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dois anos atrás...

FELIPE.

03, 2021. - Brasil.

Bê,

Era assim que me chamava, ?! A pequena sílaba que na sua voz fazia tanto efeito sob meu corpo. E porra, eu era apaixonado em ouvir, viciado em saber que só eu tinha essa junção de duas letras.

Segunda carta que escrevo em seu aniversário. Hoje é dia três de março de dois mil e vinte um. Dois anos se passarem e até alguns meses atrás eu não consegui me desapegar da forma que deveria. Não conseguia entregar da forma que deveria.

Deveria estar te parabenizando, igual fiz ano passado (também escrvendo uma carta, porém desisti de te enviar), só que não faz sentido. Você nem faz mais parte da minha vida.

Até porque minha vida teve uma reviravolta depois que tu partiu.

Mas aqui para te dizer que não me lembro de você todas as manhãs quando acordo. não afirmo que curei a dor e a sequela. Mas já não me lembro do seu número de cabeça, porque antes eu ligava para ouvir sua respiração e saber que você estava . E sei que você sabe que sou eu, mas nem ligo. Não me sinto sem ar quando vejo nossas coisas, não me sufoco em saber que tu foi embora sem mais nem menos.

Será que existiu o amor ou eu inventei?
Quando foi que eu te perdi? Quando foi que não enxerguei?

Um dia quero te encontrar para perguntar se existiu o amor.

Várias linhas para dizer que superei.

É o que eu acho. Mas porra, quem é que eu quero enganar? Meus pensamentos tem o costume de te alcançar  te procurar. Porque tu ainda é meu lar.

Não consegui achar em ninguém o conforto de te ter, a calmaria, o cheiro. Você. Confesso que dói saber se o tempo é otimizado entre se martirizar por não ter tentado mais ou em tentar esconder que não sinto mais nada.

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