Capítulo 11

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✧⁠*⁠。

Acordei, a sala silenciosa, o amanhecer adentrando a janela iluminando o quarto com uma tonalidade fraca de amarelo e laranja. O braço de Kai envolta da minha cintura, enquanto dormia pesadamente.
Quando eu sento, o homem levanta a cabeça.

-Bom dia, querida! -Ele fica parado sem jeito, quase como se estivesse nervoso.

Olho para ele, minhas bochechas corando com sua adorável estranheza.

-Bom dia, kai!

Ele se levanta estralando os ossos do braço. Inclina a cabeça perto de mim, o calor de seu corpo próximo o suficiente para me sentir aquecida. Logo deposita um beijo na minha testa e sorrir.

-Volte pro seu aposento. Descanse, hoje acontecerá o ritual de Samhain.

-Sam... o quê? Samhain? Que isso- franzi a testa

Kai solta um suspiro suave e um olhar calmo.

-Samhain é uma tradição sagrada para os neo-pagãos. Nossa tribo, adotou para nossa Assembleia Tribal um evento solene realizado nos dias comemorativos do calendário Celta... Hoje, primeiro de maio acontece o Samhain!

-Vocês tem um belo apreço pela sua cultura!

-Bom, sim -riu Kai -Acredito que Fianna é a tribo que mais preserva os valores culturais e histórico dos lobisomens. -ele cruzou a sala e foi ate a porta. -Os bardos vão recitar histórias dos Garou, você está convidada para juntar-se a nós.

Piscou e sorriu antes de sair do quarto. 
Respirei fundo, espreguiçando meu corpo.
Caminhei ate meu quarto e preparei um banho com ervas para relaxar os músculos.
Penteei meu cabelo com uma trança lateral, vesti uma calça cargo e um top, joguei meu jaleco por cima e fui novamente ver os ferimentos de Cassie.

Entrei na ala hospitalar, a paciente estava meio dopada pelos anestésicos. Me aproximei lentamente e tirei a bondagem velha e percebi que seus pontos infeccionaram. Realizei uma higienização cuidadosa na pele da loba. Ajudei-a tomar o antibiótico e cobri novamente o local com ataduras.
Estava concentrada em realizar meu trabalho que nem percebi uma presença me vigiando.
Ele parou e encostou-se em uma parede, me estudando.

Cassie fecha os olhos lentamente, dando a impressão que vai cair no sono. Fecho as cortinas da sua cama e começo a jogar fora as antigas ataduras.
Por descuido, um pequeno corte se forma em meu dedo quando estou a guardar o bisturi.

Deixo a bandeja dos utensílios cair no chão e seguro meu dedo sangrando. Ouço passos atrás de mim e vejo o rosto do chefe-alfa fitando meu corte.
Ele deu um passo mais perto, tentando não deixar óbvio que estava olhando para aquilo. Seus olhos dançavam de uma forma estranha e hipnótica.

Engulo em seco, sentindo minha visão escurecer. Me agarro nos braços de Kristofer para não cair , ele imediatamente me segura com força.
Tento esconder a vergonha de meu rosto contra o peito dele

Rolou os olhos, cravando os dedos em meu quadril.

-Eu posso sentir a adrenalina bombeando através de você agora. Isso está me deixando com água na boca -Ele inclina-se e sussura contra meu ouvido.

-Que porra ta acontecendo aqui??

Daemon aparece a porta com semblante enraivecido cerrando os punhos.
A cabeça do alfa da alcatéia do norte, olhava diretamente para mim. Ou melhor... eu entrelaçada nos braços do Kristofer.

Sinto os músculos do alfa do sul tensos, me apertando mais forte. O silêncio agora é ensurdecedor.
Tento me livrar de seus braços.

-uhm... Eu so estava tratando os ferimentos da Cassie e me cortei um pouco. -Mostrei meu dedo ainda derrubando sangue. -Kristofer so me pegou...

-Isso eu posso ver... -disse Daemon ríspido

Ele não faz nem um esforço para esconder o nojo.

-Diga-me Kristofer, criando a ovelha para ser sua putinha substituta quando minha irmã não está vendo?

-Ela é a aprendiz de curandeiro e se machucou, apenas. -a voz de Kristofer saiu calma e grave.

Me afastei de cabeça baixa fazendo um curativo rápido em meu dedo. Daemon escarnece e vai ate a cama de Cassie. Abre a cortina e a ver em um sono profundo.
Quando o alfa do norte olha para mim de novo, é com maior escrutínio.
Seus olhos escurecem e presas crescem em sua boca.

Kristofer, vira-se para se colocar entre eu e aquele clarão.
O lobo agressivo para quando o vê em sua frente.
A adrenalina do meu corpo aumenta, era como se houvesse uma tempestade elétrica se reunindo sob minha pele.

Daemon rosna frustado e senta-se com força na cadeira ao lado da cama de sua irmã.
Minha respiração frenética deixa claro as minhas emoções.

-Ela não é da sua conta de qualquer maneira. -ouço Kristofer falar baixo e frio -se tocar nela faço você se arrepender até o último dia da sua vida.

O alfa volta sua atenção para mim e então me olha.

-Sua palidez melhorou, ótimo.

Ele se afasta antes que eu pudesse responder. Kristofer retorna ao lado da sua prometida para verificar também os ferimentos dela.
Claro... ela deveria ter sido sua prioridade desde o início.
Não consigo entender o por que esse sentimento dói tanto.

Uma mão em meu ombro me faz assustar o suficiente para dar um salto.

-Puts kai, você me assustou.

Ele passou os dedos em meus cabelos e soltou uma leve risada.

-Você gostaria de ir tomar um pouco ar fresco?

-Isso seria otimo!

O médico pega na minha mão e me direciona para o lado de fora da instalagem.

-Pensei que o Daemon ia me espetar com aquelas garras.

-Mais um minuto da atenção do Kristofer sobre você e ele poderia ter feito.

Então afinal, Kai viu toda a cena e ainda sim, não vejo ciúmes de sua parte. Da forma como meu corpo reagiu a presença do Kristofer.

-Vamos! A aldeia está fazendo os preparativos para a festa. Quero dar uma olhada...

A praça principal estava radiando de alegria. Flores foram colocadas estrategicamente no chão, formando um tapete macio e cheiroso no local. Uma fogueira estava sendo montada.
Ao lado, vi Bernard cortando as madeiras com um grande machado.
O suor escorria pela sua pele negra, fazendo-a brilhar. Quando seus olhos encontram os meus, arqueia a sombrancelha diabólicamente.

Desmond amarrava as madeiras cortadas umas as outras, formando uma pequena torre. Ele sorri quando me vê e eu retribuo gentilmente.

Miles, não estava muito distante. Ele ajudava o dono do bar a arrumar a mesa de petiscos e bebidas. E sempre que podia ele roubar um pedaço de carne escondido para comer. Ele acena com a cabeça para mim e pisca presunçosamente.

Pode ter sido pouco tempo, mas eu vejo a Fianna como o lugar que eu pertenço!

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