vinte e três | anônimo

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Elise Fachini

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Elise Fachini

Sinto meu coração bater mais rápido, Maximus me olhava como se estivesse me incentivando a falar algo, mas o que eu diria? Que eu desejava sua morte? Que era exatamente isso que eu queria? Eu sinto falta da minha mãe, mas não sinto nem um pouco da sua versão desumana.

Eu piscava devagar controlando as lágrimas, o que há de errado comigo? Eu pedi por isso, se ela está morta é por minha culpa, eu a quis morta.

Eu estava sozinha, Max poderia estar comigo mas era diferente, eu não havia matado só o monstro que me atormentava desde criança, eu havia matado minha mãe. Morta.

Eu não consigo dizer nada, e então o padre pingarreia se pondo ao meu lado e pegando o microfone de minhas mãos.

- Sente-se garota, sei que está sendo difícil... - Ele não sabe de nada.

Não seria blasfêmia trazer um padre para velar o corpo desse monstro que parecia tão sereno nesse caixão?

Deus nos perdoe por isso. Ela nunca o conheceria mesmo, ela está em um lugar perfeito pra pessoas como ela nesse exato momento.

Eu nunca acreditei em deus ou que existe inferno, ela nunca me levava à igreja. Mas nesse exato momento eu torcia que existisse, só assim ela sofreria pelo resto da sua morte.

- Você precisa ser forte Lise. - Max me puxa para sentar com ele e eu não digo sequer uma palavra a cerimônia toda. Era uma palhaçada, eu não conheço mais do que metade dessas pessoas e nem ela conhecia, eu aposto.

um mês depois


Céus! Eu estava suando frio, todos nós estávamos. Apollo conseguiu sair mais cedo do trabalho para vir e até mesmo Trevon está aqui com um sorriso no rosto.

Estávamos todos aqui por ela, pra ela.

Les estava deitada sobre a maca respirando fundo e eu podia ver sua ansiedade em seus olhos, ela estava feliz. Kian estava ao seu lado e nós estávamos no canto da sala apertada. Flora e Eliot estavam abraçados e bem, estavam sérios, Trevon segurava um balão branco nas mãos. Apesar dele torcer para que seja um menino, ele preferiu não criar expectativas.

Eu e Apollo ficamos sentados nas poltronas ao lado de Ki e encaramos fixamente o televisor esperando ver alguma coisa.

- E então doutora? O que é?

- Credo, como assim "o que é?", não é um bicho, é um neném. - Flora reclama com Trevon e ele dá a língua pra ela.

- Vamos manter a calma, o neném está fazendo suspense. - A médica diz e sorri.

FLAMES | (1) Onde histórias criam vida. Descubra agora