B | O Coelho Assustado.

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— Sério, tô começando a achar que é de propósito. — Roseanne implicou, mas não viu um revirar dos olhos no rosto da mais baixa, e sim olhos e narizes vermelhos, como se estivesse acabado de... Chorar? Não. Jisoo não chorava, nunca. Algo estava errado. Os olhos da coreana desceram em seu rosto, sérios, e então deram uma rápida corrida por seu corpo, antes de voltar novamente para os lábios. — Kim? Que foi? Está querendo me beijar?

Sua expressão mudou para algo que parecia com uma surpresa, mas que Rosé não sabia se realmente significava. Jisoo olhou para os lados, como se estivesse certificando que estavam sozinhas. Parou os olhos na porta dos fundos da cozinha, mas quando Rosé seguiu seu olhar, não viu nada. Aquela garota era muito estranha para seu gosto.

— Que bicho te mordeu?

— Pare de falar. — Ela ordenou e a loira não se atreveu a desobedecer.

Jisoo começou a puxar Park pela gola de sua blusa, passando pela festa e ignorando as poucas pessoas que pararam para olha-las. Era raro as duas serem vistas juntas, muito menos indo sozinhas para o andar dos quartos. Os boatos sairiam no dia seguinte.

A casa de Seokjin era enorme e cheia de corredores, como um grande labirinto moderno, com quadros e vasos de flores enfeitando a passagem, mas mesmo assim, Jisoo parecia andar por ali em sua maior tranquilidade, como se conhecesse bem a casa. Por alguns segundos, o coração da neozelandesa bateu mais rápido do que o normal, pensando que Kim a levaria para um dos quartos e sabe lá o que aconteceria. Não conseguia nem imaginar. Tá bem, imaginou cenas nada puras, mas todas se foram quando ela virou para um corredor contrário, onde ninguém ia porque não havia nenhum quarto ali. A figura pequena parou em sua frente olhando para o teto, que notou ser bem mais baixo nessa parte da casa, e bufou. No teto, um alçapão, que Jisoo certamente não alcançaria.

— Anãozinho. — Não perdeu a oportunidade, levando um tapa logo antes de apenas levantar as mãos e abrir o alçapão sem esforço nenhum. Jisoo a puxou para o lado, para que não fosse atingida pela escada que caiu lá de cima. — O que é isso?

— Pare de falar, porra. — A morena olhou para os lados de novo e então começou a subir os degraus, e Rosé percebeu que não tinha escolha que não fosse segui-la. Já havia se perdido pelos corredores, não estava acostumada com mansões.

O sótão não ficou escuro por muito tempo, pois logo Jisoo acendeu uma luz amarelada no meio do cômodo, que ainda não iluminava muito bem. Enquanto a mesma voltava para fechar o alçapão, Park se permitiu observar o lugar. Haviam muitos colchonetes empilhados num canto junto de algumas outras tralhas, como barracas e lonas. No teto, uma janela enorme em formato triangular e em um outro canto uma estante com vários jogos de tabuleiro. Ouviu Jisoo pigarrear.

— Esse é um péssimo lugar para transar com alguém. — Riu baixo.

— O quê? Não! — Jisoo negou com a cabeça. — Lá embaixo, eu estava falando com Im Nayeon. Ela acha que estamos transando, na verdade, porque me disse para fazer isso, e ela precisa achar que estamos.

— Im Nayeon te disse para transar comigo?

— Não, idiota. — Bufou. — Poderia ser qualquer pessoa e eu realmente iria, mas o universo mandou justo você.

— Ei! Por que não transaria comigo? — Park cruzou os braços, indignada.

— Por que eu transaria? — Retrucou.

Durante o Alfabeto | ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora