28 | O Cinema

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"Eu quero te foder devagar, com as luzes acesas

Você é a única para quem tenho olhos

O tipo de sexo no qual você nunca poderia colocar preço

Eu vou retirar a proteção, você é a única com quem eu arriscaria." The Weeknd – Lost In The Fire

" The Weeknd – Lost In The Fire

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Capítulo 28

Mia demorou pouco tempo para se arrumar e avisar seu pai que sairia. Caminhando devagar, conversamos pouco em relação aos dias passados. Eu sei que ela está me evitando desde aquele dia no parque abandonado, não sou idiota. Eu só não sei o porquê ela está fazendo isso.

Somos amigos, certo? Então por que diabos ela não me conta o que está havendo? Ao chegarmos no cinema da cidade, pago por dois ingressos de um filme de comédia romântica. Mia pega duas pipocas e nós adentramos no ambiente.

Nos sentamos nas nossas devidas poltronas e vários trailers começam a tocar no enorme telão do cinema. Tento prestar atenção nas propagandas, mas de vez em quando acabo observando-a. Seu rosto é tão lindo que me pego distraído na maioria das vezes.

O filme finalmente começa, Mia ri em várias cenas e eu a acompanho. Ela come suas pipocas e quando acaba, ela rouba algumas minhas.

— Você me quer, agora, nesse exato momento? – o personagem masculino pergunta a mulher.

— Quero – ela murmura perto de seus lábios. Os dois começam a se beijar e depois tiram suas roupas.

O filme não mostra o que acontece depois, mas todos sabemos o que acontece depois disso. Vejo Mia ficar fascinada pela cena e minutos depois, os créditos do filme sobem pela tela. Nós nos levantamos das poltronas e saímos porta afora.

— O filme foi muito bom – Mia comenta, chamando a minha atenção.

— Foi sim – concordo com ela. – Vamos, eu te levo pra casa – digo e sem pensar, entrelaço nossas mãos.

Mia não retruca e eu começo a puxá-la para longe da multidão. Sem querer, acabamos esbarrando em dois corpos. Logo reconheço-a. Oliver está com um balde de pipoca em mãos, com uma garota morena ao seu lado. Seus olhos se direcionam até as nossas mãos entrelaçadas e Mia acaba soltando a minha mão.

— Que bom te encontrar aqui – digo, tentando parecer casual. Não sei por que um clima estranho se instalou no ambiente, não tenho nada com Oliver, foi só uma transa casual.

— Vocês estão juntos? – ela pergunta sem rodeios, semicerrando os olhos na direção da loira ao meu lado.

— Não – Mia se apressa em dizer e eu a olho de relance.

— Se estamos ou não, o problema é nosso – corto-a abruptamente.

— Olha, para alguém que se dizia odiar o trio divindade, você está se saindo muito bem – Oliver debocha, diretamente para Mia.

— Eu não... – Mia começa, mas eu a interrompo.

— Não existe mais a merda do trio divindade – digo, rispidamente. Oliver não me encara, continua olhando apenas para Mia, como se eu nem estivesse aqui.

De repente, um garoto se esbarra em Mia, derrubando todo o seu refrigerante nela. Oliver dá uma risada alta, ainda encarando Mia.

— Ele vai enjoar dessa sua boceta que nunca foi usada – a ruiva cospe as palavras e antes que eu possa dizer algo, sai dali com a sua companhia.

Me viro para Mia para tentar ajudá-la, mas vejo ela correndo na direção dos banheiros. Droga! Respiro fundo e sigo-a, esbarrando em vários corpos que ainda estão saindo da nossa sessão. Sem pensar muito, entro no banheiro feminino.

Vejo Mia apoiando suas mãos na pia do banheiro, enquanto encara seu reflexo no espelho e algumas lágrimas enchem os seus olhos. Nunca pensei que sentiria uma dor no peito ao ver alguém chorando, mas esse é mais um efeito que Mia Adams tem sobre mim.

Algumas meninas saem das cabines do banheiro e se assustam com a minha presença, fazendo Mia me notar também.

— Podem sair, por favor? – pergunto educadamente para as meninas. Elas fazem uma careta feia, mas não saem dali. Irritado, vocifero:

— Saiam da porra do banheiro, caralho! – as garotas tomam um susto, mas acabam saindo do banheiro. Vou até a porta e tranco a mesma. Depois, verifico cada cabine, vendo que estamos sozinhos.

— O que você quer? – Mia pergunta, com a voz embargada. Finalmente me viro para ela, observando-a.

— Por que você está chorando? – indago, me aproximando dela. Como sempre, Mia recua alguns passos, batendo suas costas na parede do banheiro. Eu a encurralo, não lhe dando opções para sair dali.

— Me deixa sair – ela praticamente implora.

— Por que você está chorando? – volto a perguntar, ignorando o seu pedido. Mia solta um suspiro tenso e me encara, seus olhos azuis cheios de água.

— Por que será? Por causa de Oliver – ela bufa.

— Oliver é só uma garota que quer chamar atenção, e pelo que sei, você sabe lidar com esse tipo de garota – digo, me referindo a Sabrina. Já vi várias vezes Mia dando conta da garota loira e defendendo sua amiga Cassie. Ela passa a língua pelos lábios e vejo-a engolir com certa dificuldade.

— Não estou transando com você como Oliver disse – ela diz, parece mais estar lembrando a si mesma do que a mim.

— Eu sei, somos amigos, certo? – indago, franzindo a testa. Ainda não estou entendendo.

— Então, posso te pedir uma coisa? – ela me pergunta, mordendo o lábio inferior.

Algo dentro de mim está curioso, mas ao mesmo tempo com receio e não sei exatamente o que ela quer me pedir, mas anuo com a cabeça mesmo assim.

— Pode – minha voz fica rouca de repente. Mia aproxima o seu rosto do meu, encarando-me com uma profundidade estranha, mas boa ao mesmo tempo.

— Pode me beijar? – sua pergunta me pega desprevenido e eu arregalo levemente os olhos. Eu não esperava por esse pedido. Na verdade, eu esperava tudo, menos isso vindo de Mia Adams.

— Mia... – tento recusar gentilmente, porque ela só está me pedindo isso porque está em um momento complicado agora e não vou me aproveitar disso.

— Me beija – ela pede novamente.

— Mas nós não somos apenas amigos? – pergunto, por fora tentando permanecer tranquilo, mas por dentro quase surtando por esse pedido. Vou beijar Mia Adams, é isso mesmo?

— Vamos nos beijar como amigos – ela sugere, com uma voz sedutora.

Porra, Mia Adams é a garota mais sexy que já vi. Sem perder tempo, coloco minhas mãos em seu rosto e o trago para perto de mim, mas antes de colar nossos lábios, digo:

— Como amigos – murmuro contra seus lábios. Ela morde a boca e assente com a cabeça. E simples assim, colo os nossos lábios um no outro sentindo a sua maciez.

Porra, esse é o melhor beijo que já tive!

Depois Dela: Livro 2 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora