U | Relacionamento Não Assumido.

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🐰

Já sentindo seu sangue esquentar, a Kim cruzou os braços, encarando com um falso sorriso as duas garotas ali. Para sua surpresa, Rosé respirou aliviada.

— Como eu disse, vim acompanhada, moça. — O barman entregou a bebida para a loira, que rapidamente se pôs ao meu lado. — Há outras garotas por aqui, aproveite, de qualquer maneira.

Ter uma namorada com personalidade de um Golden Retriever era estressante para Jisoo, que só queria dar um tapa na cara daquela garota e beijar Park bem em frente a ela, mas tudo o que Roseanne fez foi dispensa-la e ainda desejar a ela uma boa festa. Não estava reclamando, jamais, Rosé a dispensou, afinal, mas não deixava de ser uma quebra de expectativa.

— Eu não posso te deixar dois minutos sozinha e essas asinhas vem pra cima. — Resmunguei, sendo puxada por Rosé de volta à mesa.

— Ela não sabia, Kim. Nós acabamos de chegar e não nos beijamos. O que em mim diz que sou comprometida? — Park, Park... Sempre tão compreensiva. Ela me sentou no banco com veludo e se sentou ao meu lado. Tinha razão, o que definia um compromisso era uma aliança, mas elas não tinham uma nos dedos. Rosé acariciou sua perna depois do silêncio. — Ei, está tudo bem...

— Quero por um anel no seu dedo. — Falei. — Quero gritar que você é minha no meio daquela escola.

— Kim... Ainda faz pouco tempo...

— Tem meses e eu vou ao psicólogo toda semana. — A chateação era vista em seu rosto de longe, Jisoo largou as mãos na perna em um estalo, fazendo uma careta um tanto adorável. — Seja sincera comigo porque sabe que sempre sou com você. Eu estou melhor, mas você continua adiando isso, por quê?

Roseanne encarou seus olhos, a mesa, e então os olhos de novo.

— Tenho medo de te machucar. — Respondeu. — Qualquer ato meu pode ser um gatilho, algo que eu dizer pode te fazer lembrar ele. Tenho medo que, enquanto me beija, pense no quanto foi terrível ter que beijar ele.

Jisoo assentiu, dando um tempo para caso ela quisesse dizer mais algo, mas ela não fez.

— Eu te amo. — Foi o que conseguiu dizer. — Haein foi a pior coisa que aconteceu em minha vida. Você foi a melhor, Rosé, não há comparação.

— Eu também te amo. — A loira sorriu bobo, seu rosto começando a ficar vermelho.

— Vamos dançar. — Kim puxou Rosé para a pista de dança, seu copo na mão.

Ela bebeu um gole, antes de rir para ela e  começar a sentir as batidas da música animada que invadia seus ouvidos. Primeiro, mexeu sua cabeça para os lados, bagunçando todo o cabelo que tinha arrumado mais cedo. Com os braços apoiados no ombro da loira, sentiu as mãos dela irem para sua cintura. Sem perder tempo, passou a mexe-la com a batida também, enquanto Rosé apenas movia calmamente o corpo ao encarar o seu.

Jisoo olhava em seus olhos, tentando compreender o que se passava neles. Quanto mais o tempo passava, melhor ficava em ler as pupilas de Roseanne. A loira entreabriu os lábios, Kim estremeceu quando a viu também lambendo os dentes. Sabendo do efeito que causava na mais alta, sorriu de lado começou a descer até o chão, com sua mão livre a deslisar pelo seu busto.

— Jisoo, as pessoas estão olhando. — O sorriso malicioso na coreana aumentou.

— Você sabe como me sinto quando me chama assim. — Levantou, se aproximando mais. Deixou um beijo na mandíbula de Rosé.

— Eu sei, Jisoo. — Kim, agora, marcou o seu pescoço, ouvindo um arfar da australiana— Viemos aqui só para ter uma desculpa e poder transar em um lugar diferente?

— Talvez. — Ela deu de ombros. — Mas prefiro continuar a te provocar aqui mesmo, por enquanto.

— Idiota. — As duas riram, mas então pararam e se olharam por alguns segundos.

— Você disse que me foderia em todos os cômodos da minha casa, lembra? — Sorriu de novo. — Acho que a filha da puta está perdendo a aposta.

— Estou indo bem, na verdade, só você não percebeu. — Rosé deixou seus olhos caírem sobre os lábios da namorada. — Sempre que me provoca, acabamos em um orgasmo, porque nem minhas maiores inseguranças em relação à nós resistem a esse seu sorriso. Já transamos no seu quarto, naquele dia na sala quando não havia ninguém em casa, no banheiro de baixo, o de cima e o do seu quarto e... Quase na cozinha, mas você não quis.

— Na cozinha é falta de higiene, não vamos por a cozinha nessa porra. — Kim riu, adorando ver os olhos da outra brilharem sempre que fazia. — Qual será o próximo alvo?

Ela pensou um pouco.

— Seu pai está em casa hoje? — Jisoo negou com a cabeça. — Certo, tenho algo em mente.

— O que?

— Você vai descobrir. — Levantou as sobrancelhas. — Agora, volte a dançar para mim até eu não aguentar mais, por favor.

Kim apenas riu e obedeceu. Durante bons minutos, elas cantaram as músicas, mexeram seus corpos e fizeram provocações uma a outra, mas chega um momento em que as mãos coçaram para agarrar a bunda de Jisoo ali mesmo. Ao invés disso, levou a coreana para longe da pista.

— Nós já vamos embora? — Perguntou.

— Tem uma hora que estamos aqui, acho que já está bom. — Rosé falou, obviamente morrendo de excitação. Ela pagou a bebida e puxou Jisoo até fora da festa.

Park assumiu o volante do carro, não olhando para a Kim em nenhum momento. Jisoo sabia que tentava ignorar sua presença para prestar atenção na rua, mas ela estava vazia mesmo, então não havia problema em provocar a loira um pouco mais.

— O que vai fazer comigo quando chegarmos em casa? — Sussurrou em seu ouvido, sentindo Rosé estremecer.

— Kim, estou dirigindo... — Suspirou.

— Quero que faça de vagar, tá bom? — Beijou o pescoço dela.

-— Tá bem, me deixe dirigir.

Jisoo se afastou, satisfeita. O caminho pareceu ser percorrido na velocidade da luz, pois rapidamente chegaram em casa e saíram do carro. Não disseram nada enquanto Jisoo abriu a porta mas, assim que entraram, Rosé capturou seus lábios com desejo e foi a guiando até onde queria, conhecendo cada canto da casa. Quando Jisoo viu, foi jogada contra uma porta. O escritório do seu pai.

— Oh, você é corajosa. — Ela riu, antes de abrir a porta atrás de si e entrarem no escritório, Jisoo se certificando de trancar a porta de volta.

Sentiu Rosé pegá-la no colo em um impulso, arfando com o toque de suas cinturas. A loira deixou-a sentada na mesa, o que afastou alguns objetos do lugar. Antes de descer seus beijos e usar suas mãos para satisfazer seu desejo de tempos, separou o beijo e olhou bem nos olhos da namorada.

— Você tem certeza disso? — Ela perguntou, ofegante. — Digo, sobre assumir o relacionamento. Se você está disposta, eu estou também.

— Cala a boca e me fode, Chaeyoung.

Durante o Alfabeto | ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora