Já havia se passado 1 mês desde o contato com o administrador do clã e eu ainda não tinha nenhuma pista sobre o assassinato da minha mãe, mas de certa forma eu tinha feito bastante coisa visto que havia aprendido um pouco de japonês e conseguia formular algumas frases básicas, mas já era algo do qual se orgulhar, era muito para se obter em apenas 1 mês.
As coisas andavam bem de certa maneira, embora o tédio me consumisse aos poucos naquela sala enorme onde só eu residia. Era interessante a solidão, não era tão dolorosa, embora tivesse perdido tantas pessoas que me importavam tanto, mas me sentia mal por não me sentir abalada, era uma culpa que ardia no meu peito sem cessar, como o sol das 12 no Ceará, era um sentimento amargo como um expresso sem leite ou açúcar... era de certa forma uma dor indireta, mas era uma dor ainda assim.
Enquanto meus pensamentos pairavam pela sala vazia enquanto me encolhia naquela cadeira que tinha o perfume do meu pai, pude me sentir em casa, embora não estivesse no Brasil. Mas onde seria minha casa afinal? Será que uma casa seria diferente de um lar? Eu não sabia responder, mas sentia que estava perdida no meio de tudo isso. Por um momento me senti triste.
Dois toques ressoaram atrás da porta junto com um chamado.
— Ester? Está aí?
Olhei para porta um pouco confusa depois de ter meus pensamentos dispersos, me senti um pouco atordoada, mas logo raciocinei e respondi em alto e bom tom.
— Pode entrar! — Respondi sem saber quem havia batido na porta, mas pelo jeito que se referiu a mim deveria ser o Heitor ou a Luna, visto que eram os únicos que falavam português, ao menos era o que eu achava.
— Olá! Bom dia flor do dia! — Heitor sorriu radiante ao entrar na sala.
— Oi, Heitor, faz um tempo já né? — Soei nervosa ao falar.
— Sim, alguns meses, né?
— É.. Mais ou menos isso, é um tanto quanto complicado administrar um escritório, mesmo com pessoas me ajudando, ainda é complicado para mim, ainda mais que eu nunca fui boa com finanças e relações políticas, mas estou tentando dar o meu melhor. — Apoiei os dois cotovelos na mesa e encostei minha cabeça no meu punho direito fechado. — Alguma novidade?
— Bem, eu não tenho nada, mas o Akira tem.
Nesse momento me senti surpresa e levei o olhar para a porta entreaberta, a qual Akira estava entrando com uma pasta preta com um andar cauteloso, ele realmente parecia temer algo.
— Pra quê tanta cautela? — Sorri no final da frase. — Somos iguais aqui, não há nada com o que se preocupar.
— Não estou cauteloso por sua presença, mas sim procurando as palavras certas para lhe informar a pista que encontrei sobre o assassinato de sua mãe. — Apertou a pasta com uma certa força e estendeu sua mão com a pasta na minha direção assim que chegou perto o suficiente da mesa.
— Ok! Isso é ótimo! Por que fica tão nervoso? — Segurei a pasta e a abri em minha frente. Havia alguns documentos e fotos de um homem em uma viela conversando com outra pessoa e na outra foto ambos estavam rindo e se cumprimentando com as mãos. — Ok...?! Você pode explicar mais ou menos o que você conseguiu colher de informações?
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Coffee Drops
RomanceEster é uma estudante universitária que perdeu suas memórias há alguns anos atrás durante um acidente de carro, ela vive uma vida normal justamente com sua melhor amiga, Luna e um garoto que conhece, Heitor. Sua vida comum se vê virada de cabeça par...