X | Resolvendo Problemas.

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🐿️

Depois da linda noite em que seu pai e suas irmãs jantaram com Jisoo, Rosé pediu muito que a garota passasse a noite, mas nem sua tentativa de excita-la funcionou quando ela precisava ir para casa e descansar depois de treinar a semana toda para os jogos. De qualquer maneira, Tzuyu apareceu para lhe fazer companhia logo que Jisoo foi embora. Os olhinhos da taiwanesa cheios de lágrimas.

— O que houve? — Fechou a porta do quarto. Tzuyu se jogou em sua cama.

— Eu sou uma desgraçada. — Sua voz abafada pelo colchão. 

— Sim. Mas o que te fez perceber isso? — Sentou-se na ponta da cama.

— Acho que gosto de garotas. — Ela levantou seu rosto amassado. 

— E isso faz de você uma desgraçada?

— Não, mas talvez gostar especificamente da Minatoaki faz. — Bufou, se levantando e passando a andar para lá e para cá. — Puta que pariu, eu mal tinha gostado de garotos antes, as únicas coisas por quais eu me interessava eram notas e maconha. Aí a puta daquela japonesa começou a falar comigo, quando eu vi, já sabia tudo sobre Sana, mas mal disse a ela o nome do meu cachorro.

— Você tem um cachorro?

— Não sei o que ela viu em mim, mas todo mundo parece saber o que vi nela. Sempre tem alguém que quer levá-la para o banco de trás de um carro, praticamente a escola toda já quis ou quer estar no meu lugar. Mas claro, a desgraçada da Chou Tzuyu consegue não ter certeza se gosta da gostosona. Tipo, ela é super interessante e o jeito que ela sorri me deixa de pau duro, mas também ela é insuportável pra caralho e vive numa bolha onde todos são ricos e loiros e vivem na Barbielândia.

— Tzuyu, vai cavar um buraco no chão se continuar andando. — Ela parou, olhando para a amiga. — Primeiramente, você não tem um pau. E eu não posso fazer muito por você, só digo que uma hora ou outra você vai ter certeza do que quer, e está tudo bem se for o não. Eu não acho a Sana gostosona.

— Não tem que achar mesmo. — Cerrou os olhos. — Pega um pijama pra mim, vou dormir aqui.

— Folgada!

Mesmo assim, obedeceu, porque quem recusaria um pedido - ordem - da pequena -grande - Chou Tzuyu? Ambas dormiram enquanto faziam uma maratona de filmes da Disney e acabavam com o sorvete no congelador.

Nem mesmo Roseanne conseguiu resistir quando, na manha seguinte, sua mãe a ligou implorando pela sua presença e a de suas irmãs caçulas no almoço em sua nova casa, automaticamente, convidando a conhecer seu novo marido. Chaeyeon e sua família estariam lá também, e a loira botou na cabeça que estava indo apenas porque ainda não tinha conhecido seu primeiro sobrinho.

Rosé saiu do carro, suspirando tão fundo que seu peito arqueou visivelmente, sorriu para Chaemin e Chaeryeong, também obviamente nervosas, e tocou a campainha. Quem atendeu foi Chaeyeon, com seu bebê no canguru. Ela sorriu grandemente ao vê-las.

— Meninas! — A mais velha abriu espaço para as irmãs entrarem.

Roseanne apenas sorriu e assentiu com a cabeça.

— Olá, unnie. — Chaemin a abraçou.

— Este é o Jinyoung? — A irmã do meio se aproximou, acariciando o rosto do bebê.

— O choro dele foi afinado quando nasceu, senti que precisava dar a ele o nome do papai. — As três riram, mas Rosé estava ocupada demais olhando as fotos na parede. Haviam muitas de sua mãe e o marido sozinhos, mas também do homem com o pequeno Jinyoung, Chaeyeon em sua formatura, anos atrás, e uma de todas as pequenas Chae's em ordem de idade, sorrindo largo. Era a única foto de Rosé na parede. — Rosie, quer segura-lo?

Ela encarou a irmã, e então o bebê, que era uma cópia de seu cunhado.

— Claro. — Sorriu, se aproximando da mesma.

O pequeno não hesitou em ir para seu colo, até mesmo riu um pouco ao ver os brincos da tia.

— Meninas, vão assistir algo na sala. — Chaeyeon disse. — Vou avisar a mamãe que vocês estão aqui.

Jinyoung tinha apenas dois meses de vida, era tão pequenino quando Chaemin era quando bebê, mas muito mais calmo do que ela. Ele ria atoa em seu colo, tentando alcançar os brincos e descobrindo a existência de sua mão no meio do processo, a levando para o único lugar onde os bebês levam: a boca.

— Você é esperto, Jinyoung. — Se pegou falando, com voz de bebê. — Eu vou te ensinar a ouvir rock, mesmo que sua mãe coloque kpop clássico para você escutar.

Confessou, sorrindo quando ele murmurou algo parecido com um "sim".

— Vamos comer, pirralhas. — Chaeyeon anunciou.

A comida estava tão boa quanto quando sua mãe morava consigo, e estar ali era nostálgico, ouvir a risada da irmã mais velha, a mesma de quando ela ainda brincava de bonecas com Rosé e assaltavam a geladeira tarde da noite. Prometeu para si mesma não deixar Chaemin sozinha quando Chaeryeong chegasse na idade de sair de casa.

Houveram muitas perguntas sobre Jisoo, ela teve que contar toda a sua história dramática de amor para eles, que ficaram ansiosos para conhecer ela. Sua mãe ainda não havia se dirigido diretamente à ela.

— O que pensa em fazer agora que a escola está prestes a acabar, Rosé? — Seu novo padrasto perguntou, mais legal do que Roseanne esperava. 

A loira pensou, mexendo na comida.

— Eu tenho uma banda. — Disse timidamente. Ele arqueou as sobrancelhas. — Queria viver disso, mas é quase impossível, então eu não sei.

— Mesmo? Isso é ótimo, eu tenho um amigo que é produtor, lançou vários hits, talvez ele possa te ajudar nisso. — Lee sorriu largo e comeu um pedaço de carne.

— Ainda bem que é só quase impossível. — Chaeryeong riu.

Na hora de ir embora, sua mãe lhe chamou para o canto antes que pudesse entrar no carro de volta, suspirando ao observar Rosé de cima a baixo.

— É a mesma garota com quem saiu naquela noite? — Observou Rosé rir baixo.

— Também a mesma que briguei feio ano passado.

— A que quebrou seu pulso? — A loira riu, assentindo. — Você não tem jeito. E quanto Suzy?

Roseanne parou, olhando para o nada. Fazia um tempo desde que ouviu esse nome.

— Não sei. Ela sumiu desde que terminamos, só a vi de relance pelos corredores. — Sua mãe assentiu.

— Essa Kim Jisoo vai te assumir mesmo? Não quero que aconteça de novo.

— Ela vai, mãe. — Sorriu. — Jisoo é o completo oposto de Suzy.

A mulher assentiu, ficando em silêncio por alguns segundos.

— Fico feliz que tenha descoberto que o amor nem sempre é ruim, filha. — Acariciou seu ombro. — Assim como eu.

Ela deixou Rosé sozinha, indo se despedir do resto das filhas, enquanto a mesma entrava no carro.

— Até outro dia, maninhas. — Chaeyeon apertou as bochechas de cada uma. 

— Ponham o cinto!

— Tchau, mãe. — Chaeryeong a cortou, antes de Rosé dar a partida.

Suas irmãs caçulas foram rindo e cantando pelo caminho, falando sobre como o novo cara de sua mãe era legal e sobre a fofura de Jinyoung. Disseram que sua mãe amaria Jisoo, assim como elas e seu pai a amaram.

Não parecia real que finalmente estaria namorando Kim Jisoo publicamente em alguns dias. 

Durante o Alfabeto | ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora