Reparação e Desejo (Kiaz/Robbyguel)

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O último ensaio antes da apresentação de teatro havia terminado, e todos estavam muito animados, apesar de ansiosos. Robby aceitou o convite de Moon e dos outros atores para ir comer alguma coisa depois, pois queria distrair a cabeça e evitar o nervosismo. Moon parecia ser a única que estava totalmente tranquila, mas era parte de sua natureza; quase nada conseguia abalar sua confiança. Saíram do auditório dando risadas, deixando poucas pessoas para trás.

Tory esperou até que o espaço se esvaziasse, e apenas quando teve certeza de que estava sozinha e ninguém voltaria, foi até o camarim para pôr em prática o plano que havia feito com Hawk e Kyler. Ela não estava muito segura sobre aquilo tudo, mas com certeza era muito melhor do que a maioria das ideias que os dois poderiam ter. Abriu o armário e sorriu de canto ao encontrar o que procurava.

O clima de descontração deixou a todos confortáveis, e o adolescente de olhos verdes estava exultante por estar conseguindo fazer novas amizades na escola. Parecia que enfim as coisas estavam se ajeitando e tudo dando certo. Enquanto conversava com os novos amigos em uma mesa redonda da lanchonete mais próxima à escola, recebeu uma mensagem do namorado desejando boa noite e que relaxasse para descansar bem para o dia seguinte. Robby não pôde conter o riso quando viu que ele havia assinado como "Julieta", então apenas disfarçou e voltou a prestar atenção na conversa, sorrindo como um bobo.

— Sabe, foi muito legal trabalhar com vocês. Espero que a gente consiga continuar juntos na próxima peça também — disse Lara.

— Foi incrível mesmo, vocês são ótimos — Robby respondeu, recebendo um meio-abraço de Tom.

— A gente precisa comemorar depois da peça! Podemos fazer uma festinha lá em casa — Moon sugeriu, e todos aceitaram com muito entusiasmo. — Mas acho que vou indo, preciso do meu sono de beleza pra amanhã — ela disse em tom de brincadeira.

— Claro, nossa Julieta tem que estar bem descansada.

— Quer uma carona, Robby? — Moon ofereceu, aproveitando que morava perto dos LaRusso.

— Quero, obrigado! — ele respondeu, sorrindo de volta para a nova amiga.

Os dois passaram a viagem conversando e motivando um ao outro para o dia seguinte, e quando Robby entrou em casa, estava radiante, algo que Sam notou imediatamente. Robby andou até o sofá e se sentou ao lado dela, praticamente se jogando no sofá.

— Cansado? — ela perguntou, rindo.

— Muito. Preciso do meu sono de beleza pra estar pronto pra amanhã — ele respondeu com um sorriso.

— Você vai arrasar! A Moon também, ela tá super animada — Sam disse, confiante.

— Eu tô um pouco nervoso, mas acho que vai ser divertido. Ainda não decidi se devo falar com meu pai ou não — Robby confessou.

— Hm… Você quer ele lá? — Sam perguntou.

— Eu acho que seria legal se ele fosse. Mas se ele não aparecer, isso só vai acabar com todas as minhas esperanças de vez. E se eu não chamar e ele ficar sabendo, vai ficar um clima horrível — disse, preocupado, pressionando as pontas dos dedos entre suas sobrancelhas e sentindo o stress tomando conta.

— Chama. Se ele não aparecer, pior pra ele — Sam disse, muito séria — você tem a gente.

— Obrigado, Sam — Robby disse, se deixando abraçar. — Agora eu vou mesmo dormir, você vai ficar aí?

— Vou só terminar o filme. Boa noite, maninho — respondeu, sorrindo e fazendo o coração de Robby se aquecer.

Estava em dúvida se era muito tarde para ligar para Johnny, mas como ele não estava acostumado a dormir cedo, provavelmente seria a melhor hora para encontrá-lo. Foi até o quarto, fechou a porta e se sentou na cama, encarando o celular e hesitando, com o dedo pairando sobre o botão verde e sentindo o estômago se corroer pelo nervosismo. A dúvida era um peso em seu coração, mas também lhe dava uma pontinha de esperança. Depois que ligasse, teria que aceitar o resultado que viesse, sem se iludir. Apertou o botão e ouviu o telefone chamar por uns vinte segundos até que uma voz dissesse:
— Alô? Carmen?