32 | A Verdade Por Trás Da Mentira

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"Fechada para o amor, eu não precisava da dor

Uma ou duas vezes foi suficiente, e foi tudo em vão

O tempo começa a passar e antes que você perceba, você está congelada

Mas alguma coisa aconteceu pela primeira vez com você." Leona Lewis – Bleeding Love

"  Leona Lewis – Bleeding Love

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Capítulo 32

Meu corpo inteiro doía. Física e psicologicamente. Toda vez que eu fecho os olhos, os lábios rosados de Mia aparecem em minha mente. Seu cheiro, seu rosto angelical e seus olhos azuis como o céu me perturbam. Estou com uma dor insuportável no peito e não sei o que poderá me salvar disso.

Nesse momento, estou parado diante da adega do meu pai, mas, por incrível que pareça, não quero beber. Estou sem vontade e sem forças. Minha garganta não está implorando por álcool, mas sim pelo gosto de sua boca. Bufo e saio da adega, frustrado. Faz alguns dias que não bebo álcool e já estou me sentindo melhor, boa parte disso por causa dos momentos que passei com Mia.

Fecho a porta da adega e começo a caminhar em passos lentos. Meu corpo parece pesar uma tonelada. Paro em frente à escada e congelo os passos antes de subir na mesma. Inclino a cabeça para o lado esquerdo, observando o corredor escuro onde me leva para o porão.

Suspirando, caminho até o porão e abro a porta, descendo a pequena escada e acendendo a luz do ambiente. Vejo minha guitarra vermelha pendurada na parede, cheia de pó. Aproximo-me dela e a tiro da parede, agarrando-me a ela.

De repente, sinto vontade de tocá-la. Sento-me no sofá de couro do porão, ligo-a na tomada e a apoio em meu colo, posicionando corretamente as mãos nos seus devidos lugares. Afino as cordas e começo a tocar um som leve. Começo a tocar os acordes que me recordo e o som que saí só me faz lembrar de Mia.

Fecho os olhos absorvendo o som, e as imagens dela invadem minha mente. O seu sorriso. Os seus olhos azuis. Seus lábios. Suas sobrancelhas grossas, seus cabelos loiros e seu cheiro viciante. Continuo tocando os acordes e a última vez que a beijei invade minha mente contudo. O jeito que ela puxou meu rosto para perto do seu e colou nossos lábios...

O som começa a aumentar na guitarra e sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha. Inspiro fundo e paro de tocar, abrindo os olhos e me deparando com a realidade. Estou no porão da minha casa, sem cabelos loiros e sem seu cheiro inebriante. Limpo a lágrima que escapou de meus olhos e logo ouço palmas vindo da porta.

Lentamente viro minha cabeça para a porta e vejo minha mãe sorrindo e com os olhos cheios de água. Ela caminha devagar até onde estou e se senta ao meu lado. Seus dedos delicados passam em torno da guitarra e sei que ela está tendo um déjà vu.

— Você tocou – sua voz rouca atinge meus ouvidos e eu a encaro.

— Sim – digo, ainda tentando compreender. Mia me fez tocar guitarra de novo.

Depois Dela: Livro 2 De 2Onde histórias criam vida. Descubra agora