar Zhongli explica detalhadamente o que vai acontecer, que todos os amigos iriam se lembrar. Venti entende tudo e fica mais aliviado, pensara que o contrato tinha falhado ou coisa pior.

Mondtstadt: taverna

Chegando lá Diluc não estava mais, já era tarde e ele provavelmente já estaria em casa com seu pai, Kaeya pediu bebidas ignorando o fato de ser menor de idade nessa realidade, mas tão pouco o garçom percebeu.

- Bardo imbecil! Ele sumiu por uma semana inteira. Me vê mais um copo de whisky!

- Ainda não entendi porque você está tão alterado, é apenas um contrato idiota, o que tem se a gente lembra ou não? Você e Diluc estão vivo.

Antes que eles pudessem terminar a conversa a porta do bar se abre, e um bardo de tranças entra.

- Senhores! Estou de volta, mas hoje não irei cantar e nem tocar nada, tenho assustos oficiais para lidar. Kaeya e Rosaria, me seguiam.– Os três sobem para o cômodo de cima da taverna–

Venti explica o que conversou com Zhongli e o porque eles ainda estavam se lembrando, Kaeya e Rosoria ficaram neutros, a questão é que não tinha nenhuma razão especial para eles terem feito esse contrato. Pessoas que ganham visões tem a chance de ascender a Celestia, mas os humanos não sabiam disso, exceto por Aether, venti teria comentado com ele sobre essa questão.

Depois dessa conversa Venti voltou pra baixou e foi beber, Rosaria e Kaeya não foi diferente. Mas ele esqueceu que eles ainda eram jovens e foram expulsos pelo barmen.
Kaeya só queria voltar rápido para casa e descansar.

- E o que vai ser daqui pra frente? O contrato era seu mas todos nós voltamos no tempo. Você pensou apenas em si, como sempre.

- Você está bêbada e falando coisas sem nexo, Rose. –Kaeya diz bocejando e estralando os dedos–

- Por estar bêbada vou aproveitar e dizer. Eu tinha uma vida, se eu não me lembrasse tudo bem, mas eu lembro de tudo, lembro do meu sofrimento quando você morreu, quando Diluc ficou internado e todo o resto! Eu formei uma vida toda, você sabe a minha história.

Kaeya estava parado sem reação, ela tinha razão, ele não tinha pensando em nada disso, nem nos seus amigos e suas vidas, apenas nele e seu amor não correspondido na realidade. Quando venti disse que isso não era uma vida alternativa e nem que a gente voltou no passado ele também ficou em choque.

Apenas reduziram a idade deles, recriando um cenário específico sem alterações no universo ou em Teyvat. Por conta disso, eventualmente todos seus amigos próximos se lembrariam desse acontecimento.

- Rosaria..eu..eu sinto muito. Eu deveria ter lido o contrato melhor. Eu deveria ter ficado morto mesmo, mas eu fui egoísta, fiquei tão cego porque queria ser correspondido, e agora eu sou, e a custa de que? Minha visão, meus amigos, minhas vivências. Você tem o direito de estar brava.

Os dois não disseram mais nada, nenhuma palavra foi dita ou pensada, o céu brilhava como nunca, e a lua iluminava seus rostos naquela noite. E lágrimas cristalinas caem do rosto de Kaeya.

- Você é meu amigo Kaeya, meu melhor amigo. Jamais diga isso de novo, você não deveria estar morto. Eu tô feliz de te ter aqui, vivo. Então continue vivendo. –Rosaria se retira deixando Kaeya plantado para trás, que chorava de cabeça baixa.–

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(Não revisado)

A distância entre nós - (KaeLuc)Onde histórias criam vida. Descubra agora