cunhadinha?

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- A sua casa é legal. - Engfa disse, analisando cada canto do lugar que adentrava com Charlotte. A garota insistia que queria conhecer a casa da "Fada Charlotte" e Charlotte não pôde negar.

- Bem, não é minha, mas é aqui onde vivo.
- Charlotte explicou, ajudando Engfa, que caminhava com muletas já fazia alguns dias.

Engfa a havia se recusado a ir, alegando que Engfa precisava se entrosar com pessoas de sua idade e precisava de um pouco de liberdade para crescer, alegou também confiar seu vida em Charlotte, já estava lhe entregando sua joia mais preciosa por um fim de semana inteiro.

- Max? - Charlotte gritou e em poucos segundos o rapaz já estava ali, acompanhado de Heitor.

- Oi, moça. - Ele disse sorrindo para Engfa.- Olá. Engfa disse gentilmente.

- Pode subir a coisas de Engfa para mim? Vou precisar levá-la e..

- De jeito nenhum. Eu a levo, Charlotte. Aquela academia tem que servir para alguma coisa além de me deixar gostoso. - Ele brinco, vendo uma expressão cética se formar no rosto de Charlotte.

- Tem certeza? - Perguntou. - Digo, não a deixe cair ou algo assim.

- Deixa comigo. - Ele disse e Charlotte só deixou porque ele a carregava sempre escada acima quando estavam brincando entre eles.

- Vou na cozinha preparar algo para comermos. Ela não come já tem umas quatro horas. - Disse, vendo Heitor erguer as coisas de Engfa e as muletas e Max levantar a garota. - Me espera lá - em cima que eu já vou, Fah.- Você é amigo da Charlotte desde muito tempo? - Engfa questionou enquanto o rapaz a carregava nos braços.

- Desde que ela se mudou para esta cidade. - Ele explicou.

- Oh. - Engfa disse. - E isso é quanto?

- Não sei. Uns quatro ou cinco anos.

- Obrigada. - Ela agradeceu assim que ela a colocou no chão pegando suas muletas de Heitor, que havia lhes seguido.

- Não precisa agradecer, você é minha futura cunhadinha. Se faz a Charlotte feliz já está bom para mim. e Engfa franziu o cenho.

- Cunhadinha? - Perguntou confusa.

- Sim. Eu sou melhor amigo da Charlotte, bem, eu e o Heitor somos.- Explicou. - Mas apesar de ser meio bobão, eu sou gente boa. Não sou, Heitor? - Perguntou.

- É, cara. - Heitor assentiu, tocando sua mão.

- Rá, moleque. - Ele disse rindo. - Então, eu considero Charlotte uma irmã. Então se você não é só amiga da Charlotte, tenho certeza que no futuro você será minha cunhada. - Engfa voltou a entortar a expressão em seu rosto.

- A Char não é só minha amiga? - Perguntou e Max suspirou. - Diz uma coisa, vocês dão umas bitoquinhas? - Engfa franziu o cenho novamente. - Beijinho na boca? - A menina assentiu, sorrindo logo em seguida e Max riu.

- Rá, moleque. - Ele disse, tocando - novamente na mão de Fiuk, que também riu ao descobrir que também riu ao descobrir aquilo. - Estou me sentindo muito professor, fala aí? - Riu mais um pouco, retomando o fôlego instantes depois.
- Desculpe, me empolguei. - Disse. - Então como eu dizia, quando duas pessoas que se gostam elas agem assim, com beijinhos e tchuneves, mas Charlotte é certinha demais para ter feito tchuneves com você, então tenho certeza de que não chegaram lá ainda.

- O que é isso? - Engfa perguntou, mal podendo pronunciar a palavra.

- É uma gíria que eu e Heitor inventamos para... ouch! - A cotovelada de Heitor fez o garoto calar a boca.

- Se Charlotte descobrir que você está ensinando isso a ela você irá ficar sem seu amigão. - Disse, apontando para as partes baixas do rapaz.- Tem razão. Engfa, esqueça isso, vou mostrar o quarto de Charlotte e Meena. Me siga. - E assim a garota fez.

[...]

- A Meena pode dormir com você sempre que tiver medo? - Engfa perguntou encarando a cama vazia ao lado de Charlotte. As duas estavam abraçadas, Engfa sobre o peito de Charlotte, apenas para tirar uma soneca após a refeição, a pedido de Engfa.

- Bem, sim, mas ela não costuma ter medos e geralmente quando tem, a Aoom os afasta.

- O que elas são? - Engfa perguntou.

- Namoradas. - Engfa piscou lentamente, se lembrando do assunto que teve com Max um pouco mais cedo.

- Char, nós não somos só amigas? - Charlotte ficou sem reação. Não esperava por aquilo naquele momento.

- Bem, definitivamente não, nossos sentimentos não são como apenas duas amigas.

- E por quê? - Engfa indagou.

- Porque, uhm, sentimos atração  uma pela outra e.. - Charlotte estava a ponto de explodir de constrangimento. - Esta cama é muito pequena, não acha? - Engfa  franziu o cenho devido à brusca mudança de assunto.

- Não, por quê?

- Estou pensando em comprar uma cama maior, para sempre que vir aqui nos sentirmos mais confortáveis. - Disse alegre por Engfa não ter voltado no assunto anterior.

- Não, Charlotte .- Por que não? - Charlotte perguntou confusa.

- Porque se não a gente vai  ter espaço. - Engfa disse, abraçando mais o corpo de Charlotte.

- Isso é o que queremos. - Ela disse rindo.

- Não. - Engfa insistiu.

- Engfa, vai ser melhor para nós. É mais confortável. - Charlotte explicou, não entendendo a rejeição de Engfa quanto a uma cama de casal.

- A gente ainda vai dormir juntinhas? - Oh, então era isso, pensou Charlotte, tendo um amplo sorriso dominando seu rosto.

- É claro que sim. - Disse sutilmente, vendo Engfa erguer seu rosto e lhe fitar intensamente.

- Você jura? - Perguntou, sentido o carinho de Charlotte em suas costas.

- Eu juro. - Charlotte disse docemente.

- Char, quando duas pessoas se gostam elas agem dando beijinhos, não é? - Perguntou, tentando comprovar a teoria de Max.

- Sim. - Charlotte respondeu.

- E você e eu nos gostamos, não é?

- Eu gosto muito, muito, muito de você e acredito que você também goste de mim.

- Eu gosto, Char. Muitão.

- Muitão? - Perguntou sorrindo e Engfa assentiu.

- Então a gente vai fazer tu.. tchuve.. tchuneves? - Sorriu quando acertou a palavra, fazendo toda a cor do rosto de Charlotte sumir.

- Onde ouviu isso? - Perguntou bruscamente.

- Desculpe. - Engfa disse, se encolhendo devido ao tom de voz de Charlotte.

- Ei, perdão, não quis te assustar. - Charlotte disse suavemente, depositando um beijo na testa da garota. - Max ou Heitor que te disseram sobre isso? - Perguntou, contendo a vontade de esbofetear a pessoa no rosto.

- O Max.

- Ele te explicou o que é isso? - Perguntou temerosa. - O Heitor não deixou, mas o que é, Charlotte? - Charlotte fechou os olhos irritada. Nem metade de um dia na república já havia sido má influência para a garota.

- Não acho que seja apropriado te dizer ainda. Um dia eu te conto. - Charlotte disse e isso só fez a curiosidade de Engfa aumentar ainda mais, porém aceitou aquilo.

- Posso te dar um beijinho? - Engfa perguntou e Charlotte assentiu.

- Não precisa pedir, fah. - A menor franziu o cenho.

- Posso te beijar sempre que eu quiser sem pedir? - Perguntou surpresa e animada.

- Sim, sempre que quiser. - Disse, vendo Engfa sorrir alegremente e se inclinar, tocando seus lábios. Enquanto chorava desfrutava do beijo desengonçado, porém delicioso e que estava se moldando no seu perfeitamente, ela pensava em que forma poderia desmembrar o Max por ter tocado naquele assunto com Engfa.

Em Um piscar de olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora