38 | Isso Não Vai Dar Certo

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"Bem, talvez tenhamos nos perdidos na tradução

Talvez eu tenha pedido demais

Mas talvez isso fosse uma obra de arte até você despedaçar

Correndo assustada, eu estava lá." Taylor Swift – All Too Well

" Taylor Swift – All Too Well

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Capítulo 38

Ele me deixou.

Fiquei quase duas horas esperando por Jonathan, arrumada e vestindo um vestido preto colado ao corpo. Os cabelos soltos, saltos altos – que odeio usar – e o celular na mão. Impaciente, mandei diversas mensagens e nenhuma resposta.

Eu estava preparada, eu queria perder a virgindade com ele, com o cara que estou gostando e ele simplesmente desapareceu. Quando vi que já eram dez horas da noite, foi quando percebi que Jonathan não iria vir e me deixou esperando igual uma otária.

Bufando, fui até o meu guarda-roupa e vesti o meu pijama de ursinhos. Chequei mais uma vez o celular e nenhuma resposta sua. Impaciente, desci as escadas indo até a cozinha para beber um pouco de água. Mas cesso os passos ao notar vozes vindo da cozinha. Isso mesmo, vozes no plural.

— Que saudades que eu estava de você, meu filho – meu pai diz e imediatamente um sorriso se abre em meus lábios. Corro em direção a cozinha e abraço o meu irmão que não vejo há anos.

Ele se assusta, mas depois volta a me abraçar.

— Também estava com saudades – Diego diz, me abraçando fortemente. Diego tem os cabelos loiros, suas sobrancelhas são grossas, sua pele é clara e seus olhos são verdes. Ele tem 1,81 de altura, onze centímetros a mais do que eu.

— Senti muito a sua falta – digo e depois quebro o nosso contato. Ele me avalia dos pés a cabeça e depois sorri.

— Você se tornou uma mulher muito linda, maninha – ele me elogia. – Tem algum pretendente? – sua pergunta me pega desprevenida e eu fecho a cara.

— Não – respondo, lembrando do bolo que Jonathan me deu mais cedo.

— Mas não precisa se apressar em ter um, querida – meu pai diz, sorrindo como sempre. Dou de ombros e caminho até a torneira da cozinha, enchendo um copo de água.

Ao beber um gole, pergunto:

— O que te trouxe até aqui? – meu irmão se volta para mim, erguendo uma de suas sobrancelhas.

— Vim ver como vocês estavam, e eu soube do divórcio – ele diz, mas sinto que tem algo a mais.

— Fiz por todos nós – meu pai responde sem mágoa alguma. Meu pai até que superou rápido demais, mas estou feliz por isso. Tomo mais um gole de água e largo o copo em cima da pia.

— Bom, eu vou indo, amanhã tenho aula cedo – aviso e Diego caminha até mim, depositando um beijo na minha testa.

— Boa noite, pequena – ele usa o meu apelido de quando eu tinha dez anos e eu faço uma careta.

— Já não sou tão pequena mais – reclamo e ele abre um sorriso, suas covinhas aparecem e imediatamente me lembro da covinha de Jonathan.

Balanço a cabeça de um lado para o outro e subo as escadas, indo até o meu quarto. A luz da lua entra pela janela e eu fecho a porta ao soltar um suspiro pesado. Por um mísero segundo, acho que Jonathan possa estar aqui, mas estou errada.

Caminho até a janela para ver se ele não está no meu jardim, mas nenhum sinal de sua presença. Bufo e quando vou abaixar o vidro da janela, resolvo deixá-la aberta, caso ele queira vir mais tarde. Eu sei que é ridículo, mas ainda acho que ele vai vir.

Caminho até a minha cama e afundo-me nela. Me viro de um lado para o outro, até conseguir dormir. Depois do que parece ser uma eternidade, acabo pegando no sono...

[***]

Os raios de sol invadem o meu quarto, fazendo-me abrir os olhos lentamente. Rapidamente procuro pela presença de Jonathan, mas não encontro nada. Irritada, me levanto e vou até o banheiro, jogando um pouco de água no meu rosto. Escovo os dentes e depois volto para o quarto, escolhendo uma roupa qualquer.

Opto por uma calça jeans rasgada e um cropped. Calço os meus tênis, pego minha mochila e desço as escadas, dando de cara com o meu irmão e meu pai tomando café juntos. Ainda não me acostumei com a sua presença nessa casa depois de tanto tempo.

— Bom dia, pequena – meu irmão diz e eu reviro os olhos ao ouvir o seu apelido. Sento-me na mesa com eles, pegando um pão para comer.

— Estávamos pensando em fazer um jantar hoje a noite e convidar alguns amigos do seu irmão, para comemorar a sua volta – meu pai me diz.

— Então, você veio para ficar? – pergunto diretamente para o meu irmão, arqueando uma de minhas sobrancelhas.

— Eu já terminei os meus estudos e agora quero ficar com a minha família – Diego diz. Sorrio, porque esperei por esse momento quase todos os dias desde que ele saiu da cidade.

— Gostaria de convidar alguém, querida? – meu pai me pergunta. Minha mente rapidamente pensa em Jonathan e decido por nós dois que já está na hora deles se conhecerem.

— Vou convidar sim – afirmo, sorridente.

— Podemos saber quem? – Diego pergunta.

— Ainda não – respondo.

Eu sei que ontem eu estava irritada com Jonathan por ter me deixado plantada esperando por ele, mas quero que meu pai e meu irmão o conheçam. Quero isso desde que ele se declarou para mim.

Depois de tomar café, caminho até a escola e ao chegar, vejo Avery e Cassie sentados em um banco. Me aproximo dos dois, sorrindo.

— Como estão? – pergunto e recebo uma careta de Avery.

— Bem – Cassie é quem me responde.

Minutos depois, o sinal indicando o começo das aulas soa e os dois se dirigem para dentro da escola. Mas eu fico para trás, esperando por Jonathan. Cassie percebe que eu não saio do lugar e pergunta por cima do ombro:

— Você não vem?

— Em um minuto – respondo e ela assente com a cabeça.

Me sento no banco, esperando por Jonathan.

Dez minutos.

Quinze minutos.

E nada dele. De novo eu esperei por ele e, de novo ele me deixou esperando. Seguro as lágrimas que ameaçam cair e me levanto do banco, entrando na escola sem Jonathan.

Depois Dela: Livro 2 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora