Era real

335 17 43
                                    

Acordou com o sol batendo na cara e com calor. Sergipe havia sonhado novamente com algo maravilhoso, a boa sensação não havia passado ainda.

Seu sonho favorito.

Norte.

Manteve os olhos fechados, ainda acordando devagar, queria prolongar aquela sensação boa de ter tido um bom sonho. Mas a consciência era implacável. Suspirou, se virando na cama. Esbarrou com tudo em alguém ao seu lado. Abriu os olhos assustado, dando de cara com Rio Grande do Norte ainda dormindo tranquilo.

CA-RA-LHO.

Não foi um sonho!

O maior estava nu diante de si, somente a coberta mal posicionada o cobria.

As memórias começaram a fluir. Cacete.

Era real.

Muito real.

Finalmente real.

Sergipe corava profundamente se lembrando da noite anterior. Os gemidos, as sensações, os toques. As declarações. Estendeu a mão timidamente tocando o maior, conferindo se não estava alucinando. De repente se sente ser puxado para perto.

— Já disse que pode me tocar sem medo Sergipe.

Norte falou com a voz sonolenta. Abraçava o loirinho contra o peito, podia sentir a timidez dele de longe. Apertou-o contra si até que relaxasse novamente. O menor envolveu seus braços nele também, retribuindo o contato. Escondia o rosto naquele peito que tanto gostava. Um pouco mais desperto Norte deposita um selinho na cabeça do surfista.

— Bom dia Gipe.

Abafado o menor responde também.

— Bom dia Poti.

Ficaram assim um tempo, curtindo o contato carinhoso. O moreno acariciava tranquilo as costas e cabelo do outro. Se sentia sendo abraçado por um golden retriever. Sergipe havia relaxado novamente em seus braços, um pouco mais confortável consigo. De repente ouvem o ronco de fome da barriga dele, que imediatamente corou envergonhado. O potiguar se limitou a sorrir divertido.

— Vamos levantar?

— S-sim....

Se afastaram sem muita vontade. SE levantou logo, se dirigindo ao armário para colocar uma roupa. Norte sentou na cama, se espreguiçando devagar.

— E-eu tenho que pegar suas coisas do carro num é?

O menor já se dirigia para a porta. RN só concordou com a cabeça, ainda estava no processo de acordar. Foi deixado sozinho naquele quarto. Olhou em volta, curioso. Nunca tinha entrado ali antes.

Sergipe não era exemplo de arrumação, mas não era dos piores bagunceiros também. Tinha seu cantinho desorganizado e a famosa cadeira de roupas que não estavam limpas mas também não estavam sujas o suficiente para lavar. Uma das estantes exibia medalhas penduradas e troféus desportivos, principalmente de surfe.

Avistou um quadro de imã com fotos, se levantou para analisar de perto. Reconheceu alguns eventos, tanto por estar presente como por ter sido algo de grande prestígio. Achou a foto daquela competição em Salvador, em que havia levantado o loirinho no ombro. Duas fotos meio sobrepostas. Estranho. Reconheceu a de cima pois foi distribuída para todos os Estados, tinha até uma moldura em volta comemorando aquela vitória. A de baixo só o cantinho aparecia, se reconheceu ali, sorrindo e comemorando. Não tinha muita diferença da anterior, parecia uma sequência da outra. Retirou cuidadosamente o imã que as segurava e trouxe para frente a que estava "escondida", analisando com atenção. A diferença mais óbvia era o zoom que focava nos dois.

Muito mais que a encomendaOnde histórias criam vida. Descubra agora