23. Sem medo de cair.

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OI
dizem que quem é vivo sempre aparece, né?
Me desculpem de verdade pela demora, ando muito ocupada estudando e trabalhando. Esse capítulo ficou pronto mês passado mas ainda precisava passar por toda a revisão, que é pra mim a parte mais cansativa.
Eu espero que vocês ainda acompanhem essa história mesmo que eu demore um pouquinho para trazer as atualizações 💗 um beijo e boa leitura.

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— Eu não quero fazer isso com mais ninguém, Jungkook.

Tomei coragem e levantei a cabeça, encarando seus olhos profundos enquanto o silêncio entre nós parecia durar uma eternidade. Ele não disse nada por longos segundos torturantes, até que, de repente, agarrou meu pulso com firmeza e me puxou apressado em direção às escadas que levavam ao seu quarto. Subimos rapidamente e eu fiz o possível para evitar os olhares curiosos dos guardas no corredor. Quando finalmente chegamos, Jungkook bateu a porta com força e girou a chave, trancando-nos ali, só então ele se virou para me encarar, seus olhos escuros encontrando os meus.

Meu coração acelerou, mas reuni toda a minha determinação. Cerrei os punhos e com a voz tensa me preparei para liberar tudo que estava me consumindo.

— Eu não consigo mais me envolver com outras pessoas — repeti devagar observando enquanto ele piscava, confuso, tentando processar o que eu havia dito. Seus olhos vacilaram por um breve instante antes de ele colocar suas mãos suavemente no meu rosto. — Você gosta disso, não gosta? — continuei, minha voz traindo a fragilidade que eu tentava esconder. — Gosta de saber que domina minha mente, que ocupa cada canto dos meus pensamentos, o tempo todo. Eu tentei... tentei esquecer de todas as maneiras, tentei me envolver com outras pessoas... com mulheres.

Minhas palavras ficaram no ar, cruas e sinceras, enquanto eu observava a reação dele, esperando algo, qualquer coisa que me dissesse que ele entendia o quanto tudo isso me machucava.

— Sinto como se te odiasse e isso me destrói por dentro, mas por que continuo pensando em você o tempo todo? — apontei para minha cabeça, meus lábios trêmulos no final da confissão.

— Taehyung... — Jungkook murmurou suavemente, sua voz soando como um sussurro quase carinhoso.

— Quanto mais eu penso em você, mais intenso tudo isso se torna. Eu não entendo por que suas palavras me magoam tanto, por que você me faz perder o controle com tanta facilidade. Você se sente satisfeito com isso, não é? — minha voz se elevou um pouco, mas não era raiva o que eu sentia. Era confusão, dor e emoções reprimidas por tempo demais.

Ele não disse nada, apenas deixou suas mãos quentes acariciarem minha bochecha e eu fechei os olhos, permitindo-me, por um breve momento, saborear o toque.

— Você odeia tanto assim o que está sentindo agora? — sua voz baixa quebrou o silêncio, fazendo meu peito apertar ainda mais.

— Eu nunca me senti tão lamentável... Por que tem que ser assim? — murmurei, minha voz carregada de frustração. Eu me sentia enojado pelos meus próprios desejos, fraco e impotente, mas sabia que continuar resistindo só me traria mais sofrimento. Por que eu tinha que ser assim?

— Me desculpa — Jungkook sussurrou, sua testa tocando a minha enquanto segurava delicadamente minha nuca. A proximidade me fez fechar os olhos com força.

— É só que... essa maldita culpa e a repulsa de mim mesmo nunca me deixam em paz — completei quase num fio de voz enquanto a dor de tudo aquilo apertava meu coração.

A ponta do nariz dele roçou a minha e eu fechei os olhos novamente, como se tentasse buscar uma resposta dentro de mim. Quem sou eu? O hálito fresco e quente de Jungkook contra meu rosto fez meu corpo tremer, acentuando a confusão que eu sentia, embora fosse difícil admitir. A excitação e a ansiedade cresciam sempre que ele estava perto.

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