Capítulo 13 | Estou Feliz Ou Apenas Fingindo?

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"E eu nunca me senti tão sozinha

E eu nunca me senti tão sozinha

Beijo vazio, garrafa de bebida

Cara, estou cansado." Labrinth feat. Billie Eilish – Never Felt So Alone

 Billie Eilish – Never Felt So Alone

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Capítulo 13

Saio do banheiro rapidamente e desço as escadas antes que eu passe mais
vergonha do que já passei. Idiota. Idiota. Idiota. Venho dizendo isso para mim mesma desde que peguei Oliver transando com Jonathan no banheiro.

É claro que a minha "amiga" iria me abandonar por uma transa. E eu ainda vim até aqui para acompanhá-la.

De novo.

Eu vim para me divertir também, mas a verdade é que eu nem sei o que significa essa palavra idiota. Frustrada, desço as escadas no meio da multidão, mas acabo esbarrando em um corpo alto. Olho para cima e vejo Aron parado enquanto tem o sorriso mais idiota que já vi nos lábios.

— Se perdeu, gatinha? – ele pergunta, claramente debochando. Ignoro-o e volto para a parte de trás da casa. Segundos depois, vejo Oliver vindo em minha direção, arrumando os cabelos.

— Empata foda – ela comenta, mas parece estar bêbada demais para estar falando sério.

— Empata foda? Foi você que me deixou plantada aqui e nem sequer falou aonde iria – retruco, cruzando os braços.

— Desculpa, eu deveria falar, "ei Mia, estou indo transar e já volto"? – ela imita uma voz grossa e não consigo me conter, acabo rindo da sua imitação barata.

— Não, mas você disse que iria pegar algumas bebidas, não transar – explico, depois de quase chorar de tanto rir.

— Não foi algo que eu planejei – ela dá de ombros. Cerro os olhos em sua direção, desafiando-a e ela continua sorrindo.

Ela está muito bêbada e isso me faz rir da sua aparência. Vejo Cassie vir em nossa direção e tocar no ombro de Oliver. A ruiva se vira na sua direção, com o cenho franzido.

— Desculpa – Cassie pede. Cassie tem a pele clara e os olhos azuis. Ela é bonita.

— Você deve ser a Cassie – digo e ela franze o cenho confusa, provavelmente querendo saber como eu sei o nome dela se nem nos conhecemos. Então digo:

— Todo mundo sabe o seu nome, você anda com o trio idiota – afirmo. Vejo de relance Oliver revirar os olhos e murmurar algo inaudível.

— Ah – é só o que a Cassie diz e percebo que ela não está nada confortável aqui.

Ótimo, não é apenas eu que odeio festas.

Me aproximo de Cassie e estendo minha mão, sorrindo.

— Prazer, meu nome é Mia – me apresento, afinal, eu a conheço, ela não me conhece. Ela aperta a minha mão levemente, retribuindo o sorriso. – Não sei como você aguenta aqueles três – digo, sentindo o nojo invadir o meu corpo.

— Sou meio que obrigada – ela diz, dando de ombros e obviamente forçando um sorriso.

Sei disso porque eu forço sorrisos o tempo todo, sou uma gênia nesse quesito.

— Pobre Cassie, sem ninguém para mantê-la consciente de suas companhias – ironizo, até porque, nem eu mesma tenho alguém para me manter consciente de minhas companhias.

E sim, me refiro a Oliver, que está tão bêbada que nem está prestando atenção no assunto.

Cassie solta uma risada baixa e sorrio ao ouvir ela rindo. Mas meu sorriso se desfaz quando vejo Aron vindo em nossa direção. Sinto meu corpo inteiro se arrepiar e não é um arrepio bom.

— Nós vamos jogar "sete minutos no paraíso", querem participar? – ele convida e eu reviro os olhos no mesmo instante. Oliver volta sua atenção para nós e abre um enorme sorriso.

— Não, obrigada. Isso é só um jogo idiota que vocês inventaram para poderem ficarem sozinhos com uma garota e comer ela – rebato, dizendo a verdade sobre esse estúpido jogo.

Aron me ignora completamente e se volta para Cassie.

— Você quer, gatinha? – ele pergunta e Cassie nega com a cabeça. – Qual é, deixa de ser chata – ele diz revirando os olhos, e tenho vontade de socá-lo nesse momento por estar forçando a garota a participar.

Mas não tenho coragem suficiente para socá-lo, mas adoraria ver alguém fazendo isso um dia.

Vejo sua irmã, Lydia se aproximar de nós e dizer:

— Vamos maninha, vai ser legal – e simples assim, a garota puxa Cassie antes que ela mesma possa responder.

Os três saem dali e Oliver se vira para mim, piscando os olhos igual uma criança.

— Não – nego abruptamente, já sabendo o que ela vai me pedir.

— Por favor, não quero ir sozinha – ela implora, se enrolando com as palavras. – Talvez eu e Jonathan possamos terminar o que começamos – Oliver diz e eu faço uma careta no mesmo instante, só de pensar na cena que vi minutos atrás.

Suspiro, cansada dessa nossa amizade, que na verdade nem pode ser chamada de amizade. Mas como a trouxa que sou, afirmo com a cabeça e Oliver me puxa para dentro da casa, onde todos estão reunidos.

O motivo de eu ter aceitado vir até essa festa, era para comemorar que me minha mãe foi embora de casa. Fiquei muito feliz com essa notícia, com o meu pai me apoiando e mais feliz ainda quando cheguei da escola e vi que ela realmente tinha ido embora. Mas quem eu quero enganar? Festas não são para mim, e aqui estou eu, prestes a jogar sete minutos no paraíso, um jogo idiota e que eu mesma sei disso.

Me sinto deslocada em festas. Me sinto pequena, estranha. Tenho uma amizade na escola toda e ela nem me valoriza do jeito que deveria. Ainda não consigo comer direito, apesar de minha mãe ter ido embora, às vezes suas palavras voltam em minha mente.

Então, eu estou realmente feliz? Me sinto sozinha na maior parte do tempo, não consigo comer direito e estou ficando de saco cheio de sempre querer agradar Oliver e não me colocar em primeiro lugar.

Depois Dela: Livro 2 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora