Nada

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— Putz! Esqueci de devolver a bandana do Norte.

RS se deu um tapa na testa, alcançando o tecido verde no bolso. Lembrou que tinha achado aquilo jogado no cantinho do banheiro de Paraná.

— iii paixão, agora isso fica pra amanhã. — PR sorria maroto. — Só se quiser ver o pau do seu irmão de novo....

Recebeu o trilionésimo olhar mortal do loiro naquele dia. Estavam no corredor do quarto do moreno. De repente a porta ao lado se abre, São Paulo estava saindo do seu quarto, distraído com alguma coisa no celular. Deu de cara com um Rio Grande do Sul o encarando furioso. Tentou recuar de volta, prestes a fechar a porta, mas a mão do gaúcho o impediu, forte.

— São Paulo...!!!

A pobre criatura não podia mais nem alegar ignorância. Paraná interveio, pendurado no braço do namorado.

— Paixão! Para! De novo isso não!

Entredentes o maior respondeu ameaçadoramente.

— Eu só quero saber como ele descobriu...!

A tensão aumentava e a porta cedia, abrindo aos poucos, a medida que o tatuado não conseguia segurar a força bruta do maior.

— Fui eu que contei! — Paraná confessou. Sul parou de forçar a madeira, surpreso mas nem tanto, sabia que os dois eram melhores amigos. — Fui eu táh!

O maior olhou pra SP buscando confirmação. Pálido o outro afirmou veemente com a cabeça. Voltou a encarar o namorado sério.

— Mas porque tu fez isso?

Paraná se aproximou do amigo, protetor.

— Porque eu confio nele néh!

— Confiança mal aplicada isso sim! — Olhava feroz pro outro. — Como que a Matinha descobriu?

— Eu sei que ele tem um bom motivo pra isso! — Se virou pro paulista. — Néh?

São Paulo se protegia atrás de Paraná, confirmando tudo.

— A-a Matinha me obrigou a falar....

— Como que ela fez isso?

O paulista engoliu em seco.

— S-se eu não falasse pra ela e a Catarina ela ia dizer pra você que eu sabia.... — Ai a ironia. — E você ia vir atrás de mim...

Paraná desatou a rir. Nada como a vida real ensinando como se faz. O moreno até sentou no chão, algumas lágrimas escorriam por seu rosto. Quando acalmou um pouco estendeu a mão pro namorado, pedindo ajuda pra se levantar. O gaúcho ainda estava cismado com o sudestino. Ajudou o namorado enquanto perguntava.

— Tchê. Até onde tu sabe?

Completamente desconfortável o tatuado responde baixinho.

— S-só que vocês convidaram o Norte para a noite.... — SP estava encurralado, sentiu que precisava dar mais satisfação. — E-eu não passei a noite aqui. — Odiava admitir, mas era necessário, murmurou a contragosto, corando um pouco. — E-eu tava com o Rio...

Finalmente o loiro recua um pouco. Até lembrar que o carioca poderia ser um problema.

— Tu não falou nada pra ele néh?

— Não! Não! — Levantou as mãos em defesa. — Aquele idiota não vale o peso da própria língua! — O maior ainda o encarava. — Se quiser pode ir conferir!

Sul estreitou o olhar, mas o outro não era muito de blefar, para São Paulo falar aquilo provavelmente não estava mentindo. Respirou fundo, cansado. Paraná se pronunciou pro loiro.

— Satisfeito paixão? — O gaúcho revirou os olhos se retirando da entrada do quarto do outro, deixando Paraná para trás. — Até mais Sampa. — Deu um aceno de mão. — Se cuida.

— Digo o mesmo com esse cavalo que você chama de namorado.

Paraná sorriu largo pro amigo.

— Isso é porque você não viu as cavalgadas que eu faço...

SP corou com o comentário, já se irritando.

— Sai daqui meu, cansei de confusão!

Empurrava o sulista pra fora.

— Se quiser depois eu te conto umas dicas pra tu usar com o Rio...

— Sai fora!

Fechou a porta com força. Ainda podia ouvir Paraná rindo do outro lado, sabia que não conseguiria ficar sem saber... Nem se quisesse.

_____ _____

Norte fechou e trancou a porta do quarto, já erguendo Sergipe contra a madeira. Se beijavam necessitados. O loiro se agarrava no maior com vontade e o mesmo explorava o corpo desejado sem muita delicadeza, queria sentir Sergipe como nunca tinha feito antes. Suas mãos exploravam o tronco do menor sem pudor algum, queria sentir todos aqueles músculos trabalhados pelo surfe, que antes só podia ver de longe. As costas, as laterais serrilharas, aquele peito liso, a barriga durinha. Era incrível sentir o quão esguio ele era entre seus braços.

O cheiro de maresia inebriava o moreno, queria mais. Queria ver as expressões de prazer que ele poderia fazer sob si. Os gemidos. RN avançou um dos joelhos por entre as pernas do surfista, que cedeu de bom grado, abrindo e se deixando ser sustentado por ali. Podia sentir a ereção do loirinho contra sua coxa. Apertou mais, deixando que a perna do menor também atingisse sua virilha.

........Nada....

Um frio desceu pela espinha do maior.

Se afastou um pouco do beijo, parecia que Sergipe não tinha notado ainda. Pegou a pessoa de seu desejo no colo, estilo princesa, e jogou ele na cama.

— Me dê um minuto Gipe... Já volto.

Rapidamente se retirou para o banheiro e fechou a porta, já se tocando. Conferindo. Puta que pariu! Não vai me trair agora! Tentou reanimar o soldado abatido, sem sucesso. Droga! Droga! Droga! Ontem tava bonzão e agora isso?! Puta merda! Justo com o Gipe! Começou a rir nervoso dentro de sua cabeça. Isso não pode tá acontecendo. Tentou novamente se estimular, mas a essa altura já sabia que não ia subir. Começou a rir novamente, sem perceber que foi em voz alta.

Batidas na porta.

— Poti? — O loiro abriu devagar uma fresta. — Tudo bem?

Norte ainda ria baixo, desesperado.

— Isso nunca aconteceu comigo....

Abriu mais a porta entrando devagar.

— Te ouvi rindo... — Encarava as costas do maior. — O que houve?

Sergipe pode ver o moreno ter um sobressalto com a pergunta.

— Juro que isso nunca aconteceu comigo!

A linguagem corporal era clara e, associadas à típica frase, o loiro não precisou de mais explicações. Norte tinha broxado. Sergipe não conseguiu evitar uma pontada de descontentamento, estava sedento por aquilo. Mordeu a boca com força frustrado. Suspirou fundo silenciosamente, o potiguar não precisava de mais pressão sobre si. Podia ver a mente do maior em looping, se cobrando e entrando em parafuso.

— Poti...? — RN virou um pouco o rosto. — Deve ter sido por causa de ontem... — Falou suave.

Norte colocou a mão no rosto, constrangido. Realmente aquela fanfarra o tinha esgotado.... Ainda mais com aquele elixir estranho do Paraná. O elixir... O ELIXIR! É isso! Se virou novamente animado para o surfista.

— Ontem! O Paraná tinha um elixir! E eu sei que ainda tem uma garrafa lá! — Ajeitou apressado a calça e o cinto que estavam fora de lugar. — Já volto! — Beijou SE antes de sair correndo.







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Eu sei que doeu. Não me arrependo de nada! Muahahahahaha.

Nadacomo o drama.

Muito mais que a encomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora