L | Me Prometa.

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🐿️


Nunca se sentiu tão tola em toda a sua vida, quis socar a própria cara quando viu Jisoo saindo do carro de seu ex namorado. Pensou que Jisoo finalmente mudou de idéia, pensou que iriam fazer as pazes. Mas lá estava Jung Haein, deixando um selar em seus lábios antes de ir embora.

Seus passos até a garota foram furiosos, enquanto ela ainda não se virava, mas, logo que percebeu seu cabelo sempre perfeito todo bagunçado, seu uniforme sempre passado amassado por inteiro, sentiu que algo estava errado. De novo, Jisoo não falou com ela, um palavrão ou ofensa sequer.

Toda a sua raiva sumiu.

- Ei, o que houve? - Acariciou os cabelos da menor, admitindo para si mesma ter sentido falta daquilo.

- Eu fiz algo terrível, Rosé. - O aperto se fez mais forte ainda, Park quase não conseguia respirar, mas não reclamou, apenas odiou a seriedade como Jisoo chamou seu nome, e não "Chaeyoung". - Porra, eu não devia ter deixado.

Ela não estava chorando, mas Rosé sabia que ela queria.

- Eu realmente preciso respirar. - Jisoo soltou rapidamente o tronco da australiana e olhou seu rosto vermelho, que respirou fundo. Quando se acalmou, voltou a observar Kim. - Me conte essa história direito, mas primeiro, vamos sair da calçada.

- Sim, claro.

Rosé segurou a mão de Jisoo, esperando que ela andasse junto a ela. Não pode deixar de sentir a diferença do toque delicado de seus dedos na mão traumatizada pelos puxões de Jung Haein.

- Se acalme, conte-me o que aconteceu. - Rosé a ajudou a sentar-se na ponta do pier que havia ali, em um pequeno rio atrás da cafeteria, colocando seu casaco nas pernas desnudas de Jisoo. Era uma sensação nostálgica para ambas, mesmo que em circunstâncias diferentes.

Jisoo suspirou.

- Hoje, quando estava saindo da Índigo, Haein apareceu. - Fungou.

- É, eu percebi.

- Ele me disse umas bobagens, falou que sentiu minha falta. - Sua voz tinha indignação, embargada de um choro que insistia em vir. - Eu o perdoei e... E então...

- Kim?

- Haein me puxou até o carro, eu tentei lutar, eu juro que tentei, mas ele é muito mais forte do que eu e... - Rosé temeu a pausa que Jisoo deu em sua frase, fechando bem os olhos ao tentar se preparar para o que iria ouvir. - Eu não consegui impedir ele de transar comigo, ele me segurou firmemente durante todo o processo e foi terrível, terrível!

- Kim, eu...

- Eu fui tão idiota, Rosé, eu acreditei quando ele disse que foi apenas uma brincadeira. Eu fiz exatamente o que ele queria quando quis me convencer de que namorados fazem sacrifícios um pelos outros. Principalmente, eu pensei que fosse a namorada dele, e eu...

- Kim Jisoo! - Roseanne interrompeu, segurou seu rosto em ambas as mãos e olhou no fundo dos seus olhos. - Pare de falar besteira, em nenhum momento você fez algo errado. Haein é um manipulador do caralho, ele tem que ser preso pelo que fez. Eu fico feliz que tenha me contado, mas você precisa contar para a polícia.

- Eu não quero. - Negou, fechando os olhos para não encarar Rosé.

- Garota, isso foi um trauma grande para você, enquanto Haein estiver por aí, pode acontecer de novo em qualquer momento. - Park levou suas mãos até a coxa de Jisoo, tomando cuidado ao colocá-la em sua pele. - Kim, me prometa uma coisa.

- O quê?

- Vou ficar com você hoje, mas vai denuncia-lo para a polícia. - Rosé mexeu o dedão contra a jaqueta nas pernas de Jisoo. Ela ficou em silêncio. - Me prometa, Kim.

- Tudo bem, eu prometo que denunciarei. - A coreana assentiu, por fim, cruzando seu dedinho com o dedinho levantado de Roseanne. - Você vai ficar comigo?

- Vamos comer alguma coisa, depois você passa na sua casa para trocar de roupa. - Rosé levantou as sobrancelhas. - Não quero te ver chorando por causa de uma estupidez novamente.

- Eu te perdoei por aquilo, Rosé, está tudo bem. - Jisoo deu um tapinha em sua perna.

- Acho que eu não me perdoei.

- Noona! - Um homem apareceu, de repente. - Está tudo bem? Está com cara de choro.

- Oh, Seungmin. - Kim não se levantou, apenas fez uma pequena reverência. - Estou bem, vim apenas encontrar uma amiga.

O homem tinha cabelos loiros pintados, assim como Rosé, era alto e tão bonito quanto toda a família Kim. Seu uniforme de trabalho caía bem sobre ele.

- Ah, sim. É um prazer conhecê-la, sou Kim Seungmin, primo distante da Jisoo. - Rosé acenou.

- Sou Park Rosé.

- Vão querer alguma coisa? - Suas sobrancelhas elevaram.

- Eu realmente preciso de um hambúrguer. - Jisoo reclamou. Foi ali que Seungmin percebeu que Rosé também era próxima da Kim, porque ela ficou tão assustada quanto ele. Jisoo odiava comidas gordurosas e de grande probabilidade de engordar.

- Dois hambúrgueres, por favor. - Rosé riu ao pedir, segurando a mão da garota que tinha uma carranca. O Kim franziu o rosto, mas logo sorriu maliciosamente e assentiu.

- É para já.

Depois daquilo, continuaram a conversar bobagens e Rosé até conseguiu fazer Jisoo rir, assim como a Kim fez com ela. Falaram sobre o trabalho e Jisoo a xingou novamente por ter feito tudo sozinha, os palavrões voltaram a ser adicionados em todas as suas frases e, assim que um outro garoto trouxe o pedido, Park empanturrou-se com seu lanche.

- Porra, vai acabar se engasgando desta maneira. - Jisoo gargalhou e lhe lanço o mesmo sorriso de sempre, antes tão irritante e medíocre. Park amava aquele mesmo sorriso.

- Foi mal. - Disse, com a boca ainda meio cheia.

- Sua boca está suja.

- Ah, tá bom. - Rosé riu e a encarou, ela já estava fazendo o mesmo. - Aí já é clichê demais.

- Mas é verdade! Venha aqui, caralho. - Ela depositou um tapa leve em meu rosto, apenas para que ele se virasse e limpou o canto de meus lábios com um guardanapo. - Pronto. Arrancou pedaços?

- Essa é a parte em que a gente se beija. - Afirmou, ainda rindo de nervoso.

- Ou a que percebemos o quando gostamos uma da outra. - Rosé assentiu no mesmo momento, rindo com seu anelar apontado para ela. - Isso não combina conosco.

- Nem um pouco. - Um pequeno silêncio fez-se presente depois, não um desconfortável, um silêncio bom. - Não visitei sua casa ainda, não por dentro.

- Oh, sobre isso... - Jisoo olhou para os lados. - Não estou afim de ir para casa, não sei se meu pai estará lá e, se estiver, não nos dará sossego, falando que você é a garota perfeita para seu comercial.

- Tudo bem, podemos ir para minha casa, o que você quiser está bom.

Kim continuou a observando os cabelos loiros voarem, enquanto uma alegre Rosé comia seu hambúrguer como se não houvesse amanhã. Sua boca logo estava suja novamente, mas Jisoo não daria-se o conforto de limpar os lábios dela de novo, então apenas sorriu. Sorriu pois sabia que Haein não a pegaria ali, estava segura quando estava com o jeito infantil e desastrado de Roseanne Park. Sorriu pois a imagem da australiana ao seu lado sempre que estivesse triste, e feliz também, veio em sua mente. Sorriu, principalmente, porque gostou daquilo.

Durante o Alfabeto | ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora