Capítulo 12

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Diluc não quis entrar no quarto pra chamar ele pra almoçar, apenas bateu na porta e disse que a comida estava pronta.

Diferente dos cafés da manhã, no almoço Diluc preferia sua solitude e comer sozinho no seu quarto.

Eram por volta das três horas da tarde, eles sempre comiam nesse horário, não era nada novo. Mas, já tinha passado esse horário e Kaeya não saiu em nenhum momento. Diluc ficou levemente preocupado e bateu na porta de novo.

- Kae? Você ta' bem?

Silêncio

Diluc entrou no quarto, e Kaeya estava deitado em baixo da cama como uma criança que tinha acabado de brigar com os pais e se escondido para não ser pego.

- Kae..? Porque está aí?

- Diluc..

A voz era um susurro, e o ruivo percebeu que ele não estava acordado, estava sonhando, e provavelmente era com Diluc.

Ele pegou e arrastou Kaeya e o deitou na cama, ele estava suando e com algumas lágrimas secas no rosto.

"Porque não me disse que ainda tinha pesadelos, eu podia dormir com você, idiota"

Kaeya acordou no meio da noite e Diluc estava dormindo ao seu lado, com o rosto sereno e tranquilo.

Ele não estranhou tanto a ação, Diluc costumava dormir com ele quando tinha pesadelos, "mas como ele sabia que tive..?"

Ele ouviu um ronco que veio da sua barriga, foi dormir sem almoçar e jantar, então estava com muita fome.

Ele se levantou tentando não acordar Diluc mas sentiu uma mão segurar seu braço ao se levantar.

- Você..acordou. Tá' com fome?

- Ah, sim. Não precisa se preocupar, volte a dormir, eu vou só pegar alguma coisa pra comer-

- Eu também vou. - Diluc falou e se levantou de cama calçando seu chinelo-

- Acordou com fome também, é? -Kaeya mantinha uma expressão divertida no rosto-

- Não, apenas quero conversar com você, vamos.

Os dois foram em direção a cozinha sem fazer barulho para não acordar Crepus, que dormia largado no sofá.

- Você vai me dizer o que te deu gatilho pra você ficar daquele jeito? Você não fica assim a um tempo.
-Disse se sentando na cadeira que tinha na cozinha- você..er..quer conversar?

- Hum? Você dando uma de psicólogo, tá crescido mesmo -seguiu Diluc e se sentou-

- Só fiquei curioso, você chamou meu nome enquanto dormia, foi um pesadelo.. comigo?-Diluc tinha uma expressão um tanto indiferente mas ainda preocupada- não precisa dizer.

- Você tá falando muito hoje, hum? não se preocupe, eu não lembro o que eu sonhei, provavelmente te chamei porque-

Kaeya cortou a frase, não podia dizer o que pensou, Diluc não era o mesmo que compartilhou momentos íntimos.

- Urgh, não importa, já terminei de comer, você pode voltar pro seu quarto e dormir.

Diluc ficou em silêncio encarando Kaeya, mas não refutou e nem insistiu, acenou com a cabeça e se levantou.

- Você, pode conversar com o pai..meu pai, se for mais confortável. Boa noite.

Uma semana se passou e Kaeya ainda não se livrou das noites mal dormidas, suas olheiras estavam quase pulando pra fora da cara e Diluc tentava não perguntar o porquê de Kaeya não ter o chamado pra deitar com ele de novo.

A distância entre nós - (KaeLuc)Onde histórias criam vida. Descubra agora