19. Perdidos.

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Boa leitura!

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TAEHYUNG

O céu começava a clarear, mas eu não fazia ideia de que horas eram ou quanto tempo tinha dormido. A única coisa que sabia era que me sentia consideravelmente melhor do que na noite anterior. Eu ainda sentia dores em alguns lugares, mas minha condição havia melhorado bastante.

— Já está acordado? — a voz rouca de Jungkook soou atrás de mim. Ele ainda segurava minha mão e se mexeu levemente, sua respiração quente na minha nuca me provocou um arrepio involuntário. — Dormiu bem?

— Sim -murmurei, quase relutante.

Eu odiava admitir, mas o abraço dele era... confortável.

— Então levanta logo. Você está esmagando meu braço, já está começando a ficar dormente — ele riu, o tom casual como se nada estivesse fora do normal.

— Solta minha mão primeiro.

Sem esperar que ele reagisse eu me afastei com um empurrão leve e Jungkook soltou uma risada baixa antes de se sentar, esfregando o braço. Ele se levantou com um alongamento preguiçoso, pegando sua camisa agora seca e jogando a minha para mim. Ao vê-lo caminhar em direção a entrada da caverna não pude evitar perguntar:

— Onde você vai?

— Vou verificar o tempo, espera aqui.

Não respondi e apenas observei enquanto ele se afastava, suas costas largas desaparecendo aos poucos. Por mais que me recusasse a aceitar, o calor da pele dele contra a minha durante a noite foi absurdamente reconfortante. Dormir abraçado a ele foi como ter o conforto de uma cama macia e um cobertor quente.

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos estranhos e comecei a procurar algumas folhas molhadas para apagar o resto do fogo. Precisávamos sair desse lugar o mais rápido possível. Tudo nessa floresta sombria estava começando a mexer comigo. A verdade era que eu temia termos corrido tão fundo na mata que talvez fosse difícil achar o caminho de volta.

Mas, pelo menos, eu não estava sozinho.

Passou-se meia hora e ainda não havia sinal de Jungkook. Comecei a me preocupar. Ele tinha se perdido? A floresta era densa e a névoa que ainda pairava sobre as árvores tornava fácil perder a orientação. Eu não queria admitir o medo crescente que se instalava em mim, mas a ideia de Jungkook estar desaparecido começou a me deixar inquieto. Mesmo que minha mente tentasse racionalizar, me lembrando de que eu sou o guarda-costas dele e era meu dever zelar por sua segurança.

Era só isso, certo? Essa era a razão de eu estar tão preocupado... certo?

Caminhei alguns metros para longe da caverna, meus olhos varrendo a densa floresta a procura de Jungkook, mas não encontrei nenhum vestígio dele. Um pensamento sombrio me atravessou: ele me deixou aqui? Fugiu, me abandonando a própria sorte? Talvez ele me visse como um fardo e alguém que só o atrapalharia. A ideia de ser deixado para morrer de fome ou de frio me deixou inquieto.

Foi então que escutei um som estranho, fazendo meus pés pararem abruptamente. Cheguei a beira de um rio e franzi o cenho, o som de madeira se partindo e o forte impacto da água sendo agitada quebraram o silêncio, me fazendo estremecer. Minha mente imediatamente se encheu de cenários aterradores. Jungkook... Ele poderia estar em perigo? Talvez estivesse sendo atacado por alguma criatura sombria que habitava a floresta, cortado até a morte...

Apesar do medo meus pés se moveram por conta própria, me guiando em direção ao som.

— Que porra você está fazendo?

Proof of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora