Chegada!

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Luísa e Alice descem as escadas, ambas estavam lindas. O vestido laranja e despojado de Alice enaltecia o sorriso e o cabelo ondulado da mulher. Luísa, mais seria, trajava-se com um vestido azul marinho acinturado e um colar de sua mãe.

-- Ui, calma aí que eu tô até sem ar. -- Brincou Gustavo

-- Que engraçadão esse Gustavo. -- Diz Luísa indo até o amigo e o abraçando

-- Pois é, acho que devia investir na carreira. -- Comenta Alice indo até os pais

Luísa e Gustavo se sentam no sofá. A moça olha para os lados "onde está a Ruth?"

-- A Rû não chegou ainda? Achava que ela viria cedo.

-- O Paulo ligou dizendo que ia demorar um pouco. -- Responde Raul

-- E esse tal de Ricardo aí em, eu já vi a cara dele em alguns jornais -- Diz Gustavo enquanto pegava um petisco na mesa central

-- É Richard. -- Diz Manoel enquanto ria

-- Parece que ele veio pra cá pra melhorar os negócios, além disso vai vir ele e a família. -- Afirma Judite

-- Ele tem filhos? -- Pergunta Durval

-- Dois, dois meninos.

-- Qual idade? -- Pergunta o rapaz receoso de serem crianças e ele ter que ficar de babá

-- Um tem a idade da Luísa e o outro a sua.

-- Ai, ainda bem. -- Diz aliviado

-- Sem missão babá essa noite, Gugu. -- Diz Luísa se referindo a todas as vezes que ele e ela ficavam de babá das crianças dos pais de negócio, Durval e Alice sempre fugiam do posto

-- Que pena, né. -- Diz levando mais um petisco pra boca

Enquanto eles conversavam a campainha toca. O mordomo, Antônio, abre a porta. Era Paulo, sua esposa, Vitória e sua unigênita, Ruth.

-- Paulo, meu amigo. -- Diz Manoel indo até o homem e o cumprimentando com um aperto de mão e um curto abraço

Luísa e Alice vão até Ruth e sobem com ela pro quarto da mais velha. Os meninos vão atrás.

Meia hora se passa, os homens estavam no centro da sala conversando sobre negócios e as boas senhoras estavam no canto da sala conversando sobre o tão famoso comitê, fundado por Isadora e Branca. Manoel sai da sua roda e vai até o quarto da filha e entra.

-- Todo mundo lá embaixo agora, se agilizem.

-- Mais já, pai? Eles já chegaram? -- Pergunta Alice se levantando

-- Estão pra chegar, vamos logo. -- Afirma o homem saindo do quarto

-- Fazer o que, né? Vamos gente. - Diz Alice saindo do quarto e todos vindo atrás dela

Eles chegam na embaixo, todos se acomodam. Alice, Durval e Gustavo estavam perto dos homens enquanto Luísa e Ruth das mães. A campainha é tocada às exatas sete e meia da noite. Os filhos e as mulheres vão para perto de seus pais e maridos e esperam a porta ser aberta pelo mordomo. Antônio abre a porta e dá uma curta boas-vindas a família que adentra a casa ficando no começo da sala. Estavam lá um homem alto e bem portado, ao seu lado uma senhora, não velha, muito bem vestida, além dos rapazes. Ao lado da mulher estava um garoto charmoso, que usava roupas despojadas que exalava beleza e ao lado do homem o filho mais velho, alto, cabelo repartido ao meio, roupas não muito bem escolhidas, se posso assim dizer.

-- É um prazer receber um velho amigo na minha casa, Richard. -- Diz Manoel dando alguns passos a frente e apertando a mão do amigo

-- Digo o mesmo, Manoel. Fico feliz que possamos estar reunidos. -- Diz retribuindo o aperto de mão

-- Essa é a minha família. -- A família D'Ávila se aproxima -- Minha esposa, Isadora, meu filho mais velho, Durval e minhas meninas, Luísa e Alice.

Todos se cumprimentam com um aperto de mão e Manoel diz para eles adentrarem mais a sala. Estando na sala todas as famílias se cumprimentam, os homens se retiram mais uma vez para conversarem sobre assuntos que só eles entendem, quer dizer... agora a roda estava acompanhada de mais dois homens, o senhor Pendlenton e o seu mais velho. O menino sabia o mesmo tanto que o pai sobre negócios e todos os mecanismos dessa área. As mulheres se unem e chamam Glória para junto delas que demonstra interesse em ingressar no laço azul. Os jovens entram no escritório, Alice também chama Marcelo para ir.

-- E você, qual seu nome? -- Pergunta Gustavo

-- Marcelo e o seu? -- Pergunta enquanto se sentava no sofá

-- Prazer, Marcelo, eu sou o Gustavo e os outros você já conhece, menos a Ruth. -- Diz apontando pra moça

-- Prazer, Ruth.

-- Obrigada, Marcelo. -- Responde a moça se sentando após pegar seu walkman

-- Quem topa um jogo de tabuleiro? -- Sugere Durval

-- Acho legal até. -- Responde Alice -- Preparado pra perder de novo, Gus?

Gustavo ri

-- Nunca, Ali, nunca! -- Afronta o garoto

-- Veremos. - Retruca a moça

Os jovens começam a jogar, Luísa e Ruth estavam lado a lado de Marcelo, o menino não evitou jogar charme pra ambas, "cortejando", se assim podemos dizer, elas. Altas gargalhadas eram oriundas daquele escritório, os jovens estavam bem animados. Na sala era apenas conversas chatas, entediantes. César que ouvia os risos, do irmão, dos meninos e das meninas queria estar lá também, mas agradar ao seu pai e ter desenvolvimento pessoal eram sua maior obrigação.

Depois de um tempo todos se assentam na mesa, Luísa e Ruth percebem que Marcelo estava agindo de forma estranha e sabiam o que ele queria. Ruth, por achar o menino bonito, charmoso e elegante, retribui os olhares, mas Luísa não. Justo a Luísa, ele havia gostado bem mais da moça do que da outra.

O jantar ocorre bem, depois que todos terminam de comer a sobremesa, as mulheres permanecem enquanto tomam café e os homens de negócio vão até o escritório, todos ficam impressionados com César, o menino realmente sabia o que estava fazendo, o intelecto dele ajudava muito. Os criações sobem pro quarto de Alice, o qual já era ponto turístico, cheio de cores, cheio de personalidade, encantava qualquer um que passasse por ali. Eles voltam a fazer brincadeiras, mímica, jogos, quem sou eu? E tudo mais.

-- E você, Marcelo, vai estudar onde? As aulas começam daqui dois dias. -- Questiona Alice

-- Ruth Goulart, conhecem? -- Diz enquanto mexia sua peça no tabuleiro

Todos soltam um riso

-- Parece que o Pendlenton vai ter que aguentar eu e você, Lulu. -- Afirma Gustavo

-- Vocês também são de lá? -- Questiona Marcelo olhando para Gustavo

-- Todo mundo, mas a sua sala vai ser só comigo e com a Luísa.

-- E meu irmão?

-- Comigo, com a Alice e com a Ruth. -- Responde Durval

-- Inclusive que cara estranho, com todo respeito, viu, Marcelo. Mas ele fica falando de dinheiro com uns velhotes. -- Diz Gustavo enquanto mexia outra peça

-- Pois é, ele sempre foi assim.

Marcelo sorri ao assimilar que estudaria na mesma sala que a Luísa

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