Ele estava estranho hoje

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O pôr do sol se fez presente e vários estados já estavam com sinais de cansaço, já que começaram logo cedo. Brasil já havia se retirado junto com Argentina, que foi convidado de última hora e por milagre conseguiu vir, mas tiveram alguma emergência de países e foram embora. Bahia também estava querendo ir para o quarto, mas parecia esperar discretamente Pernambuco terminar a partida de dominó que tava rolando. Pará se distraia fazendo tranças elaboradas em Amazonas, já a mesma estava agarrada num vaso de plantas quase falecida prometendo que iria ressuscita-la em casa. Claramente bêbada. Goiás tocava seu violão de forma tranquila e descaradamente flertava com Mato Grosso. Mas só fazia isso por que o irmão dela estava sumido com um certo mineirinho. Num dos cantos do salão podia-se enxergar Brasília conversando com Buenos Aires, ela estava com as pernas cruzadas quase em cima do estrangeiro, que parecia nervoso, porém apreciava a vista discretamente. Rio Grande do Norte estava na roda do dominó, só assistindo as partidas, junto com Maranhão e Sergipe, que esperavam a vez de jogar.

Paraná e Rio Grande do Sul estavam numa mesa conversando com Rio de Janeiro e São Paulo até que Catarina chega perto, junto com a Espírito Santo.

— Paraná, posso pegar a Naná e as coisas dela no seu quarto? Eu tava querendo me recolher agora... — Segurou casualmente a mão da amiga.

— Claro! Até vou junto pra separar as coisas pra vocês.

Sorriu o paranaense já se levantando, assim como o gaúcho, que ainda tinha uma garrafa na mão. RJ percebendo a movimentação já perguntou maroto.

— Paranazinho ainda vai voltar pra cá? Ou vai ficar por lá mesmo com seu tchutchuco?

Os 4 pararam em choque, a língua do carioca estava muito solta já, falando essas coisas justo sobre o esquentadinho do gaúcho. RS não perdeu a compostura, simplesmente devolveu a garrafa com força na mesa, passando seu recado, se virou e foi embora. Ele estava estranho hoje.

— Tá maluco porra! — SP lascou um tapão na nuca do outro.

— Ah qualé, foi zoeira caralho!

— Sorte sua que ele não quebrou a garrafa na tua cara torta!

E começou uma das brigas intermináveis dos dois. Os que sobraram saíram sem muita cerimônia do local, SP e RJ não iam parar tão cedo.

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O grupinho andou pelo casarão alugado para a festa sendo guiado por Paraná, afinal era para o quarto dele que iriam.

— Nossa, você ficou longe dessa vez eim Paraná. — Comentou ES.

— Néh, mas até que gostei daí. — PR respondeu e colocou um dedo sobre os lábios sorrindo malandro. — Fora que é uma suíte.

Catarina entendeu no ar as questões que isso implicava, revirou os olhos e decidiu ignorar o amigo, quando ele ficava daquele jeito só o Sul para aguentar mesmo. O quarto de Paraná ficava num dos cantos mais afastados da construção, fazendo divisa somente com o quarto de SP, que o moreno tinha certeza que não haveria ninguém naquela noite. PR abriu a porta e foi recebido por Naná, que parecia já saber que iria dormir fora. Os três agacharam para fazer carinho nela e tirar fotos fofas, ficaram assim por um tempo até que Catarina levantou decidida.

— Pega as coisas dela e vamos embora. Já enrolamos demais aqui.

Paraná respondeu energético.

— Agora mesmo! — Se levantou e foi atrás do que precisava. Tudo parecia já estar organizado para levar, o Sul deve ter arrumado... Pegou a sacola e estendeu para a amiga.

Muito mais que a encomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora